-- você se acha bem esperta não é ?
-- você se esqueceu de quem eu sou filha?
Os olhos de Gennaro pareciam ter ódio, por lembrar que eu era filha daquela que o desprezou e por aquele que sempre teve tudo o que ele quis.
-- o que você quer?
-- meu castelo, meu reino, meu povo.
-- e você acha que o que? Vai chegar aqui e pedir isso, e se você não for quem fala que é.
Eu ri irônica.
-- pois bem, minha mãe é a Feiticeira do Fogo, vamos deixar isso mais quente.
-- ele era, a Feiticeira do Fogo, pois morreu, eu a matei.
-- e você vai se arrepender cada segundo por isso.
Juntei minhas mãos, e me concentrei olhei Gennaro rindo de mim, então eu fiz crescer uma pequena bola de fogo.
-- só isso?
Ele deu gargalhadas.
-- sua ultima chance, saia daqui e me de o que por direito é meu.
-- só por cima do meu cadáver.
-- isso não vai ser nenhum problema.
Lancei a bola de fogo nele, que no ar ela se expandiu se tornado uma imensa bola de fogo prontinha para queimá-lo, e dito e feito ela caiu sobre ele e ele gritou de dor, o fogo o queimava aproveitei que ele estava tentando se livrar da armadilha e criei uma bolha de a lancei nele fazendo ele flutuar, eu podia controlar ele no ar, olhei para o lado e havia muitas pessoas na praça em frente o castelo onde nós estavamos, eles deveriam ter esperado muito por isso, o lancei para cima e apontei minhas mãos para ele fazendo sair raios elétricos o fazendo gritar ainda mais, por mais agonizante que aquilo fosse eu gostava, gostava de ver ele sofrendo e pagando por tudo o que fez a mim e minha família.
Eu vi ele tentar escapar, mais eu continuei mandando bolas de fogo,ele caiu.
Me aproximei para conferir que estava derrotado, agora só faltava eu enfiar uma estaca e arrancar seu coração e usá-lo como troféu, o que? Ele não é um vampiro para matá-lo como uma estaca em seu peito, mais queria me certificar que ele nunca mais voltaria.
Bernardo me abraçou por trás, eu me virei o beijei.
-- acabou Bê
-- sim.
Ele sorriu, e eu senti uma dor insuportável que me paralisou.
-- o que foi Anny?
-- N-não posso respirar.
Eu tremia, olhei para o chão Gennaro estava usando um feitiço em mim, que não deixava eu me mover e que ardia cada músculo do meu corpo, ele foi se levantando.
-- sua menininha levada, chega de graça vamos acabar com isso logo.
Uma lágrima escorreu de meus olhos, Bernardo soltou minhas mãos e foi em direção a Gennaro.
-- Bernardo NÃAAAAO.
Não conseguia me mover, só conseguia olhar Bernardo se aproximando de Gennaro, Bernardo lançou uma corrente de ar que envolveu Gennaro o fazendo gelar.
Enquanto isso eu tentava me livrar do feitiço de Gennaro, tentei me concentrar em sua mente e o fiz ficar confuso, mais o feitiço era muito forte, eu precisaria concentrar muita força na mente dele.
Bernardo envolvia Gennaro em sua corrente de ar gelado, era como se fosse hidrogênio saindo das mãos dele.
Gennaro lutava contra o hidrogênio e minha mente, eu o vi fazendo um movimento nas mãos perigoso ele apontou a mim, meu coração acelerou, seu olhar diabólico me fez tremer, algo como um tiro saiu de suas mãos eu vi aquilo se mover tão rapidamente em minha direção e eu não poderia fazer nada, e logo agora que eu estava quase me livrando do feitiço, vamos lá Anny só mais um pouco, mais antes que eu pudesse me livrar Bernardo entrou em minha frente, eu estremeci e o acertou,ele caiu no chão e não se movia, meus olhos transbordaram de lágrimas, consegui me livrar do feitiço, e agachei para socorrer Bernardo, mais ele estava frio e não respirava.
-- Esse garoto achou mesmo que poderia me vencer.
Olhei Gennaro chegando mais perto, me levantei e mesmo tremendo e chorando o ódio me contagiava, ele acabara de matar o homem que eu amava, canalizei todos os meus poderes em mim, e o soltei com tudo em direção a ele, ele continuava resistindo, e eu não parei, tudo o que havia em mim eu lancei contra ele, juntou-se uma imensa corrente de fogo com ar, e raios, água e ar, se formando uma grande força letal, aquilo foi fazendo ele ir caindo, e eu também, estava ficando fraca, mais não me permitia cair não antes dele, eu vim para matá-lo e eu irei, ele caiu desacordado, eu o levantei no ar o lancei contra a parede e lancei todas as toras de ferro que havia na praça em sua direção o perfurando todo, ele caiu morto no chão, me virei para Bernardo ele estava imóvel voltei a tremer, e engatinhei até ele, coloquei sua cabeça em meu colo e comecei a chorar.
-- por favor, não me deixe.
Chorava desesperadamente, eu o balance.
-- POR FAVOR VOLTA!!
Eu me via sozinha no escuro gritando para que ele voltasse, mais ele não se movia, escutei um barulho e olhei rapidamente para o lado... Fúrias.
Não me importei, se eles quiserem me matar eu não vou reagir, eu nem terei forças para isso, um raio o lançou para trás eu olhei de novo e ali estava meu irmão matando todos os Fúrias, ele correu até mim.
-- Vi Gennaro morto.
Olhei com os olhos cheios de lágrimas e ele pode perceber...Bernardo estava morto.
-- o que? Anny não me diga que... não, não pode ser.
Vinicius tremia, ele se ajoelhou ao meu lado e me abraçou chorando.
-- ele era meu melhor amigo.
Eu chorava mais ainda.
-- eu o amava.
-- mais como ele morreu?
-- morreu para me salvar.
Olhei ao lado, e havia uma multidão de pessoas me olhando e logo a frente o castelo enorme, Mayon se aproximou.
-- você é a nova rainha.
Tudo aquilo não tinha importância para mim, eu só queria Bernardo de volta, não queria ser rainha sem um rei, sem o meu rei, que morreu por mim.
Me levantei, Vinicius se levantou ao meu lado e pegou o corpo de Bernardo e fomos andando até o castelo, alguém no meio da multidão gritou.
-- Viva a Rainha!
Todos gritaram
-- Viva a Rainha!
Eu estava com ódio de mim mesma, eu deveria ter ficado no Brasil, pois lá eu ainda o teria, do que me adianta ser Rainha sozinha.
Entrei no castelo e desabei a chorar, Vinicius levou Bernardo até um quarto e o deitou lá, e pegou em minha mão.
-- eu te levo até seu quarto.
-- quero ficar com ele.
-- Anny, ele está morto, você não pode dormir com uma pessoa morta.
Aquelas palavras doía.
-- onde é meu quarto?
-- no quarto do rei e da rainha venha.
Passamos por um corredor imenso, e entramos em uma porta enorme, o quarto era magnifico, mais não me importava naquele instante.
Fui até o banheiro, e comecei a tirar minhas roupas para um banho, entrei na banheira e a enchi de água, deitei lá e mergulhei fechei meus olhos e só via a imagem de Bernardo morto, o meu ar ia acabando mais eu não queria levantar, queria poder permanecer debaixo da água para sempre.
Escutei alguém bater na porta, sai da banheira me sequei com a toalha e vesti um roupão, abri a porta.
-- Alteza, o senhor Mayon está te esperando na sala real.
-- quem é você?
-- Marco o seu criado.
-- avise-o que eu já estou descendo.
-- sim senhora.
Eu nem sabia que tinha criados, fechei a porta e procurei algo no quarto para me vestir, abri o guarda-roupas e meu Deus, tinha milhares de vestidos lindos, iguais aqueles dos filmes de antigamente, peguei o primeiro que vi na frente e me vesti, me olhei no espelho e desejei que Bernardo pudesse me ver assim, sai do quarto desci a grande escadaria do castelo.
-- Majestade.
Mayon fez reverencia para mim.
-- Por favor não me chame assim e nem faça reverencia.
-- é assim que tratamos a rainha.
-- não me sinto como uma.
-- a propósito, ficou bem o vestido de sua mãe em ti.
-- obrigada, o que te traz aqui Mayon?
-- como rainha, a senhora precisa saber sobre seu povo e o que precisa fazer, e eu me ofereço para ajudá-la.
Mayon era de confiança para Bernardo, então não haveria o porque de eu recusar.
-- eu aceito sua ajuda.
Vinicius desceu as escadas.
-- Mayon quanto tempo.
-- Boa noite senhor.
-- ah pare com isso, você praticamente me criou e agora vai me chamar de senhor?
-- eu sabia que você não tinha morrido.
Vinicius o abraçou forte.
-- senti sua falta.
-- eu também garoto.
-- Mayon o que aconteceu com o corpo de Gennaro?
-- virou pó senhorita.
-- como assim pó?
-- os bruxos mais velhos,quando morrem viram pó.
-- então o de Bernardo também virará?
-- não irmãzinha, porque no quarto onde está o corpo dele impede que ele vire pó, ele poderia passar a eternidade lá que não aconteceria nada.
Abaixei a cabeça, e me segurei para não chorar, eu lembrava das palavras de Bernardo que ele era meu eterno protetor, e que ironia, morreu para me proteger.
-- bom , Mayon já está tarde, e Anny está cansada, amanhã conversaremos sobre o reino o.k?
-- claro, boa noite senhorita.
-- boa noite Mayon.
Subi até meu mais novo quarto, e fui até a janela do alto da torre do castelo podia se ver o vilarejo inteiro, e ainda as luzes da cidade de Florença, como podia dentro de uma cidade havia um reino, onde os moradores de Florença mal desconfiava, era como se o vilarejo fosse invisível, mágico.
Me deitei, onde provavelmente fosse a cama dos meus pais e fechei meus olhos, eu estava cansada e fraca e sem animo para acordar no outro dia, pensar que hoje eu cheguei aqui, e eu estava com ele me beijando e horas depois ele estava morto e eu não o teria mais.
O cansaço era tanto que logo adormeci.
-- ainda não acabou.
Ouvi uma voz suave me dizendo.
-- o que? Quem está ai?
-- olá Anny, você não me conhece mais eu vim lhe trazer um recado.
-- que recado?
-- aqui está.
A menininha loirinha do cabelo cacheado e olhos azuis como o céu me entregou um bilhete escrito em um papel lilás.
“ Por mais que doa, não desista pois você será recompensada depois”
-- mais o que é isto?
A menininha não estava mais lá, e eu não entendi muito bem o recado, mais guardei comigo.
* * *
Pela manhã acordei zonza, e lembrei do meu sonho.
-- que estranho, nunca tinha visto aquela menina antes.
Olhei em minha mão e lá estava o bilhete, mais como? Não foi sonho? Quem foi que mandou este bilhete.
Alguém bateu na porta.
-- entre.
-- bom dia irmãzinha, você está melhor?
-- não muito.
-- porque?
-- tive um sonho estranho.
-- normal.
Voltei para realidade, e me lembrei do que houve ontem, e de que eu o tinha perdido para sempre.
-- bom, hoje você tem um longo dia, como a nova rainha precisa conhecer seu povo e as necessidades deles.
-- será que eu não posso ficar em luto sozinha?
-- está sendo difícil para mim também Anny,mais agora você terá que ser forte, há pessoas lá fora que precisa de você.
-- posso ao menos descer e ir até o quarto onde está o Bernardo?
-- não sei se é uma boa idéia.
-- quer saber, eu sou a rainha certo? Então eu irei.
-- você que sabe.
Vinicius saiu, e eu me troquei, desci as escadas e fui até o quarto lá estava ele parecia dormindo, como eu queria que ele acordasse, me sentei ao seu lado e segurei sua mão fria.
-- volta para mim volta.
Fechei meus olhos e voltei a chorar, um vento forte entrou pela janela corri até lá e a fechei, quando voltei em cima da cadeira havia um bilhete do papel lilás o abri.
“ Não se esqueça do segredo, que carrega contigo”
Não havia ninguém ali, então como? Quem está me mandado estes bilhetes? E que segredo? Sai dali e fui até a sala, Vinicius estava me esperando.
-- vamos conhecer o vilarejo?
-- sim.
Saimos do castelo e fomos andando pelo vilarejo, pessoas passavam e falavam “ salve a Rainha” uma menininha me abraçou.
-- obrigada por voltar majestade.
Eu a abracei de volta.
Uma mulher chegou até mim e pegou minha mão.
-- nós sempre acreditamos que a profecia se cumprisse.
-- profecia?
-- sim, que a senhora voltaria, estava escrito, esperamos quase dezessete anos por isso e aqui está você a nova rainha.
Eu apenas sorri.
-- todos nós passamos esta história por geração em geração, sempre acreditamos nisso, outras meninas tentaram se passar por você, mais seu colar te guiou até aqui.
Coloquei a mão em meu colar, e me passou um flash pela minha cabeça, comecei a lembrar de tudo, o colar logico, é o segredo eu preciso voltar para o castelo o mais rápido possível, e achar a sala secreta é para isto que eu vim.
-- Vinicius, eu preciso voltar para o castelo.
-- porque?
-- porque preciso, você continue na caminhada é urgente.
-- está bem, vá.
Me virei e corri até o castelo, mais e agora como achar a sala secreta, bom eu tenho a chave meu colar , ele vai me guiar até ela.
Fechei os olhos.
-- Lápis-Lazúli me guie.
Parecia mágica, mais meu colar começou a brilhar fui andando e ele ia brilhando cada vez mais, ele estava me levando até o subterrâneo do castelo, desci as escadas estava tudo escuro a única luz era a do meu colar que estava tão forte que estava quase me cegando, continuei andando até uma parede passei minha mão por ela e encontrei um pequeno buraquinho que dava do tamanho do meu colar, eu o coloquei no buraco e girei, a porta de concreto se abriu e eu entrei, fui andando e resolvi fazer uma pequena bola de fogo para iluminar o caminho, o corredor era estreito cheguei até a sala e vi castiçais coloquei fogo em todos eles, que iluminaram a sala havia uma grande estante com muitos livros e coisas para feitiços, subi na estante e olhei os livros a maioria todos italianos, mais tinha um livro negro o puxei e tirei da estante, assoprei o pó.
“ Soprannaturale – Diana Nosferat “
Meu Deus, será que eu achei o livro de feitiços de minha mãe? Escutei barulhos.
-- tem alguém ai?
Ninguém disse nada, é como se alguém corresse, me assustei e derrubei o livro no chão, ele caiu aberto os barulhos pararam, peguei o livro e estava uma página de feitiços.
O que isto quer dizer? Droga não sei italiano, será que isso não tem tradutor? BOA, vou pesquisar no google, peguei o livro escondi em uma sacola que eu achei ali, e sai de lá, subi até meu quarto e peguei meu notebook que estava na minha mochila, abri a internet e pesquisei e queria dizer... “ Como trazer alguém do mundo dos mortos” aquilo foi chocante, me lembrei do meu sonho de minha mãe me falando que eu podia salva-la , e se eu posso salva-la quer dizer que eu posso salvar Bernardo, meu coração acelerou e eu comecei a folhear o livro e a traduzir todas as palavras para um caderninho que tinha ali, eu precisava salvá-lo, meu Deus ainda tinha esperança, comecei a chorar de felidade.
-- Anny ta ai?
Guardei rapidamente o livro dentro da gaveta.
-- ah Vini, entre.
-- o que era tão urgente que você precisava voltar?
-- ah eu só não estava me sentindo muito bem.
-- Anny, eu estava pensando da gente fazer um velório para Bernardo, ele merece.
-- NÃAAAO, está louco? Ele vai ficar aqui.
-- mais Anny ele morreu.
-- Mais eu posso salva-lo.
-- está louca? Como?
-- logo você saberá.
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