quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Capitulo 26

Sabe aquele barulho do seu celular tocando na hora errada? Então acordei com ele.
-- oi.
-- Anny? Uau funcionou mesmo.
-- quem está falando?
-- Natasha, lembra de mim?
-- que? Como conseguiu meu número?
-- meu Deus garota, sou uma bruxa posso conseguir o que eu quiser.
-- o que você quer comigo?
-- conversar só isso.
-- ah ok, você é uma maluca e esquece esse assunto de bruxa.
-- você não pode negar quem você é, e outra vai me dizer que não é legal possuir poderes?
-- você me acorda ás 05:00 da manhã para isso?
-- olhe pela janela.
-- que? Você está aqui na minha casa?
Levantei correndo e olhei pela janela, lá estava ela acenando para mim.
-- você e maluca.
Desliguei o telefone e me troquei e desci, ainda estava escuro.
-- bom dia dorminhoca.
-- você é doente, para que isso?
-- falando serio Anny, eu sou a única que pode te ajudar.
-- mais eu não estou precisando de ajuda.
-- claro que está, você já conheceu minha irmã.
-- quem é sua irmã?
-- Samantha.
-- espera, Samantha a amiga do Bernardo.
-- exatamente, ela é minha irmã mais velha.
-- espera o que aconteceu com ela?
-- quem sabe, ela sempre some, mais ela me contou de você.
-- você conhece o Bernardo?
-- eu o conheci há muito tempo atrás, quando ele salvou minha irmã mais nunca mais o vi.
-- ninguém nunca falou de você.
-- é eu sei, andei meia afastada, mais eu quero me atualizar e poxa super legal te encontrar.
-- da onde você conheceu Paollo.
-- ah, ele, na Italia há um século atrás.
Meu corpo gelou.
-- que? Ele também é um...
-- bruxo? Qual é Anny, Paollo é um Totem.
-- Totem? O que é isso?
-- meu Deus você não conhece nada mesmo, podemos nos sentar?
-- é melhor entrar, não quero fica conversando essas coisas aqui fora
-- ah entendi, então vamos.
Entramos em casa e eu fechei a porta, subimos para o meu quarto.
-- pois bem me explica tudo essa história.
-- então Totem é o nome dado para aqueles que fugiram na época da guerra.
-- que guerra?
-- Genaro e Franchesco?
-- uau, pelo jeito é bem famosa essa parte da história.
-- qual é, foi daí que tudo começou, pois bem Paollo fugiu e não lutou entende? Então ele foi mandando para um submundo onde ele ficou por anos e anos e só saiu a algum tempo atrás, mais diz a lenda que quem vai para o submundo tem uma missão para poder se manter vivo.
-- missão como assim?
-- é tipo, ele tem um tempo para conseguir fazer aquilo que foi designado a ele, se ele não conseguir ele vira pó.
-- que ? Que horror?
-- calma, não sei se é verdade, é só uma lenda, eu já perguntei a Paollo mais ele nega, ele nega toda essa parte de bruxaria acho que não gosta de recordar os terríveis anos no submundo.
Ok, eu estava um pouco impressionada com toda essa história, porque Bernardo nunca mencionou nada disso? Quer dizer virar pó? Será que é realmente verdade? E se for qual será a missão que Paollo tem.
-- eu não sabia disso.
-- percebe-se, mais sua vez onde está Bernardo? E a vila do fogo?
-- que você conhece a vila?
-- querida, eu nasci lá.
-- ah sim, então o novo rei é o meu irmão...
-- pera ai Vinicius?
Ela fez uma expressão de surpresa.
-- é o Vinicius.
-- mais, não acredito ele está vivo? Meu Deus ele está vivo?
-- como eu te disse, ele é o novo rei, mais porque tanta empolgação.
-- eu amo ele.
-- que?
-- ele era meu namorado na época, mais aconteceu tudo aquilo e eu achei que ele tivesse morrido, sofri anos com isso, porque ele não me procurou?
-- calma, ele não procurou nem o Bernardo, só apareceu a pouco tempo.
-- falando nisso, Bernardo não deveria estar por perto? Quer dizer ele é seu protetor.
-- todo mundo sabe disso?
-- mais é claro, todos ficaram sabendo da missão dele.
-- pera ai, missão? Isso quer dizer que ele estava no submundo?
-- mais ou menos, mais ele lutou não fugiu, mais passou uns anos lá e ninguém sabe o porque, ele conhece bem das coisas, ele nunca mencionou nada?
-- não.
-- então, onde ele está?
-- ninguém sabe, ele só me deixou uma carta.
-- vocês se tornaram amigos?
-- nós casamos, mais enfim, não quero tocar nesse assunto.
-- que? Não acredito você teve um caso com seu protetor? Que demais.
-- ok, Natasha, daqui uma hora preciso ir para o colégio, então não seria legal se minha amiga e o namorado dela acordasse e visse uma garota no meu quarto.
-- colégio? Que coisa chata, você não precisa estudar gata.
-- eu gosto, me faz sentir normal.
-- para que quer ser normal? Isso é a coisa mais legal, escuta eu sei que você passou por um monte de coisas e tal, sei um pouco da sua história, mais agora é tudo diferente está na hora de você se divertir um pouco, e eu sou a parceira certa para isso.
-- me divertir? Como?
-- viajar, usar seus poderes ao seu favor, conseguir as coisas que quer.
-- isso não parece certo.
-- ah pare de ser certinha, vamos marcar de sair uma noite dessas e eu te mostro como pode ser legal combinado?
-- combinado.
-- tia.
-- babi? Querida está cedo porque já acordou?
-- quem é essa menininha linda.
-- minha sobrinha.
-- filha de quem?
-- Natasha, a gente conversa outra hora, vou cuidar da minha princesinha aqui ok?
-- está bem, tchau lindinha.
-- quem é essa tia?
-- ah eu sou uma grande amiga da sua tia.
Olhei e ri.
-- tchau Anny, nos vemos em breve, tchau lindinha.
-- tchau Natasha.
-- mais então querida, que pesadelo você teve?
-- foi com você e com o tio Bê.
-- calma, foi só um pesadelo.
-- tia, eu sinto falta dele.
-- eu também meu bem.
-- onde ele está? Ele não vai voltar, eu sinto que ele precisa da gente.
-- eu não sei onde ele está e nem se vai voltar, mais fique tranquila eu nunca vou te abondar.
Ela me abraçou e não suportei e chorei.
-- tia porque está chorando?
-- nada, só meus olhos que estão ardendo.
-- já está quase na hora de eu me trocar para ir a escola, eu vou lá ok?
-- está bem minha querida, qualquer coisa estou aqui.
Pois bem , eu sabia , sabia o que ele era, e agora o que eu faria? Será que ele sabe de toda minha história? O que seria a missão dele? Afinal, era verdade isso, ele viraria pó? E quando eu penso que eu poderia adormecer essa parte de mim, ela volta mais forte do que nunca, e quer saber? Eu vou levar isso adiante, eu vou descobrir tudo e assim poderei decidir o que fazer, começando com Paollo, não vou a escola hoje e sim a casa dele.
Mais como? Precisaria de um carro, e para falar a verdade não sou muito boa com o volante, mais minha magia a de ajudar.
Desci as escadas e todos estavam acordados.
-- Gustavo, você poderia me emprestar seu carro hoje?
-- claro, mais você sabe dirigir?
-- me viro bem ( mentira)
-- fique a vontade, eu pego o antigo carro do Bernardo lá em casa.
Ah, esse nome.
-- ok, muito obrigada, então quer q eu te leve até lá?
-- eu pego um ônibus, pode pegar o carro sucegada
-- hei, desde quando sabe dirigir em mocinha? E onde vai que não é a escola?
-- Lara, pois é mais um dos meus truques, e é importante.
-- importante? Então me conta.
-- depois, estou indo, beijos te amo.
Sai correndo antes de mais perguntas, peguei a chave do carro e fui.
Eu gostaria de contar tudo a Lara, quer dizer ela é mais que minha melhor amiga, é como se fosse minha irmã, eu a conheço desde sempre e não me imaginaria sem ela, mais é exatamente por isso, quero protege-la dessa história toda.
está bem carrinho, seja legal e me obedeça.”
Dei partida e ele ligou, perfeito. E agora?
Agora é a hora que uso magia, canalizei meu poder no volante e desejei que ele me levasse até Paollo e o carro começou a andar em direção a casa dele, estava dando certo.
Minutos depois, estacionei em frente a casa dele, desci do carro e fui até a porta, estava aberta, resolvi entrar, estava tudo calmo.
-- Paollo? Está ai?
Ninguém respondeu, fui em direção a escada.
-- Paollo?
Nada. Subi as escadas, havia uma porta fechada coloquei a mão na maçaneta e girei.
-- o que pensa que está fazendo?
Dei um pulo.
-- Paollo? Meu Deus que susto.
-- o que faz aqui?
-- desculpa, eu te chamei mais você não ouviu.
-- estava ocupado.
-- desculpa.
-- o que você quer?
-- calma, só queria conversar.
Só agora que eu percebi, havia uma ferida no braço dele.
-- conversar sobre o que garota?
-- meu Deus você está machucado, o que é isso?
Ele virou bruscamente.
-- saia daqui.
-- não, por favor quero conversar com você.
-- pare meu, o que você quer? Eu só cai de moto ok? E me machuquei só isso.
-- deixe eu cuidar disso para você.
-- eu sei me cuidar sozinho, agora saia.
-- Natasha me procurou...
-- o que aquela louca foi falar para você?
-- o que eu quero saber é se é verdade...
-- meu, para, bruxaria? Serio isso?
-- não adianta falar que não existe, porque eu sou uma bruxa.
-- está bem, quer conversar? Vamos conversar.
-- até que enfim.
-- pois bem Anny, eu não sou como você, sou de uma linhagem diferente, sou a parte obscura da história, nos contos de fadas eu sou como o vilão sabe aqueles caras que nunca se dão bem no final, então por favor eu só quero me livrar disso e tentar seguir minha vida.
-- calma, minha vida nunca foi um conto de fadas também.
-- qual é, eu sei sua história, tudo bem não foi fácil mais pelo menos você não passou séculos da sua vida trancada num lugar onde só há pessoas más, e onde não a luz.
-- então é verdade...
-- a história do submundo? Claro que é verdade, mais diferente do que pensam eu não fui covarde, só não quis lutar por algo que eu não achava certo.
-- onde você se encaixa em tudo isso? Quer dizer, porque foi mandado para lá? E é verdade que você tem uma missão? Qual?
-- já te disse fui mandando porque não querer lutar por algo que não queria, para falar a verdade eu nunca quis saber daquela história de trono, e poder, só queria seguir minha vida, naquele tempo era tudo diferente, a verdade que do submundo eu posso ver o mundo aqui fora só não posso participar, eu vi as coisas mudarem, vi a tecnologia, e eu queria fazer parte disso, até que eu pude sair alguns anos atrás e se conseguir atingir a missão que me deram eu estaria livre.
-- qual é essa missão Paollo?
-- eu nunca quis nada disso, mais eles fazem de tudo para você nunca se esquecer da onde veio, é tipo de um jeito de você se redimir sabe, minha missão é uma coisa complicada, que eu estou decidindo se faço ou não.
-- como assim, se você não fizer você morre.
-- sim mais eu tenho alguns anos ainda, to afim de aproveitar esses anos e morrer, não sei se vale fazer o que me mandaram.
-- eu posso te ajudar?
-- na verdade, você é a chave de tudo Anny.
-- como assim?
-- qual é, você é uma das coisas mais importantes que aconteceu na história, você é filha do rei da vila do fogo, e filha da feiticeira mais poderosa da época, você é herdeira de um trono mágico, possui grandes poderes e carrega consigo uma pedra mistica.
Coloquei a mão em meu colar.
-- exatamente Anny, no começo todos queriam apenas ele, mais eles não perceberam que você tem mais poder que esse colar.
-- muitos vieram atrás dele.
-- sim os fúrias, mais a verdade é que seu colar é seu protetor.
-- mais eu achei que meu protetor fosse...
-- Bernardo? Acorda Anny, ele só tinha que fica de olho em você e não te proteger, ele fez isso porque quis.
-- então, ele não estava ao meu lado só por obrigação?
-- não, ele estava porque queria estar.
Por um momento meu coração disparou, e me senti feliz quer dizer não foi por obrigação, mais agora penso, o que aconteceu para ele me deixar?
-- eu não consigo entender, porque nunca me falaram de você? Porque nunca mencionaram você na história?
-- ah Anny, muitos acharam que eu estava morto, não é todos que sabem que eu fui mandado para o submundo, sabe eu fiz muita coisa errada e confesso, mais eu mudei.
-- você conheceu Bernardo? Vinícius? E todo o povo?
-- sim, eu costumava a andar com eles, por mais que fosse proibido, nossa amizade era importante, até quando crescemos e tivemos que escolher em que lado ficar, e eu não escolhi nem um lado e então fugi.
-- mais não adiantou, você foi mandando para o submundo do mesmo jeito.
-- pois é.
-- mais então, sua missão é pegar meu colar?
-- é leva-lo até a torre do castelo de Genaro e abrir o cofre.
-- cofre? Castelo do Genaro? Mais achei que ele só abria o cofre do castelo de meu pai.
-- teu colar é mágico, a verdade é que lá está todas as cartas e coisas que Genaro fez para Diana, e ela recusou claro, e lá tem um livro onde ele conta todos os seus segredos e ele o entregaria para ela se ela casasse com ele, eu preciso pega-lo.
-- mais Genaro já morreu, para que precisa desse livro?
-- era como um diário entende? Porque é importante para que eu possa permanecer vivo.
-- mais você disse que era complicado, e não sabia se valia a pena, não achei tão complicado.
-- é perigoso Anny, quer dizer não sabemos o que mais tem lá, Genaro era um homem mal, não sabemos o que ele escondia naquela torre, só que era algo terrível.
-- mais somos bruxos, e poderosos, podemos fazer isso.
-- não Anny, não vou envolver você.
-- que? E deixar você morrer? Só porque precisa do meu colar? Não seja ridículo, eu não deixaria isso acontecer.
-- você não tem escolha, essa é a minha missão e não a sua, não vou te colocar em perigo.
-- ah, qual é porque todo mundo acha que é meu protetor? Eu sei me cuidar sozinha, está decidido, nós vamos para Itália e você vai levar o livro para o submundo e assim acaba sua pena.
-- Anny, por favor não.
-- você não tem escolha, já disse.
-- ora , ora escutei alguém falar em viajar para Itália?
-- Natasha? O que faz aqui?
-- sabia que você viria atrás dele, então resolvi vir também, e eu vou com vocês.
-- ah não vai não.
-- relaxe Paollo, a missão é sua, mais eu vou fazer uma visitinha a meu ex futuro namorado.
-- combinado, vamos nós três para Itália.
-- adorei essa garota.
-- vocês são malucas.

domingo, 9 de outubro de 2011

Capitulo 25

Pela manhã minha cabeça doía como se eu tivesse levado uma pancada, a verdade é que eu não sabia o porque que doía, afinal eu quase nem bebi, e eu não estava mais acostumada a levantar tão cedo para ir a escola, mais tudo bem, com muito esforço decidi ir.
O dia estava nublado, com nuvens com certeza um bom dia para ver filme de terror e dormir, é dispenso o filme de terror, minha vida entrou em um desses há pouco tempo. E o pior era ter que acordar cedo, com dor de cabeça e ser obrigada a encontrar Mônica logo na entrada do colégio, deveria haver um jeito de eu ignora-la com meus poderes será? Seria ótimo poder usar eles ao meu beneficio desse jeito, está ai, eu poderia começar a usá-los mais, quer dizer já que sou digamos uma bruxa, está bem feiticeira, mais tanto faz, usam magia do mesmo jeito, eu poderia usar para facilitar um pouco mais minha vida, e começaremos com um jeito de ignorar pessoas chatas e importunas.
-- Péssimo dia para você Anny Venturelli.
Nosferat querida.”
Veremos o que eu posso fazer, talvez não escutar mais a voz dela? Perfeito.
Bom, é só canalizar a energia e desejar aquilo que se quer, e eu desejo não escutar mais a voz da Mônica, tipo deixá-la falando sozinha. Uau eu sentia o poder em mim, parecia que percorria minhas veias e... feito, ela estava falando que nem louca e eu não a escutava, com certeza isso melhorou meu dia.
-- Bom dia sua louca!
Me viro e ... Lara.
-- bom dia.
-- que lindo, saiu ontem e com quem?
-- ah, um estranho qualquer.
-- e você não tem medo?
-- para falar a verdade não, cansei de ter medo, e outra ele não sabe o que eu sou então acho melhor ele não tentar nada.
-- você o verá de novo?
-- espero que sim.
-- e como ele é?
-- sinistro e misterioso.
-- bem seu tipo.
-- pois é.
Fomos para a sala, e passamos a manhã toda conversando por mensagem de texto sobre como era bom voltar para o Brasil. Digamos que é bom estar em casa depois de tudo, e vir para a escola como uma pessoa normal, bom não tão normal, mais era bom poder facilitar as coisas um pouco, talvez eu devesse treinar mais esse meu lado.
Sai do colégio e fui caminhando pelo lago negro, é eu me lembrava dos momentos com o Bernardo, e no dia que ele me salvou de morrer congelada e afogada, eu confesso que sentia a falta dele, mais o que eu poderia fazer? Ele escolheu me largar, eu não posso simplesmente sair por ai atrás dele, mais é difícil imaginar que era mentira o amor que ele sentia por mim, quer dizer parecia tão real, mais enfim não adianta eu ficar me lamentando, por mais que eu sei que vai demorar até que eu o esqueça e que eu siga minha vida em frente, eu preciso pensar em outras coisas além dele.
-- e ai garota.
Me viro e... não achei que você rever ele tão rápido.
-- Paollo!
-- o que faz perdida, e sozinha por aqui?
-- só dando uma volta.
-- está afim de ir a uma festa comigo?
-- festa de que?
-- ah, de uns loucos roqueiros.
-- quando?
-- hoje a noite.
-- vou sim.
Ele sorriu.
-- te pego as sete?
-- porque tão cedo?
-- é em uma cidadezinha há uma hora daqui.
-- ah entendi, ok, combinado.
-- vai ter alguma banda legal?
-- só covers.
-- de quem?
-- metallica, guns, system, conhece?
-- claro!
-- curte rock?
-- só os bons.
-- rock é bom.
-- nem todos.
-- to vendo que você vai ter que começar a andar comigo para escuta música boa.
-- você é bem convencido não?
-- impressão sua só, bom vou indo nessa, ás sete passo na sua casa.
-- combinado.
Ele subiu em sua moto e sumiu pela estrada, e eu estava evoluindo, indo já em festa de rock, qual será a próxima loucura? Não importa, estou gostando disso.
***
19:06, é eu estava acostumada com a super pontualidade de Bernardo, mais o que? Seis minutos, estou ficando paranóica, Paollo definitivamente não tem nada a ver com ele, assim espero.
Alguém bate na porta.
-- está pronta?
-- sim.
-- então vamos.
Definitivamente ele não é, Bernardo normalmente me elogiaria e faria uma cara do tipo “uau” mais eu preciso parar de comparar os dois, Paollo era do tipo rebelde, que quebrava regras e não estava nem ai para nada, eu gostava disso, gostava da adrenalina e do perigo que isso me levava.
Subi em sua moto e ele acelerou, a estrada estava escura e só havia nós dois no meio do nada, com árvores em volta e uma longa estrada a frente, eu o apertei quando ele fez a curva.
-- está com medo? Ele perguntou rindo.
-- não, é só para me manter segura.
-- agarre o quanto quiser gatinha.
Após quase uma hora, avisto uma casa muito sinistra, ele para a moto e pude reparar nele, coturno, calças pretas, camisa preta e jaqueta de couro, cabelo bagunçado, com certeza ele é mais que gato, sinistro, mais muito gato.
Eu podia escutar a música de dentro da casa e nos aproximamos.
-- está preparada para o rock?
-- com certeza.
Ele pegou em minha mão e entramos, uau, havia um monte de doidos vestindo preto pulando de um lado, uma banda tocando Metallica, umas meninas se pegando em um canto, uns casais em outro, um bando de bêbados falando alto e cantando a música logo em frente, é pensei que fosse louco, mais nem tanto.
-- o que achou?
-- louco.
-- este é o espirito da coisa, vem vamos beber alguma coisa.
-- como quiser.
Fomos até onde provavelmente é a cozinha da casa e ele abriu a geladeira pegando duas cervejas e me entregando uma.
Demorei um pouquinho para assimilar.
-- o que? Vai preferir um suquinho? Gata aqui não tem nada que não tenha álcool.
-- não precisa ser grosso, e eu não quero cerveja, quero algo mais forte será que não tem?
-- ui, calma calma mocinha, não quero ninguém passando mal depois.
-- eu sei cuidar de mim mesma pode ter certeza, mais ok, para começar essa cerveja está bom.
Peguei a garrafa da mão dele e em um grande gole bebi quase metade.
-- está com sede mesmo, vem vamos lá para sala.
-- ai, eu amo essa música.
-- gosta de Guns?
-- ta brincando? Welcome to the Jungle? Bem vindo a selva meu bem.
Com certeza o álcool já estava fazendo efeito, e eu estava me soltando e comecei a dançar e cantar junto com a banda, Paollo se aproximou de mim.
-- só agora pude perceber o quanto você está linda.
-- ah obrigada.
Mais nem dei muita bola e continuei dançando.
Ele me puxou pela cintura me beijando, e eu acompanhei.
-- quero outra bebida.
ele puxou minha mão e fomos para a cozinha, estava vazia, me pegou no colo e me colocou em cima do balcão me beijando, começou a ficar quente, muito quente, ele tirou a jaqueta de couro dele e a derrubou no chão, e desamarrou meu espartilho, continuamos nos beijando, eu tirei a camiseta dele e ele abriu meu espartilho e depois o tirou me encaixou nele e me deitou em cima da mesa, deitando em cima de mim, quando ele beijava meu pescoço por um momento lembrei do Bernardo, e senti falta, mais eu estava tão envolvida no momento, música alta, álcool, Paollo, que deixei passar esse pensamento e me deixei levar.
-- Ei, vocês dois vão para um quarto isso aqui é a cozinha.
Olhamos e era uma menina bêbada, reclamando.
-- vem vamos voltar para a sala.
-- ah, serio? Agora que está ficando bom?
-- engraçadinho.
Levantei, coloquei meu espartilho o amarrei, ele colocou sua camiseta, pegou a jaqueta de couro do chão e voltamos para a sala.
Sentamos no sofá e ficamos bebendo e escutando a música, até uma garota chegar, de cabelos negros, olhos verdes, alta, bem bonita.
-- ora ora e quem é o novo brinquedinho em Paollo?
“era bonita, até me chamar de brinquedinho”
-- se liga Natasha, vaza daqui.
-- não vai apresentar sua nova amiguinha?
-- qual é o teu problema ?
-- e então coleguinha do Paollo se divertindo?
-- para falar a verdade sim, e meu nome é Anny.
Ela parou por um momento, e se assustou.
-- Anny Nosferat?
Meu corpo gelou.
-- chega Natasha.
-- não pera ai, como você sabe meu nome garota?
“ fiquei sem ação, quer dizer ninguém sabia do meu nome só os que conheci na Itália.”
-- eu não acredito, enfim nos conhecemos, me desculpe os mal modos, eu sou Natasha Valentina, é um grande prazer te conhecer.
-- já chega, vamos embora Anny.
-- não Paollo, quero entender essa história direito.
--é Paollo, agora que eu enfim conheci ela, quero conversar com ela.
-- ah vocês duas estão de brincadeira comigo não é?
-- não nem um pouco, pois bem Natasha, da onde me conhece?
-- você é bem conhecida por essa região.
-- porque ?
-- qual é Anny, que tipo de bruxa é você que não reconhece outra bruxa?
Paollo levantou e me puxou.
-- vamos embora.
Eu o soltei.
-- que? Bruxa?
-- não se faça de desentendida Anny, nós deveriamos praticar juntas, adoraria ser tua amiga e que ótimo saber que você voltou.
-- Anny, vamos embora agora.
-- está bem está bem, vamos.
-- ei Anny, tenho certeza que nos veremos em breve e que vamos nos dar muito bem.
Peguei na mão de Paollo e saímos de lá.
-- quem é essa garota?
-- uma louca, que fica falando besteira, não liga ela deve estar bêbada.
-- ela sabia meu verdadeiro nome, como?
-- eu é que sei.
-- você ficou nervoso quando ela começou a falar.
-- logico, a doida estava falando de bruxas? Nada a ver isso.
-- você não acredita nessas coisas?
-- nossa, você ta ficando louca também? Bruxas não existem, eu em.
-- vamos embora.
Subimos na moto, e voltamos para Gramado, quando nos aproximamos da cidade havia uma fogueira nos impedindo de passar, descemos da moto e havia algo escrito no chão.
“ Cuidado com quem você confia, o perigo está mais perto do que você imagina. Beijinhos Anny”
Comecei a tremer, me deu tontura, e Paollo me segurou.
-- calma, deve ser alguma brincadeira de muito mal gosto.
-- eu achei que tivesse acabado.
-- o que?
-- nada, só me leve embora.
-- precisamos apagar esse fogo.
Eu queria apagar, mais assim ele descobriria que eu era uma bruxa, então eu o ajudei a pegar uns galhos e bater em cima do fogo, isso ajudou a diminuir bem até dar para passar, ele me deixou em frente de casa.
-- você vai ficar bem?
-- vou sim.
Ele me deu um beijo, e saiu, entrei em casa e sentei no sofá, no escuro, o que foi tudo isso hoje? E quando eu penso que me livrei, tudo volta, aquela menina na festa, o recado no chão, minha cabeça rodava, eu precisava reencontrar aquela menina, precisava de respostas.
Subi até meu quarto e deitei na cama, fechei os olhos, virei para o canto e os abri, vi Bernardo na janela, pisquei e ele havia sumido, levantei e corri até a janela, mais não havia nada ali.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Capitulo 24

Me despedi de tudo e todos, Vinícius nos levou até o aeroporto confesso, passei a noite toda esperando que ele aparecesse e também confesso que até no último minuto eu esperei por ele, sentada na janela do quarto mais ele não apareceu.
No aeroporto, abracei meu irmão com força.
-- obrigada por tudo Viní, e venha me visitar, mande noticias.
-- claro irmãzinha, você também venha quando quiser.
Não deu para controlar, voltei a chorar, enfim estava na hora do embarque dei mais uma olhada para a porta central e nada.
Lara, Gustavo, Babi e eu embarcamos e minutos depois o avião decolou. Tudo o que eu acreditava havia se perdido em lembranças, o amor para mim não fazia mais sentindo, e os sonhos viraram pó, e apesar de tudo eu não morri, eu sobrevivi aos mais terríveis mal, a dor da perca, a dor da morte, a saudade, o mal que assombrava em meus sonhos não me fazia mais sentir medo, enfim eu estava retornando para onde nunca deveria ter saído, minha casa com certeza estaria vazia sem meus pais, mais sei que eles vão estar sempre comigo ,e o amor? Ah bom o amor é algo inacreditável, eu vivi, vivi o amor de meus pais, de meus amigos, o amor de minha melhor amiga, e confesso o que sinto por Bernardo com certeza é amor, mais ah esse amor agora só ficaria em minha cabeça.
***
Horas e horas depois desembarcamos na serra Gaúcha e de taxi fomos até Gramado, mais preciso na minha casa, Babi saiu correndo pela casa.
-- eu adorei isso aqui.
Levamos as malas para o andar de cima, e depois limpamos a casa toda, que estava empoeirada.
-- que tal brigadeiro?
Sorri para Lara.
-- ótima idéia.
Disfarçar era o melhor a se fazer, claro que era, afinal eu tinha minha melhor amiga e agora Babi, logo a noite chegou e coloquei a pequena Babi para dormir, dei boa noite para Lara e Gustavo e fui para meu quarto.
Com as luzes apagadas, as lembranças se passavam pela minha cabeça me permiti a chorar, aquilo doía mais que qualquer dor que eu já havia sentido, foi aqui onde tudo começou, foi aqui que eu me permitir amar outra vez e agora ele se foi, aquela dor era pior que a dor da morte dele, porque quando supostamente ele havia morrido eu sabia que ele me amava mais agora, ele me deixou por vontade própria, isso doía mais, de tanto chorar acabei dormindo.
-- tia, tia!
Abri meus olhos e já era de manhã.
-- oi querida, está tudo bem?
-- está sim, mais já está de manhã.
Me levantei, e desci as escadas Lara e Gustavo estavam sentados na mesa juntos, eles pareciam tão felizes, bom, mais eu não iria mais pensar nisso, hoje eu acordei decidida a retornar minha vida, chega de sofrimento e eu estava pensando em voltar para a escola.
-- Bom dia a todos!
-- uau, parece que alguém acordou de bom humor hoje.
-- com certeza, Lara estava pensando... que tal voltarmos a escola?
-- ah, serio? Nós iremos reprovar.
-- não se eu entrar na mente de alguns professores.
-- perfeito! Então amanhã retornaremos para escola.
-- e eu?
Olhei para a Babi, com cara de brava.
-- boa pergunta, e você minha querida.
Eu a peguei no colo.
-- eu também posso ir a escola.
-- será? O que você acha Lara?
-- ah ela pode ir para a escola de criança, tipo creche.
-- deixa tia, por favor.
-- está bem, mais se você for, prometa não contar aos seus amigos que a gente morava na Itália.
-- como quiser tia.
-- então está decidido, todos vamos para a escola.
-- menos eu é claro!
-- é menos você Guga.
-- mais você será nossa carona de todos os dias.
* * *
Voltar para escola foi totalmente estranho, as pessoas nos olhavam como se fossemos seres de outro planeta, bom eu não estava muito longe disso, confesso que eu fiquei um pouco cansada em entrar na mente das pessoas e mudar alguns fatos, mais uma coisa que não mudou nada foi a simpática incrível de Mônica por mim... estou sendo irônica, claro, ela não mudou nada.
-- olha quem está de volta!
-- sentiu minha falta não é?
-- nem um pouco.
Me virei, e então ela continuou.
-- ficou sabendo das novidades?
Virei de novo para ela.
-- quais?
-- estou namorando!
-- nossa, legal
Eu não sei porque ela pensava que eu me interessava pela vida dela.
-- não vai perguntar quem?
-- ai Mônica, se liga que que eu quero saber?
-- ah, mais eu vou falar mesmo assim, estou namorando o Marcello.
Não consegui segurar a risada.
-- qual é a graça ?
-- ah por favor, e você achou que iria me atingir com isso? Querida, eu já sei que você adora pegar meus exs, sabe ficar com meu resto mais agora achar que isso vai me afetar? Pode ficar com ele todinho para você.
Ela ficou sem reação, Mônica era assim sempre quis ser superior a mim, sempre quis me por para baixo, e para falar a verdade eu estava cansada disso, aquelas brincadeirinhas já não me atingiam mais, eu já estava cansada de muita coisa que de agora em diante eu não vou suportar mais.
Após a aula, fui para biblioteca da cidade, passei horas e horas lendo e acabei perdendo a hora, quando sai de lá já estava escuro mais resolvi ir andando, afinal o que poderia acontecer?
Vou andando de vagar nos becos da cidade, até ser parada por um cara, alto de cabelos negros igual a escuridão, e roupas negras.
-- você não tem medo de andar sozinha assim a noite?
Ele se aproximou mais, até que eu pude vê-lo melhor, seus olhos eram tão negros igual seus cabelos.
-- por que eu teria?
-- é perigoso, tem muita gente má nas ruas essa hora.
-- então isso significa que você é um cara mal?
-- depende.
-- de que?
-- de quem eu vou atacar.
Ele riu.
-- vai me atacar?
-- deveria?
-- não acho que seria uma boa idéia.
-- você é bem corajosa, a maioria das garotas teriam medo.
-- esse é o ponto, não sou como a maioria das garotas.
-- percebi isso desde da hora que te vi.
-- e há quanto tempo foi isso?
-- alguns minutos só.
Eu sorri.
-- mais e você o que faz perdido aqui, você não é brasileiro, é?
-- nossa, está tão na cara assim?
-- seu sotaque, italiano?
-- conhece italianos assim com facilidade?
-- morei um tempo lá.
-- sim, sou de lá.
-- e o que faz aqui ?
-- sou um viajante, gosto de conhecer lugares.
-- porque aqui?
-- é meio europeu, gosto disso.
Continuamos caminhando na escuridão...
-- mais e você, morou na Itália porque?
-- longa história...
-- e pelo jeito história complicada.
-- garoto esperto.
Ele sorriu.
-- gosta de velocidade?
-- sim, porque?
-- está afim de dar uma volta comigo?
-- em que?
Paramos em frente a uma moto, tipo A moto, e ele me entregou um capacete preto.
Fiquei olhando por alguns segundos o capacete na mão dele.
-- a garota corajosa perdeu a coragem?
Eu não o conhecia, e não confiava nele, mais o que poderia acontecer? Se ele tentasse alguma coisa eu o mataria, ele não sabe o que eu sou, e afinal para que confiar nas pessoas? A ultima pessoa que eu confiei me abandonou.
-- jamais!
Peguei o capacete em suas mãos e o coloquei, ele subiu na moto e eu subi na garupa.
-- pode agarrar o quanto quiser!!
-- engraçadinho.
E então ele arrancou com a moto, confesso que eu o segurei com mais força, pegamos a BR e saímos da cidade, ele corria muito, mais eu não estava me importando a adrenalina que corria pelas minhas veias era ótima a sensação indescritível.
Após mais ou menos uma meia hora na estrada ele parou em frente a uma casa, grande, mais parecia mal assombrada.
-- o que estamos fazendo aqui?
-- só uma paradinha.
-- que lugar é esse?
-- minha casa.
-- eu posso esperar aqui fora?
-- relaxa gatinha, não vou fazer nada com você.
Mais uma vez, eu desafiei, afinal eu posso cuidar de mim mesma.
-- ok, vamos então.
Entramos na casa, por dentro era bem bonita mais continuava parecendo mal assombrada.
-- pode fica a vontade, quer beber algo?
Olhei para a cozinha, e ele tinha digamos um pequeno bar particular.
-- quero.
-- o que? Um suco, água...
-- wisky.
-- uau, a garota corajosa gosta de bebidas mais fortes então.
-- na verdade não, mais estou afim de experimentar.
-- ok, mais vai com calma em mocinha, não quero ninguém passando mal.
-- relaxa.
Ele me trouxe um copo, com um pouco de wisky e gelo.
-- não vai me acompanhar?
-- claro!
Ele pegou um copo também.
-- um brinde!
-- a que?
-- a gente.
Eu ri.
-- você é maluco.
-- você é mais, por estar bebendo na casa de um desconhecido.
-- é já que os conhecidos não dá para confiar, vamos beber com desconhecidos mesmo.
-- isso ai.
Batemos os copos e bebemos, aquilo desceu queimando e ele riu da minha cara.
Meu celular toca. Lara, tinha que ser.
-- oi querida.
-- meu, onde você está?
-- me divertindo.
-- com quem?
-- um novo amigo.
-- você é maluca sabia?
-- é a segunda vez que eu escuto isso hoje.
-- bom, mais você sabe se cuidar sozinha então, tchau.
--tchau doida.
Desliguei o celular.
-- estão preocupados com você?
-- ah só minha amiga.
-- entendo.
-- mais onde estávamos?
-- sabe que eu não lembro.
Ele simplesmente era totalmente diferente de Bernardo, ele tinha um ar misterioso e meio rebelde com a vida, mais ele era simpático, e o sorriso dele parecia sincero.
-- e garota doida, a gente deveria marcar de sair sabia?
-- eu também acho.
-- e se eu fosse um assassino maniaco?
-- ah, se você fosse acho que escolheu a vitima errada.
-- você é da policia?
-- estou longe.
-- menos mal.
-- seu passado te condena?
-- digamos que sim.
Virei o resto de bebida do copo e ele também.
-- quer mais?
-- claro.
Ele se levantou e foi pegar mais, e meu ele era lindo, e eu já estou ficando zonza.
-- aqui está.
-- obrigada.
Bebi um, dois , três gole e acabou o wisky do copo.
-- oloco.
-- me leva embora?
-- claro.
Me levantei, e uau, estava um pouco zonza, ele me seguro, ficamos bem próximos, tipo muito mesmo.
-- então, é melhor a gente ir.
Ele continuou me mantendo bem próxima.
-- tem certeza que quer ir embora neste estado?
-- tenho sim.
Ele me pegou no colo e eu levei um susto, me levou até o lado de fora da casa.
-- me espera aqui.
-- mais sua moto está aqui.
-- você não acha que eu vou te levar de moto?
-- é tem razão, eu cairia da moto.
Ele entrou na garagem, e logo saiu com um jipe preto, eu entrei e fui guiando ele até minha casa.
-- bom é aqui.
Ele parou o jipe.
-- você está bem?
-- sim.
Ele desceu abriu a porta para mim e eu desci.
-- então, muito obrigada pela noite e nos vemos por ai.
-- com certeza.
Fui andando e então me virei.
-- hei, afinal como é o seu nome?
Ele sorriu.
-- Paollo.
Me virei de novo, e andei mais um pouco, e depois me virei para a rua.
-- a propósito o meu é...
ele já tinha sumido, uau, tão rápido como um raio.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Capitulo 23

Eu me olhava no espelho, com aquele vestido branco e não conseguia me ver, aquela não era eu, a minha volta estava Lara sorridente dando uns toques finais em meu vestido, um filme começou a se passar pela minha cabeça, e me dava vontade de sair correndo sem rumo e sumir, ir para um lugar onde nada e ninguém me encontrasse, mais eu não o fiz.
Tinha feito minha escolha e permaneceria ali, continuaria firme afinal eu estaria me casando com o homem que eu amo, meu protetor, ele sempre estaria ali por mim, minha melhor amiga estava ali com o cara que ela gostava que por sinal era meu cunhado, meu irmão estava ali de mãos dadas com a pequena Babi, deveria ser o dia mais feliz da vida de uma mulher, mais a questão é , eu ainda não era uma mulher, eu estava perdendo toda a minha juventude me casando, me tornando rainha.
-- está na hora Anny.
Me virei, Lara estava feliz como nunca.
Eu a abracei.
-- obrigada por estar aqui.
-- ah por favor, não me faça chorar, vai borrar minha maquiagem.
Eu sorri, e ela me abraçou mais uma vez.
-- somos melhores amigas não somos? Eu estarei sempre com você.
Tarde demais, lágrimas escorreram de nossos olhos.
-- olha a maquiagem Lara.
-- tem razão, você está linda amiga.
-- você também.
Vinícius deu duas batidas na porta e entrou.
-- está pronta irmãzinha?
-- sim.
Ele pegou em minha mão e saímos.
Havia uma multidão de gente lá fora, gritando.
-- Salve a Rainha!
Meu coração quase saiu pela boca, eu parei, Vinícius me olhou e falou baixinho.
-- fique calma, vai dar tudo certo.
-- e-e-u não s-ei mais se quero fazer isso.
-- você não pode desistir agora.
-- acho que eu posso.
-- por favor Anny, é o Bernardo que está te esperando lá na frente se lembra?
-- não posso, não posso me casar, eu só tenho 16 anos, eu tenho direito de escolher, eu tenho o direito de ter minha vida de volta, por favor me ajuda.
Comecei a chorar desesperadamente.
-- Anny por favor, é o Bernardo lembra?
-- e é a minha vida.
Me virei e Vinícius me segurou.
-- tem certeza? Que vai fazer isso mesmo?
-- Bernardo, vai me perdoar.
Soltei sua mão e corri, meus olhos estavam embaçados de tanto chorar , entrei dentro da floresta e fui correndo no meio das árvores, me desviando dos galhos, meu vestido acabou rasgando quando eu passei por alguns galhos e eu me cortei, sentei em uma pedra e chorei tudo o que eu precisava chorar, no meio das árvores vi um vestido branco passar.
-- quem está ai?
Ninguém respondeu, gritei mais uma vez.
-- QUEM ESTÁ AI?!?!
Minha mãe apareceu para mim.
-- filha...
-- mãe!!
levantei e fui abraçá-la, mais ela deu um passo para trás.
-- o que você está fazendo?
-- como assim?
-- Anny, eu sei que é difícil, mas você não pode abandonar agora.
-- ah claro, eu tenho que me virar sempre, agora casar? Primeiro de tudo que eu nunca quis nada disso.
-- mais se você chegou até aqui, vai desistir?
-- estou pensando seriamente em desistir, e ir embora.
-- você não o ama? Você não fez o que fez para salvá-lo da morte? Agora é a chance de vocês ficarem juntos de vez... e o reino? Não lutou com o Gennaro para nada não é mesmo?
Abaixei a cabeça.
-- você tem razão.
-- claro que tenho, agora se aprece.
-- mais meu vestido rasgou, e minha maquiagem está borrada de tanto chorar.
-- renove, você não é uma rainha diferente? Pois bem, mostre que isso não tem importância e volte para o castelo. Vá!
Corri de volta para o castelo, entrei correndo, enxuguei minhas lágrimas, rasguei a barra do meu vestido fazendo ele ficar mais curto e entrei.
Bernardo estava saindo pelo outro lado, todos estavam levantando, percebi que Vinícius não disse que eu não viria, ainda bem.
-- Bernardo!!!!!!
ele se virou, todos olharam e se sentaram, Vinícius e Lara sorriram, Babi correu até mim.
-- tia, você está atrasada.
-- eu sei querida.
A Música começou a tocar, e eu respirei fundo e entrei, chequei até o altar.
-- você está bem?
-- agora estou.
Eu não conseguia me focar em quase nada que o padre estava falando, minha cabeça estava longe, no Brasil, no colégio, na minha antiga casa e em tudo o que me fazia sentir saudades...
-- Anny!!
Olhei para Bernardo.
-- que?
-- repita por favor padre.
-- Anny Nosferat aceita se casar com Bernardo Rommero, e o torná-lo seu rei?
Pera ai, meu nome é Anny Venturelli, ah droga agora não existe mais o Venturelli e sim só Norferat.
-- aceito!
Dei o sorriso mais falso que eu pude dar na minha vida, eu o amava e não tinha dúvidas disso, mais poxa vida eu só tinha 16 anos, daqui alguns dias 17 mais mesmo assim, é demais para mim.
-- pode beijar a noiva!
UAU serio? espera ai eu nem escutei ele falando que também aceitava e quando vi ele já havia me puxado e me beijado.
Enfim, casamos, eu uma garota de 16 anos casada, tem noção? Do que virou minha vida em tão pouco tempo? Mais agora estava feito.
Logo após, teve a coroação ele se tornou rei e eu rainha, eu penso que se eu contasse ninguém acreditaria mais aconteceu, e está acontecendo sou uma rainha e sou casada com 16 anos.
Houve festa, houve bolo, música e todos se divertiram, confesso eu também acabei de divertindo depois, Babi estava linda e toda alegre, Gustavo e Lara também e todo o reino me saudava e também a Bernardo, eu o olhava e pensava que sim ele era o homem de minha vida.
Voltamos de madrugada para o castelo, subimos para nosso quarto que no caso era meu, mais virou nosso, ele se aproximou de mim e me puxou para mais perto e sorriu.
-- agora posso te chamar de minha!
-- sempre pertencerei a você.
-- eu te amo.
-- também te amo.
Eu o beijei, e aquele beijo significava uma nova vida, um novo começo, nós nos envolvemos e nos tornamos um só.

***
Pela amanhã acordei e me virei para Bernardo, ele não estava lá, me levantei e fui até o banheiro lavei meu rosto voltei para o quarto, havia um bilhete em cima da comoda ao lado da cama, eu o peguei e li.
Cada momento com você foi único, mais acabou. È eu sou assim não consigo permanecer num mesmo lugar por muito tempo, meu trabalho estava feito, você venceu tudo e todos e e assumiu seu trono, agora poderei viver minha vida sem me preocupar.
Não se preocupe, renunciei a coroa de rei, e a entreguei para Vinícius, e quanto ao nosso casamento? Bom, hoje seria o dia em passaríamos para o papel lembra? Eu renuncio também. Se cuida.
Com carinho – Bernardo “
Pisquei algumas vezes, me sentei na cama com o bilhete nas mãos palavras como “ acabou”, “ renunciar” ,“ viver a vida sem se preocupar” começaram a passar pela minha cabeça, eu não estava acreditando nisso, é uma brincadeira uma brincadeira de muito mais muito mal gosto, Bernardo nunca foi de brinca desse jeito comigo, e fazer isso logo após nosso casamento? Logo após de ele se declarar e me chamar de dele eu dizer que pertencia a ele? Como eu fui estúpida a ponto de dizer isso, isso não era real, não podia ser real, calma eu vou descer as escadas e ele vai estar lá rindo com os outros por essa brincadeira estúpida e eu vou matá-lo com certeza.
Respirei fundo e desci as escadas, estava todos tomando café , digo todos menos Bernardo e Vinícius, então me lembrei do bilhete dizia que ele havia entregado a coroa a Vinícius.
-- Bom dia Anny.
-- bom dia, alguém Bernardo?
-- não, ele deveria estar com você afinal ele é seu marido.
-- Vinícius? Alguém o viu?
-- não, está tudo bem?
-- não sei.
Subi as escadas correndo, e me tranquei no quarto, o que eu faria agora? E se for verdade? Meu Deus e se for verdade, o que vai ser de mim? As lágrimas correram de meus olhos, eu não queria chorar, nem sabia se era verdade ou não, mais não conseguia me controlar, alguém bateu na porta eu corri e abri.
-- Anny precisamos conversar.
-- Vinícius, você não sabe o que aconteceu.
-- senta.
Me sentei.
-- fale.
-- Bernardo foi embora, e eu não sei porque ele me disse que tava tudo bem mais precisava ir que era o melhor a fazer, o que houve com vocês?
-- então é verdade, ele se foi, não aconteceu nada absolutamente nada, eu não entendo.
Abaixei a cabeça e queria morrer aquele instante, ele era o meu equilibrio meu ponto de paz, e agora? Agora ele se foi.
-- Viní, bom, já que você está com a coroa e tudo mais eu acho melhor eu ir embora.
-- que?
-- isso mesmo, vou voltar para o Brasil recomeçar minha vida, voltar para o colégio e tudo mais.
-- você tem certeza disso?
-- tenho, sério aqui não tem mais nada que me prenda, você vai ser um bom rei que eu sei e acho que não tem mais o que eu fazer aqui.
-- eu te apoio em qualquer decisão que você tomar, se você acha que é melhor para você então eu te apoio.
-- obrigada, eu vou falar com a Lara e irei levar a Babi comigo.
-- está bem , e quanto ao dinheiro de você se sustentar e sustentar a Babi, você não precisa se preocupar, tem uma conta no seu nome que sua mãe deixou, acho que dá para viver tranquilamente para o resto da vida.
-- obrigada, vou falar com a Lara e a Babi.
Sai de meu quarto e fui até o quarto de Lara.
-- amiga, o que está acontecendo que você estava chorando?
-- Bernardo foi embora, e então eu quero voltar para o Brasil com você e a Babi, você quer voltar comigo?
-- claro, mais como assim ele foi embora?
Entreguei o bilhete e ela o leu.
-- Oh, meu Deus como ele pode?
-- eu não sei.
Lara me abraçou e eu voltei a chorar.
-- vamos voltar sim para o Brasil, você vai levar a Babi.
-- claro.
-- vai ficar tudo bem Anny, eu estou com você para sempre e não importa o que aconteça eu estarei contigo.
-- Obrigada, de verdade, vem vamos achar a Babi.
Fomos até seu quarto, ela estava brincando.
-- Babi!!
-- bom dia tia.
Me ajoelhei ao seu lado.
-- Querida, o que você acha de viajar com a tia para o Brasil?
-- ai, sempre quis viajar.
-- então você quer vir?
-- claro tia.
Eu a abracei.
Vinícius entrou pela porta.
-- Anny, eu já estou cuidando de tudo as passagem e tudo mais, quando você quer ir?
-- amanhã se possível.
-- claro, eu irei providenciar para vocês.
-- obrigada, vem Babi vamos arrumar suas coisas.
Ela pegou tudo o que ela tinha no quarto e colocamos em cima da cama, Mayon nos trouxe malas e colocamos nas malas, depois de arrumar tudo suas coisas ela foi brincar lá fora e eu fui para meu quarto arrumar minhas coisas, olhei para meu armário estava cheio de vestidos eu só peguei os que daria para usar no Brasil, as minhas roupas que eu levei para lá, algumas jóias da minha mãe e coloquei tudo nas malas, me sentei na cama com o bilhete na mão e resolvi guardar não sei porque e nem para que, mais eu guardei junto com algumas roupas.
Desci as escadas, e fui até o jardim do castelo me sentei no balanço e pensei em nada, eu simplesmente não queria pensar, só esquecer tudo, ter minha vida de volta seria difícil eu sei, não seria mais a mesma coisa, claro que não seria, mais eu estava disposta a tentar remoçar , porque isso para mim foi o fim, ele me abandonou e agora eu estou abandonando tudo pelo qual lutei.