segunda-feira, 27 de junho de 2011

Capitulo 22

Pela manhã, ele já não estava lá como de costume, fui até o quarto de Lara e tive uma surpresa, Gustavo estava deitado ao seu lado, não sei como ele chegou lá mais preferi deixar os dois dormir.
Desci as escadas e Vinicius estava conversando com Myon.
-- bom dia a todos.
-- bom dia.
-- Anny precisamos conversar.
-- ah por favor, estou sem paciência para você.
-- é serio, sem mais briguinhas de irmãos...
eu o interrompi.
-- você que começou tudo.
-- anny, encontramos um corpo.
As palavras sumiram de minha boca.
-- corpo? De que? Onde? .
-- sente-se.
-- estou bem em pé.
-- está bem, alguém fez um feitiço para entrar no mundo dos mortos.
Eu tremi.
-- isso é possível?
-- sim é, mais o pior não é isso, é que quando esse alguém saiu do mundo inferior não foi o único.
-- eu não to te entendendo, me explica direito.
-- Anny, várias pessoas sairam de lá, não foram nem uma nem duas, foram várias.
-- continua.
-- e elas são más, e agora que estão de volta no nosso mundo eles estão juntando um grupo para destruir vidas, sabe estão afim de se divertir sair por ai e matar pessoas.
Me sentei, um pouco zonza.
-- o que você quer me dizer com isso Vinicius? Uma rebelião? Estão vindo para cá?
-- quero dizer, que temos que tomar cuidado e você como futura nova rainha precisa cuidar do seu povo, e se casar logo.
-- de quem é o corpo que acharam?
-- de uma mulher da vila.
-- eu quero ver.
Fui até a sala onde estava o corpo, eu reconheci aquela mulher, era a mãe da menininha que eu conversei, eu precisava achá-la , ele deveria estar sozinha, eu precisava traze-la para cá, mais tinha algo de estranho no corpo dela, não parecia humano.
-- o que são essas manchas? Quem a matou? Ou o que a matou?
-- nós não sabemos, são criaturas antigas que conseguiram escapar sei lá como.
Eu estava completamente zonza, mais precisava achar aquela menininha.
Subi as escadas correndo e me troquei, quando estava saindo Lara me gritou:
-- onde vai?
-- preciso resolver algumas coisas, depois nos falamos.
Sai do castelo e fui até a vila, de longe eu vi a menininha sentada em um banco sozinha.
-- Majestade!
-- oi minha linda, como você está?
-- eu estou com medo, minha mãe sumiu, não quero voltar para casa e ficar sozinha.
Ai, ela não sabia o que havia acontecido, melhor assim.
-- você não quer ir para o castelo comigo?
-- mais e se minha mãe aparecer?
Eu não teria coragem de dizer a ela.
-- a gente avisa ela depois, enquanto isso você fica lá comigo.
-- pode ser.
Eu a peguei no colo, ela tinha uns três ou quatro anos.
-- como é seu nome?
-- Babi.
-- que nome lindo, e quantos anos você tem?
-- três.
Ela era tão linda, e tão nova já perdeu sua mãe.
-- você só tem sua mãe?
-- sim.
Algumas lágrimas escorreram de seus olhinhos.
-- ei porque está chorando?
-- eu quero minha mãe.
Senti uma angustia, eu não queria que ela sentisse a dor de perder os pais igual eu senti, eu tinha que fazer alguma coisa para ajudá-la, talvez se eu apagasse da memória dela, eu ficaria com ela, cuidaria dela, eu sei que eu só tinha 16 anos, mais eu não vou abandona-lá.
Chegamos no castelo, eu entrei com ela no colo, Vinicius veio até mim.
-- quem é ela?
-- depois te explico.
-- ei Babi, quer comer alguma coisa?
-- quero sim.
-- vem comigo eu te levo até a cozinha.
Myon estava lá.
-- Myon dê o que ela quiser, eu vou ali falar com Vinicius e já volto.
-- sim majestade.
-- vai ficar bem se mim ?
-- vou sim, gostei dele, mais não demore.
-- não vou princesa.
Sai da cozinha e peguei na mão de Vinicius e o puxei para meu quarto, entrei e fechei a porta.
-- quem é ela?
-- a filha daquela mulher que foi morta.
-- e porque você trouxe ela para cá?
-- Vinicius, pelo amor de Deus eu não ia deixar ela sozinha, eu vou ficar com ela e estou pensando em apagar a memória dela, para ela não saber da mãe.
-- você acha isso certo?
-- eu não sei, mais eu não quero que ela sofra a dor de perder a mãe.
-- eu também acho, mais você vai mesmo ficar com ela?
-- sim.
-- então está bem, apague a memória dela e vamos ficar com ela, mais agora papo de irmão quem é seu marido.
-- será mesmo que eu posso confiar em você?
-- me desculpa pelas coisas que eu te fiz, eu só estava chateado com essa história toda de trono e tudo mais, só que somos uma família ok? Pode confiar em mim.
-- você sabe que você e a única família que eu tenho, não quero mais me decepcionar.
-- não vai.
-- está bem, é o Bernardo.
-- como assim Anny, você não se conformou ainda que ele morreu?
-- ele não morreu, ele voltou.
-- espera aí, foi você que entrou no mundo inferior?
-- foi, eu não suportaria ficar sem ele.
-- como?
-- eu aprendi o feitiço e o fiz, mais pelo jeito deu errado.
-- Anny...
-- mais eu lembro a gente trancou a porta, não é possível será que mais alguém entrou?
-- tem certeza que trancaram?
-- sim, Bernardo pode te confirmar isso.
-- e onde ele está?
-- escondido, mais agora que você já sabe ele já pode aparecer.
-- pois bem, cuide da Babi, e pode dizer a Bernardo que eu já sei, precisamos todos conversar sobre o casamento e sobre esse feitiço, porque se vocês trancaram tem mais alguém envolvido e vamos descobrir quem.
-- eu tenho certeza que trancamos, mais está bem, eu vou apagar a memória da Babi, e irei camar o Bernardo.
Vinicius saiu do quarto, e eu fui até o quarto de Lara entrei e fechei a porta.
-- oi Guga, que saudades.
Ele me abraçou.
-- cunhadinha, nem me fale, cade meu irmão?
-- já já ele vem para cá.
-- ué? Mais...
-- calma Lara, eu me acertei com o Vini.
-- ah que bom.
-- então gente, anda acontecendo algumas coisas por aqui estranhas, com o tempo eu vou explicando, mais eu adotei uma menininha a mãe dela morreu e ela não sabe e eu vou apagar a memória dela, então quero que vocês a tratem muito bem, posso contar com vocês?
-- claro, onde ela está?
-- lá na cozinha, vou chamá-la e apagar sua memória e depois vocês vão conhecê-la.
-- está bem.
Desci até a cozinha e ela estava comendo bolo de chocolate.
-- já comeu bastante querida?
-- comi.
-- você quer conhecer meu quarto?
-- adoraria conhecer o quarto de uma rainha.
-- agora você vai ser uma princesa linda.
-- serio? E minha mãe?
-- venha, vamos conhecer meu quarto depois avisaremos sua mãe.
Ela desceu do banquinho e correu até mim, peguei em sua doce mãozinha e subi com ela até meu quarto.
-- uau, que lindo e que enorme, seu quarto é maior que minha casa.
-- sua casa agora é essa princesa.
-- minha mãe vai adorar morar aqui.
Eu a peguei no colo e a sentei em minha cama, lágrimas escorreram pelos meus olhos.
-- tia, porque você está chorando?
-- estou feliz por você estar aqui.
Ela me abraçou, tão pequenininha, eu de alguma forma já amava aquela criança como se fosse minha filha, eu sei parecia loucura, mais o que não era louco na minha vida? Eu iria me casar com 16, me tornar rainha o que teria de mais se eu tivesse uma filha? É acho que nada. Olhei em seus olhinhos azuis até parecia os de Bernardo e fiz com que ela esquecesse de sua mãe e de seu passado, como se ela fosse minha sobrinha e não interessava quem era sua mãe, ela já cresceria só sabendo que tem tios, eu a trataria como uma filha, mais eu seria muito nova para ter a tido, eu teria 13 anos, então não era possível, mais eu seria sua tia.
Ela ficou me olhando, e logo disse:
-- to com sono tia.
Feito!
-- pode dormir aqui querida.
Eu tirei seus sapatinhos sujos, e a deitei em minha cama e a cobri, ela virou para o lado e logo dormiu, Bernardo entrou pela janela.
-- Xii, não faça barulho.
-- o.k, mais quem é ela?
-- Uma longa história, mais resumindo, a mãe dela morreu e eu a adotei, apaguei sua memória e agora ela acha que eu sou sua tia, e eu e o Vinicius nos acertamos eu contei a ele que está vivo e que é com você que eu vou me casar, e seu irmão está no quarto com Lara.
-- uau, quanta coisa para um dia.
-- para você ver.
Ele me beijou.
-- eu te amo
eu sussurrei eu seu ouvido.
-- eu também meu amor.
Saímos do quarto e descemos as escadas, todos estavam sentados no sofá da sala.
-- Irmão!!
Gustavo se levantou e abraçou Bernardo.
Vinicius me chamou, me sentei ao seu lado.
-- como ela está?
-- deu certo, daí ela dormiu.
-- que bom.
-- é sim.
Ele me abraçou.
-- estou orgulhosa de você, e garanto que sua mãe e nosso pai também.
-- obrigada.
Bernardo se aproximou de Vinicius e o abraçou.
-- desculpa por tudo irmão.
Disse Vinícius.
-- relaxa, está tudo bem.
-- Gente! Temos um casamento para preparar.
Gritou Lara.
Eu fiquei vermelha.
-- nós temos que ver o vestido perfeito.
-- Lara por favor,
-- que? Nem vem, você vai se tornar uma rainha meu bem, tem que ser O casamento.
-- a rainha mais linda.
Disse Bernardo me abraçando.
Era tão bom ter todos ali, Gustavo e Lara juntos, eu e Bernardo, e Vinícius ali com a gente e agora tinha a Babi para completar esse time, podia ser tudo tão perfeito se não fosse mais essa dessas criaturas obscuras estarem por ai matando gente inocente, mais o momento era bom e eu iria aproveitar com eles.

Passamos horas e horas rindo, e falando sobre o casamento, mais tarde Babi acordou e se juntou a nós, eu pedi para Myon arrumar o quarto do lado do meu para ela, de um lado ela e do outro Lara e Gustavo, agora só faltava Vinícius arrumar uma namorada.
A noite logo chegou e eu subi com a Babi para meu quarto.
-- tia, onde estão minhas roupas?
-- ah querida, temos que comprar mais roupas para você não é mesmo?
-- temos.
Ela se sentou em meu colo.
-- você conta uma história para eu dormir?
-- claro.
Eu a levei para seu quarto, e ela se deitou me lembrei das histórias de crianças que minha mãe contava quando eu era pequena, contei a história da Alice no país das maravilhas e logo ela dormiu.
Voltei para meu quarto e Bernardo estava me esperando.
-- ela dormiu?
-- sim.
-- agora você é toda minha.
Eu dei um sorriso meio triste.
-- o que foi ?
-- ah é só que...
-- o que?
-- eu me sinto tão diferente.
-- diferente como?
-- sei lá tudo isso, eu não pareço mais uma menina de 16 anos, parece que ganhei muita responsabilidade em pouco tempo, sabe essa história de rainha, casamento, agora vou cuidar da Babi, eu não sei mais é que as coisas fugiram do controle.
-- eu te entendo meu amor, mais você fez sua escolha não fez?
-- pois é.
Abaixei a cabeça.
-- você queria voltar para o Brasil?
-- do que me adiantaria? Meus pais morreram, de qualquer jeito não seria a mesma coisa, em lugar nenhum voltaria a ser do mesmo jeito de antes.
-- sinto muito.
-- a culpa não é sua.
-- de certa forma é.
Eu o abracei.
-- saiba que eu sempre estarei aqui para você.
-- obrigada.