domingo, 24 de abril de 2011

Capitulo 20

Passei a noite toda lendo o livro de feitiços de minha mãe e traduzindo as palavras, mais me foquei no feitiço de tentar trazer Bernardo de volta.
Pela manhã fui até a sala onde estava o corpo dele, mais não estava lá me desesperei e sai gritando pela casa.
-- Onde esta Bernardo????
-- Majestade, o senhor Vinicius pediu que retirassemos o corpo do senhor Bernardo.
-- o que? Eu sou a rainha aqui, onde está o corpo dele?
-- Senhor Vinicius cuidou disso.
-- onde ele está ? Cadê meu irmão?
-- está dormindo.
-- que horas ele deu essa ordem?
-- ontem a noite.
-- está bem, obrigada.
Subi as escadas correndo e fui até o quarto de Vinicius.
-- como ousa!
Ele acordou com meus gritos.
-- o que? Ta louca?
-- vou ficar se você não me explicar o que está acontecendo, onde está Bernardo?
-- Você está enlouquecendo Anny, ele está morto.
-- Me devolve ele.
-- Anny para, o corpo dele não podia ficar lá.
-- onde você o colocou?
-- eu o enterrei, fiz um velório para ele.
-- O QUEEEEEEEE? Como ousa, eu te pedi para não fazer isso, me leve até lá AGORA.
-- Ah por favor, não venha me dar uma de rainha mandona ok? Não vou te levar até lá, ah, e só para lhe informar você precisa de um rei em dois meses se não perde seu reinado.
-- como assim? Perco meu reinado? E quem vai assumir?
Cruzei os braços.
-- Quem você acha? Eu é lógico.
-- então é isso? Você sempre quis o reinado, mais não tinha força o suficiente para enfrentar Gennaro e então me usou.
-- pobre irmãzinha iludida.
-- está bem, mais eu ainda sou a rainha então te ordeno me leve até ele agora.
-- rainha por enquanto, está bem se quer sofrer que sofra eu te levo até lá.
Saimos do castelo e fomos até o jardim que havia atrás, entramos no bosque e andamos por meio das árvores e saimos a um pequeno jardim lindo, absolutamente lindo ele foi até uma gruta e arrastou a a porta de pedra entramos lá e descemos as escadas.
-- pronto ele esta enterrado ali em baixo.
Olhei para um túmulo de mármore e me desesperei.
-- você tem que me ajudar a tirar ele daqui.
-- não mesmo, meu Anny ele está morto, MORTO.
-- mais eu posso salva-lo , só me dê um tempo.
-- você está louca, ele morreu não pode ser salvo.
-- por favor.
Me ajoelhei em frente ao túmulo.
-- me ajuda.
-- sinto muito.
Ele saiu da gruta e fechou a porta de pedra me trancando lá.
-- bom irmãzinha, fica a vontade em ficar com ele.
Me levantei e corri até a porta, mais ele fechou.
-- Vinicius não, me tira daqui.
Eu gritava, mais não funcionava, ele havia me trancado lá, aquele lugar estava escuro e abandonado, precisava sair dali antes que eu morresse.
Tentei fazer um feitiço para retirar a pedra, mais parece que ela estava enfeitiçada, me sentei no chão sem esperanças, senti algo no chão, me levantei e era uma pedra mas estava escrito algo, assoprei a poeira:
Quando a porta se fechar a escuridão virá, a única maneira de escapar é pela manhã quando o sol raiar, mais cuidado na escuridão muitos virão mas poucos sairão”
Fiquei sem entender, então quer dizer que eu ficarei presa aqui até amanhã? Ainda está dia
é muito tempo, e como assim “ muitos virão mais poucos sairão”? E agora ? Eu preciso sair daqui URGENTE!.
Olhei para o túmulo de Bernardo e me deu um frio na barriga, e agora como eu tirarei ele e eu daqui, e como eu poderei salva-lo? O medo tomou conta de mim eu não sabia o que fazer,reparei bem no túmulo e vi que ele não estava lacrado, empurrei com força e a tampa caiu, olhei para dentro e não havia nada, Bernardo não estava lá, meu Deus além de me trancar aqui e querer meu reinado Vinicius roubou o corpo de Bernardo, ele sabe que eu e ele juntos somos indestrutiveis, agora eu estava com raiva, muita raiva, Vinicius me paga e se a única maneira de sair é quando sair o sol, eu irei dormir aqui e amanhã vou cortar o barato de Vinicius e vou aprender o feitiço para libertar Bernardo do mundo dos mortos, mais antes preciso achar o corpo dele.
Alguém me toca, me viro e é minha mãe Diana.
-- Filha, não perde tempo você precisa sair daqui logo.
-- eu sei, mais como?
-- debaixo do túmulo tem uma passagem dá para sair por lá.
-- mais mãe, é muito fundo.
-- é o único jeito, antes que Vinicius volte e tente desmoronar aqui tentando mata-la.
-- porque ele está fazendo isso?
-- a culpa não é dele, é o poder que está subindo a cabeça, ele ficou muito tempo no mundo interior com pessoas más, e então ele não saiu completamente bom, tem seu lado ruim igual você tem seu lado negro.
-- o que você quer dizer com isso?
-- muito coisa ainda há de acontecer, e filha sei que você optará em salvar Bernardo e não te culpo, mais você precisa tomar cuidado com esse feitiço, porque quando você entrar no mundo dos mortos você vai ter que ter muita coragem para atravessar o corredor até Bernardo, eu preciso ir, e saia daqui rápido.
-- está bem.
Subi em cima do túmulo e pulei, era alto e acabei machucando minha perna na queda, estava tão escuro eu não via nada, nem minha própria mão, acendi uma chama de fogo na minha mão e comecei a caminhar, quem será que havia criado isso? Confesso sentia falta de Gramado, porque desde que eu cheguei aqui nada dá certo, o túnel não tinha fim e aqui em baixo era frio, nem o fogo estava adiantando, comecei a andar mais rápido lá na frente havia uma luz, pequena mais havia era como se fosse a antiga expressão “ uma luz no fim do túnel” meus passos aumentavam a velocidade cada vez mais, quando vi eu já estava correndo a luz ia aumentando cada vez mais, quando me aproximei aquele brilho me cegou por uns instantes, continuei a andar mesmo sem enxergar nada a luz estava realmente muito forte, andei mais um pouco até conseguir sair do túnel, mais ainda não enxergava aquela luz queimava meus olhos, eu não sabia onde estava e não conseguia abrir os olhos ajoelhei e abaixei a cabeça, eu tinha que conseguir , eu precisava sair dali mais como? Se não conseguia nem enxergar eu sentia aquela luz me queimar é como se eu estivesse do lado do sol ,está ai uma das razões de eu preferir a noite, mais e agora? Mesmo sem enxergar levantei e fui andando com os olhos fechados, abri por uns instantes para me localizar e continuei andando , fui em direção a uma enorme árvore que havia, que parecia o único lugar que dava para enxergar, quando me aproximei deu para abrir os olhos agora era só ir pela sombra da árvore, mais havia alguma coisa ali, me aproximei mais era um túmulo, limpei a pedra.
Diana Nosferat 1732 1994 \ \ Franchesco Riquilio Nosferat 1425 1994 “
Era o túmulo dos meus pais, e era estranho a idade deles minha mãe tinha mais ou menos uns 260 anos e meu pai uns 565, pensar que uma pessoa viveu tudo isso com aparência jovem e morreram tentando me salvar, por mais que eu não devesse me sentir culpada, eu me sentia , era meus pais gostaria de tê-los comigo, de conhecer eles, não reclamo dos meus pais adotivos foram maravilhosos e também se foram, meu namorado se foi, meu irmão me traiu eu não tinha mais motivos para continuar, mais desistir? Aqui? Depois de tudo o que eu passei seria covardia, seria egoísmo da minha parte, tantos morreram por mim e eu apenas desisto? Não, eu não vou desistir, fui andando pela sombra da árvore até achar o caminho de volta.
Consegui chegar ao castelo depois de uma meia hora, abri a porta central fazendo bater com força contra a parede, todos levaram um susto e principalmente Vinicius.
-- A-A-Anny?
-- ué quem mais seria irmãozinho?
Cruzei os braços e sorri com ironia.
-- onde você estava?
Ele parecia assustado.
-- ah, então fui dar uma volta e acabei me perdendo sabe como é sou tão desligada.
-- fiquei preocupado com você.
-- imagino que sim.
Passei por todos na sala e subi as escadas.
-- irei tomar um banho e depois descansar então, não me incomodem.
-- sim majestade.
Olhei com olhar de superioridade e subi, tranquei a porta do meu quarto e fui para o banheiro, no chuveiro só pensei em me desligar olhei para a água no chão e estava vermelha de sangue me assustei e procurei onde eu estava cortada mas não achava me desesperei desliguei o chuveiro e fui até o espelho meu nariz sangrava, mais porque? Peguei papel e limpei o sangue aos poucos foi contendo e diminuindo o sangue, liguei o chuveiro novamente e me enxaguei e sai novamente, troquei de roupa e peguei o livro, mais eu precisava de um lugar para treinar o feitiço como um campo de treinamento e eu ainda precisava achar o corpo de Bernardo, que Vinicius escondeu e não sei onde está.
Fui até a janela e olhei para além de onde eu podia ver, lá no fundo viajei por aquelas dimensões, eu precisava pensar em uma saída, precisava salvar Bernardo e agora como seria, sou uma rainha o que uma rainha deve fazer? Dar ordens para seu povo? Pelo o que eu vi todos estão muito bem, não quero mais essa vida só quero Bernardo de volta e ir embora voltar para o Brasil, estava quase a ponto de entregar meu reinado á Vinicius ele saberia o que fazer, talvez devesse mesmo fazer isso, mais agora preciso me concentrar em Bernardo.
A noite na vila logo chegava, parecia que havia mais noite do que dia, confesso que gosto da noite, da lua eu sou totalmente apaixonada pela lua, quem sabe ela não me dá uma luz, me ajude encontrar uma maneira de resolver tudo isso, voltei para minha cama e peguei o livro li e reli varias vezes eu me sentia pronta talvez eu devesse tentar, sei que é perigoso mais deveria realmente tentar, mais antes preciso fazer um feitiço para encontrar Bernardo, pois bem esperei a ficar mais a noite e sai silenciosamente do castelo fui até o porão que havia no jardim acendi velas e as coloquei no chão, pelo o que diz no livro as palavras deveriam ser ditas duas vezes, uma em português e outra em italiano, pois bem lá vou eu, me concentrei, canalizei meus poderes e disse o que eu desejava:
-- Que os cinco elementos se juntem, que meus poderes me ajudam a encontrar o corpo de Bernardo Rommero esta noite!!
Respirei fundo e repeti em italiano.
-- I cinque elementi si mettono insieme, che i miei poteri per aiutarmi a trovare il corpo di stasera Bernard Rommero!!
Sei que meu italiano é péssimo, mais tomara que funcione, as velas se apagaram com o vento que entrou no porão, continuei com os olhos fechados concentrada em meus poderes, ar, água, terra, fogo e mente.
O vento parou e as velas acenderam novamente, pequenas luzes acenderam formando um caminho eu as segui, sai do porão passei pelo jardim e fui seguindo as pequenas luzes que acendiam, as luzes me levaram até o castelo, para o subterrâneo do castelo meu passo aumentava a cada segundo, quando eu vi estava correndo, entrei em um corredor escuro e continuei a seguir as luzes me coração estava acelerado, as luzes se apagaram em frente a uma enorme porta de madeira, eu a abri de vagar e lá estava o corpo de Bernardo dentro de uma tumba de vidro, tão pálido, eu odiava pensar que ele estava morto, como eu queria que ele abrisse os olhos, eu não aguentava mais aquela situação, está decidido amanhã a noite eu irei fazer o feitiço, fiquei mais alguns minutos o observando como eu o amava, lágrimas correram pelo meu rosto, mais tudo ia ficar bem amanhã a noite ele voltaria para mim.
Sai de lá e voltei para meu quarto sem que ninguém percebesse, deitei em minha cama e apenas fechei os olhos.
-- Anny acorde.
Abri os olhos.
-- que horas são Vinicius?
-- hora da rainha ir conversar com os conselheiros do castelo, e assumi logo seu papel de rainha não é mesmo majestade?
-- é, eu já vou indo.
-- ah, e só para perguntar, já arrumou um novo rei?
-- já.
-- uau, esqueceu Bernardo rápido em.
-- não esqueci ele.
-- então quem é o novo rei.
-- logo você saberá, agora me de licença preciso me trocar.
-- ok ok majestade.
Vinicius saiu, e eu me levantei e me troquei, desci e estava todos a minha espera.
-- bom dia majestade.
-- bom dia.
-- bom, estamos com alguns problemas há vizinhos nossos que estão querendo nossas terras.
-- nossa, isso ainda existe em pleno século XXI ?
-- sim, então com a nova rainha propomos que a vossa majestade vá até lá e converse com a realeza.
-- sem problemas, é só marcar, é só isso?
-- sim.
-- o.k me de licença tenho afazeres.
-- sim senhorita.
Passei a tarde toda nervosa, andei pelo jardim, fui ao túmulo de meus pais, li mais algumas vezes o livro de feitiço de minha mãe, brinquei de acender bolas de fogo em minha mão, e a noite logo chegou,
Quando o castelo todo dormiu, eu coloquei uma capa preta, peguei o livro e fui até o subterrâneo do castelo, onde estava o corpo de Bernardo, acendi as velas em volta dele abri o livro na mesa e comecei o ritual, eu precisava encontrar a chave neste castelo então comecei com o feitiço da chave, o livro dizia que era para fazer como para achar o corpo, eu precisava trazer a chave até mim, pois bem me concentrei, fechei meus olhos e falei duas vezes o que eu queria:
-- traga-me a chave que abre a porta do mundo exterior.
Respirei fundo e repeti.
-- portami la chiave che apre le porte al mondo esterno.
Mantive meus olhos fechados, só sentia ventar, após alguns segundos abri meus olhos e a chave estava flutuando na minha frente, era uma chave negra e havia uma caveira desenhada nela, eu a peguei, virei a página do livro e mudei as velas de lugar as acendi novamente e criei uma bolha de ar em volta do porão, para que quando eu entrar em transe ninguém possa atrapalhar, a parte da chave foi fácil eu a amarrei em um cordão junto ao meu colar e comecei o ritual, precisava repetir várias coisas, e sempre duas vezes uma português outra italiano e eu já sabia que meu italiano era péssimo, mais precisava dar certo.
Primeiro passo, achar a porta para ir para o mundo dos mortos, abri -la com a chave e entrar, segundo passo chamar por Bernardo, e o entregar a chave, terceiro passo conseguir sair de lá, para isso nós dois precisamos sair e ele trancar a porta do mundo dos mortos e por ultimo eu o chamo de volta para o mundo dos vivos fazendo nós dois voltar.
Está bem, não deve ser tão difícil.
Fechei meus olhos e me concentrei, o abri e li a frase:
-- O dom foi me dado, apenas uma vez poderei entrar, aqui estou, pronta para o mundo exterior.
-- Il dono è stato dato a me, una volta che posso avere io sono qui, pronto per il mondo esterno.
As luzes se apagaram, e como se algo me puxasse para dentro de um túnel, mantive o controle e abri os olhos eu estava em um corredor escuro e eu escutava vozes todas juntas gritando, não conseguia entender o que era, andei até encontrar uma imensa porta que eu não conseguia ver o fim dela de tão alta que ela era, peguei a chave em meu pescoço e coloquei no trinco e virei, a porta se abriu e eu entrei a porta se fechou atrás de mim, tudo estava escuro continuei a andar e comecei a escutar as vozes novamente aos poucos fui vendo pessoas mais é como se elas não me vissem, avistei minha mãe e então a chamei mais ela não me escutou, continuei andando e vi muita gente que me dava arrepios de longe avistei Bernardo, corri até ele mais ele não podia me ver nem me ouvir, fechei os olhos e fiz a segunda parte.
-- Te escolho para voltar ao mundo dos vivos comigo
-- Si sceglie di tornare al mondo dei vivi per me.
Abri os olhos e ele sorriu para mim, será que ele podia me ver?
-- Bernardo?
-- Anny, você morreu?
-- não Bê, eu vim para te salvar venha precisamos sair daqui.
-- mais como?
-- me segue.
Peguei em sua mão e corremos em direção a porta, mais naquele instante parecia que todos podiam nos ver e começaram a correr para o nosso lado gritando que eu os salvasse, corri cada vez mais depressa e entreguei a chave a Bernardo, ele abriu a porta e saiu e me puxou por pouco que eu não consigo sair, ele trancou a porta e me devolveu a chave agora era só convida-lo a voltar.
-- Te convido Bernardo Rommero a permanecer ao mundo dos vivos.
-- Vi invito a rimanere Bernardo Rommero nel mondo vivente.
Uma luz branca se acendeu e eu abri os olhos, olhei para o corpo de Bernardo e ele estava imóvel, será que não deu certo? Mais eu fiz tudo certo eu estava tão perto dele.
Fechei o livro de feitiços e peguei as velas coloquei em um saco e fui caminhando em direção a porta.
-- vai mesmo me largar aqui?
Virei rapidamente, e havia dado certo Bernardo havia retornado, corri até ele e o abracei.
-- Graças a Deus, eu consegui você está de volta.
-- sim meu amor, e agora nada mais vai nos separar.

domingo, 3 de abril de 2011

Capitulo 19

-- você se acha bem esperta não é ?
-- você se esqueceu de quem eu sou filha?
Os olhos de Gennaro pareciam ter ódio, por lembrar que eu era filha daquela que o desprezou e por aquele que sempre teve tudo o que ele quis.
-- o que você quer?
-- meu castelo, meu reino, meu povo.
-- e você acha que o que? Vai chegar aqui e pedir isso, e se você não for quem fala que é.
Eu ri irônica.
-- pois bem, minha mãe é a Feiticeira do Fogo, vamos deixar isso mais quente.
-- ele era, a Feiticeira do Fogo, pois morreu, eu a matei.
-- e você vai se arrepender cada segundo por isso.
Juntei minhas mãos, e me concentrei olhei Gennaro rindo de mim, então eu fiz crescer uma pequena bola de fogo.
-- só isso?
Ele deu gargalhadas.
-- sua ultima chance, saia daqui e me de o que por direito é meu.
-- só por cima do meu cadáver.
-- isso não vai ser nenhum problema.
Lancei a bola de fogo nele, que no ar ela se expandiu se tornado uma imensa bola de fogo prontinha para queimá-lo, e dito e feito ela caiu sobre ele e ele gritou de dor, o fogo o queimava aproveitei que ele estava tentando se livrar da armadilha e criei uma bolha de a lancei nele fazendo ele flutuar, eu podia controlar ele no ar, olhei para o lado e havia muitas pessoas na praça em frente o castelo onde nós estavamos, eles deveriam ter esperado muito por isso, o lancei para cima e apontei minhas mãos para ele fazendo sair raios elétricos o fazendo gritar ainda mais, por mais agonizante que aquilo fosse eu gostava, gostava de ver ele sofrendo e pagando por tudo o que fez a mim e minha família.
Eu vi ele tentar escapar, mais eu continuei mandando bolas de fogo,ele caiu.
Me aproximei para conferir que estava derrotado, agora só faltava eu enfiar uma estaca e arrancar seu coração e usá-lo como troféu, o que? Ele não é um vampiro para matá-lo como uma estaca em seu peito, mais queria me certificar que ele nunca mais voltaria.
Bernardo me abraçou por trás, eu me virei o beijei.
-- acabou Bê
-- sim.
Ele sorriu, e eu senti uma dor insuportável que me paralisou.
-- o que foi Anny?
-- N-não posso respirar.
Eu tremia, olhei para o chão Gennaro estava usando um feitiço em mim, que não deixava eu me mover e que ardia cada músculo do meu corpo, ele foi se levantando.
-- sua menininha levada, chega de graça vamos acabar com isso logo.
Uma lágrima escorreu de meus olhos, Bernardo soltou minhas mãos e foi em direção a Gennaro.
-- Bernardo NÃAAAAO.
Não conseguia me mover, só conseguia olhar Bernardo se aproximando de Gennaro, Bernardo lançou uma corrente de ar que envolveu Gennaro o fazendo gelar.
Enquanto isso eu tentava me livrar do feitiço de Gennaro, tentei me concentrar em sua mente e o fiz ficar confuso, mais o feitiço era muito forte, eu precisaria concentrar muita força na mente dele.
Bernardo envolvia Gennaro em sua corrente de ar gelado, era como se fosse hidrogênio saindo das mãos dele.
Gennaro lutava contra o hidrogênio e minha mente, eu o vi fazendo um movimento nas mãos perigoso ele apontou a mim, meu coração acelerou, seu olhar diabólico me fez tremer, algo como um tiro saiu de suas mãos eu vi aquilo se mover tão rapidamente em minha direção e eu não poderia fazer nada, e logo agora que eu estava quase me livrando do feitiço, vamos lá Anny só mais um pouco, mais antes que eu pudesse me livrar Bernardo entrou em minha frente, eu estremeci e o acertou,ele caiu no chão e não se movia, meus olhos transbordaram de lágrimas, consegui me livrar do feitiço, e agachei para socorrer Bernardo, mais ele estava frio e não respirava.
-- Esse garoto achou mesmo que poderia me vencer.
Olhei Gennaro chegando mais perto, me levantei e mesmo tremendo e chorando o ódio me contagiava, ele acabara de matar o homem que eu amava, canalizei todos os meus poderes em mim, e o soltei com tudo em direção a ele, ele continuava resistindo, e eu não parei, tudo o que havia em mim eu lancei contra ele, juntou-se uma imensa corrente de fogo com ar, e raios, água e ar, se formando uma grande força letal, aquilo foi fazendo ele ir caindo, e eu também, estava ficando fraca, mais não me permitia cair não antes dele, eu vim para matá-lo e eu irei, ele caiu desacordado, eu o levantei no ar o lancei contra a parede e lancei todas as toras de ferro que havia na praça em sua direção o perfurando todo, ele caiu morto no chão, me virei para Bernardo ele estava imóvel voltei a tremer, e engatinhei até ele, coloquei sua cabeça em meu colo e comecei a chorar.
-- por favor, não me deixe.
Chorava desesperadamente, eu o balance.
-- POR FAVOR VOLTA!!
Eu me via sozinha no escuro gritando para que ele voltasse, mais ele não se movia, escutei um barulho e olhei rapidamente para o lado... Fúrias.
Não me importei, se eles quiserem me matar eu não vou reagir, eu nem terei forças para isso, um raio o lançou para trás eu olhei de novo e ali estava meu irmão matando todos os Fúrias, ele correu até mim.
-- Vi Gennaro morto.
Olhei com os olhos cheios de lágrimas e ele pode perceber...Bernardo estava morto.
-- o que? Anny não me diga que... não, não pode ser.
Vinicius tremia, ele se ajoelhou ao meu lado e me abraçou chorando.
-- ele era meu melhor amigo.
Eu chorava mais ainda.
-- eu o amava.
-- mais como ele morreu?
-- morreu para me salvar.
Olhei ao lado, e havia uma multidão de pessoas me olhando e logo a frente o castelo enorme, Mayon se aproximou.
-- você é a nova rainha.
Tudo aquilo não tinha importância para mim, eu só queria Bernardo de volta, não queria ser rainha sem um rei, sem o meu rei, que morreu por mim.
Me levantei, Vinicius se levantou ao meu lado e pegou o corpo de Bernardo e fomos andando até o castelo, alguém no meio da multidão gritou.
-- Viva a Rainha!
Todos gritaram
-- Viva a Rainha!
Eu estava com ódio de mim mesma, eu deveria ter ficado no Brasil, pois lá eu ainda o teria, do que me adianta ser Rainha sozinha.
Entrei no castelo e desabei a chorar, Vinicius levou Bernardo até um quarto e o deitou lá, e pegou em minha mão.
-- eu te levo até seu quarto.
-- quero ficar com ele.
-- Anny, ele está morto, você não pode dormir com uma pessoa morta.
Aquelas palavras doía.
-- onde é meu quarto?
-- no quarto do rei e da rainha venha.
Passamos por um corredor imenso, e entramos em uma porta enorme, o quarto era magnifico, mais não me importava naquele instante.
Fui até o banheiro, e comecei a tirar minhas roupas para um banho, entrei na banheira e a enchi de água, deitei lá e mergulhei fechei meus olhos e só via a imagem de Bernardo morto, o meu ar ia acabando mais eu não queria levantar, queria poder permanecer debaixo da água para sempre.
Escutei alguém bater na porta, sai da banheira me sequei com a toalha e vesti um roupão, abri a porta.
-- Alteza, o senhor Mayon está te esperando na sala real.
-- quem é você?
-- Marco o seu criado.
-- avise-o que eu já estou descendo.
-- sim senhora.
Eu nem sabia que tinha criados, fechei a porta e procurei algo no quarto para me vestir, abri o guarda-roupas e meu Deus, tinha milhares de vestidos lindos, iguais aqueles dos filmes de antigamente, peguei o primeiro que vi na frente e me vesti, me olhei no espelho e desejei que Bernardo pudesse me ver assim, sai do quarto desci a grande escadaria do castelo.
-- Majestade.
Mayon fez reverencia para mim.
-- Por favor não me chame assim e nem faça reverencia.
-- é assim que tratamos a rainha.
-- não me sinto como uma.
-- a propósito, ficou bem o vestido de sua mãe em ti.
-- obrigada, o que te traz aqui Mayon?
-- como rainha, a senhora precisa saber sobre seu povo e o que precisa fazer, e eu me ofereço para ajudá-la.
Mayon era de confiança para Bernardo, então não haveria o porque de eu recusar.
-- eu aceito sua ajuda.
Vinicius desceu as escadas.
-- Mayon quanto tempo.
-- Boa noite senhor.
-- ah pare com isso, você praticamente me criou e agora vai me chamar de senhor?
-- eu sabia que você não tinha morrido.
Vinicius o abraçou forte.
-- senti sua falta.
-- eu também garoto.
-- Mayon o que aconteceu com o corpo de Gennaro?
-- virou pó senhorita.
-- como assim pó?
-- os bruxos mais velhos,quando morrem viram pó.
-- então o de Bernardo também virará?
-- não irmãzinha, porque no quarto onde está o corpo dele impede que ele vire pó, ele poderia passar a eternidade lá que não aconteceria nada.
Abaixei a cabeça, e me segurei para não chorar, eu lembrava das palavras de Bernardo que ele era meu eterno protetor, e que ironia, morreu para me proteger.
-- bom , Mayon já está tarde, e Anny está cansada, amanhã conversaremos sobre o reino o.k?
-- claro, boa noite senhorita.
-- boa noite Mayon.
Subi até meu mais novo quarto, e fui até a janela do alto da torre do castelo podia se ver o vilarejo inteiro, e ainda as luzes da cidade de Florença, como podia dentro de uma cidade havia um reino, onde os moradores de Florença mal desconfiava, era como se o vilarejo fosse invisível, mágico.
Me deitei, onde provavelmente fosse a cama dos meus pais e fechei meus olhos, eu estava cansada e fraca e sem animo para acordar no outro dia, pensar que hoje eu cheguei aqui, e eu estava com ele me beijando e horas depois ele estava morto e eu não o teria mais.
O cansaço era tanto que logo adormeci.
-- ainda não acabou.
Ouvi uma voz suave me dizendo.
-- o que? Quem está ai?
-- olá Anny, você não me conhece mais eu vim lhe trazer um recado.
-- que recado?
-- aqui está.
A menininha loirinha do cabelo cacheado e olhos azuis como o céu me entregou um bilhete escrito em um papel lilás.
Por mais que doa, não desista pois você será recompensada depois”
-- mais o que é isto?
A menininha não estava mais lá, e eu não entendi muito bem o recado, mais guardei comigo.
* * *
Pela manhã acordei zonza, e lembrei do meu sonho.
-- que estranho, nunca tinha visto aquela menina antes.
Olhei em minha mão e lá estava o bilhete, mais como? Não foi sonho? Quem foi que mandou este bilhete.
Alguém bateu na porta.
-- entre.
-- bom dia irmãzinha, você está melhor?
-- não muito.
-- porque?
-- tive um sonho estranho.
-- normal.
Voltei para realidade, e me lembrei do que houve ontem, e de que eu o tinha perdido para sempre.
-- bom, hoje você tem um longo dia, como a nova rainha precisa conhecer seu povo e as necessidades deles.
-- será que eu não posso ficar em luto sozinha?
-- está sendo difícil para mim também Anny,mais agora você terá que ser forte, há pessoas lá fora que precisa de você.
-- posso ao menos descer e ir até o quarto onde está o Bernardo?
-- não sei se é uma boa idéia.
-- quer saber, eu sou a rainha certo? Então eu irei.
-- você que sabe.
Vinicius saiu, e eu me troquei, desci as escadas e fui até o quarto lá estava ele parecia dormindo, como eu queria que ele acordasse, me sentei ao seu lado e segurei sua mão fria.
-- volta para mim volta.
Fechei meus olhos e voltei a chorar, um vento forte entrou pela janela corri até lá e a fechei, quando voltei em cima da cadeira havia um bilhete do papel lilás o abri.
Não se esqueça do segredo, que carrega contigo”
Não havia ninguém ali, então como? Quem está me mandado estes bilhetes? E que segredo? Sai dali e fui até a sala, Vinicius estava me esperando.
-- vamos conhecer o vilarejo?
-- sim.
Saimos do castelo e fomos andando pelo vilarejo, pessoas passavam e falavam “ salve a Rainha” uma menininha me abraçou.
-- obrigada por voltar majestade.
Eu a abracei de volta.
Uma mulher chegou até mim e pegou minha mão.
-- nós sempre acreditamos que a profecia se cumprisse.
-- profecia?
-- sim, que a senhora voltaria, estava escrito, esperamos quase dezessete anos por isso e aqui está você a nova rainha.
Eu apenas sorri.
-- todos nós passamos esta história por geração em geração, sempre acreditamos nisso, outras meninas tentaram se passar por você, mais seu colar te guiou até aqui.
Coloquei a mão em meu colar, e me passou um flash pela minha cabeça, comecei a lembrar de tudo, o colar logico, é o segredo eu preciso voltar para o castelo o mais rápido possível, e achar a sala secreta é para isto que eu vim.
-- Vinicius, eu preciso voltar para o castelo.
-- porque?
-- porque preciso, você continue na caminhada é urgente.
-- está bem, vá.
Me virei e corri até o castelo, mais e agora como achar a sala secreta, bom eu tenho a chave meu colar , ele vai me guiar até ela.
Fechei os olhos.
-- Lápis-Lazúli me guie.
Parecia mágica, mais meu colar começou a brilhar fui andando e ele ia brilhando cada vez mais, ele estava me levando até o subterrâneo do castelo, desci as escadas estava tudo escuro a única luz era a do meu colar que estava tão forte que estava quase me cegando, continuei andando até uma parede passei minha mão por ela e encontrei um pequeno buraquinho que dava do tamanho do meu colar, eu o coloquei no buraco e girei, a porta de concreto se abriu e eu entrei, fui andando e resolvi fazer uma pequena bola de fogo para iluminar o caminho, o corredor era estreito cheguei até a sala e vi castiçais coloquei fogo em todos eles, que iluminaram a sala havia uma grande estante com muitos livros e coisas para feitiços, subi na estante e olhei os livros a maioria todos italianos, mais tinha um livro negro o puxei e tirei da estante, assoprei o pó.
Soprannaturale – Diana Nosferat “
Meu Deus, será que eu achei o livro de feitiços de minha mãe? Escutei barulhos.
-- tem alguém ai?
Ninguém disse nada, é como se alguém corresse, me assustei e derrubei o livro no chão, ele caiu aberto os barulhos pararam, peguei o livro e estava uma página de feitiços.
Come portare qualcuno dai morti.”
O que isto quer dizer? Droga não sei italiano, será que isso não tem tradutor? BOA, vou pesquisar no google, peguei o livro escondi em uma sacola que eu achei ali, e sai de lá, subi até meu quarto e peguei meu notebook que estava na minha mochila, abri a internet e pesquisei e queria dizer... “ Como trazer alguém do mundo dos mortos” aquilo foi chocante, me lembrei do meu sonho de minha mãe me falando que eu podia salva-la , e se eu posso salva-la quer dizer que eu posso salvar Bernardo, meu coração acelerou e eu comecei a folhear o livro e a traduzir todas as palavras para um caderninho que tinha ali, eu precisava salvá-lo, meu Deus ainda tinha esperança, comecei a chorar de felidade.
-- Anny ta ai?
Guardei rapidamente o livro dentro da gaveta.
-- ah Vini, entre.
-- o que era tão urgente que você precisava voltar?
-- ah eu só não estava me sentindo muito bem.
-- Anny, eu estava pensando da gente fazer um velório para Bernardo, ele merece.
-- NÃAAAO, está louco? Ele vai ficar aqui.
-- mais Anny ele morreu.
-- Mais eu posso salva-lo.
-- está louca? Como?
-- logo você saberá.