quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Capitulo 26

Sabe aquele barulho do seu celular tocando na hora errada? Então acordei com ele.
-- oi.
-- Anny? Uau funcionou mesmo.
-- quem está falando?
-- Natasha, lembra de mim?
-- que? Como conseguiu meu número?
-- meu Deus garota, sou uma bruxa posso conseguir o que eu quiser.
-- o que você quer comigo?
-- conversar só isso.
-- ah ok, você é uma maluca e esquece esse assunto de bruxa.
-- você não pode negar quem você é, e outra vai me dizer que não é legal possuir poderes?
-- você me acorda ás 05:00 da manhã para isso?
-- olhe pela janela.
-- que? Você está aqui na minha casa?
Levantei correndo e olhei pela janela, lá estava ela acenando para mim.
-- você e maluca.
Desliguei o telefone e me troquei e desci, ainda estava escuro.
-- bom dia dorminhoca.
-- você é doente, para que isso?
-- falando serio Anny, eu sou a única que pode te ajudar.
-- mais eu não estou precisando de ajuda.
-- claro que está, você já conheceu minha irmã.
-- quem é sua irmã?
-- Samantha.
-- espera, Samantha a amiga do Bernardo.
-- exatamente, ela é minha irmã mais velha.
-- espera o que aconteceu com ela?
-- quem sabe, ela sempre some, mais ela me contou de você.
-- você conhece o Bernardo?
-- eu o conheci há muito tempo atrás, quando ele salvou minha irmã mais nunca mais o vi.
-- ninguém nunca falou de você.
-- é eu sei, andei meia afastada, mais eu quero me atualizar e poxa super legal te encontrar.
-- da onde você conheceu Paollo.
-- ah, ele, na Italia há um século atrás.
Meu corpo gelou.
-- que? Ele também é um...
-- bruxo? Qual é Anny, Paollo é um Totem.
-- Totem? O que é isso?
-- meu Deus você não conhece nada mesmo, podemos nos sentar?
-- é melhor entrar, não quero fica conversando essas coisas aqui fora
-- ah entendi, então vamos.
Entramos em casa e eu fechei a porta, subimos para o meu quarto.
-- pois bem me explica tudo essa história.
-- então Totem é o nome dado para aqueles que fugiram na época da guerra.
-- que guerra?
-- Genaro e Franchesco?
-- uau, pelo jeito é bem famosa essa parte da história.
-- qual é, foi daí que tudo começou, pois bem Paollo fugiu e não lutou entende? Então ele foi mandando para um submundo onde ele ficou por anos e anos e só saiu a algum tempo atrás, mais diz a lenda que quem vai para o submundo tem uma missão para poder se manter vivo.
-- missão como assim?
-- é tipo, ele tem um tempo para conseguir fazer aquilo que foi designado a ele, se ele não conseguir ele vira pó.
-- que ? Que horror?
-- calma, não sei se é verdade, é só uma lenda, eu já perguntei a Paollo mais ele nega, ele nega toda essa parte de bruxaria acho que não gosta de recordar os terríveis anos no submundo.
Ok, eu estava um pouco impressionada com toda essa história, porque Bernardo nunca mencionou nada disso? Quer dizer virar pó? Será que é realmente verdade? E se for qual será a missão que Paollo tem.
-- eu não sabia disso.
-- percebe-se, mais sua vez onde está Bernardo? E a vila do fogo?
-- que você conhece a vila?
-- querida, eu nasci lá.
-- ah sim, então o novo rei é o meu irmão...
-- pera ai Vinicius?
Ela fez uma expressão de surpresa.
-- é o Vinicius.
-- mais, não acredito ele está vivo? Meu Deus ele está vivo?
-- como eu te disse, ele é o novo rei, mais porque tanta empolgação.
-- eu amo ele.
-- que?
-- ele era meu namorado na época, mais aconteceu tudo aquilo e eu achei que ele tivesse morrido, sofri anos com isso, porque ele não me procurou?
-- calma, ele não procurou nem o Bernardo, só apareceu a pouco tempo.
-- falando nisso, Bernardo não deveria estar por perto? Quer dizer ele é seu protetor.
-- todo mundo sabe disso?
-- mais é claro, todos ficaram sabendo da missão dele.
-- pera ai, missão? Isso quer dizer que ele estava no submundo?
-- mais ou menos, mais ele lutou não fugiu, mais passou uns anos lá e ninguém sabe o porque, ele conhece bem das coisas, ele nunca mencionou nada?
-- não.
-- então, onde ele está?
-- ninguém sabe, ele só me deixou uma carta.
-- vocês se tornaram amigos?
-- nós casamos, mais enfim, não quero tocar nesse assunto.
-- que? Não acredito você teve um caso com seu protetor? Que demais.
-- ok, Natasha, daqui uma hora preciso ir para o colégio, então não seria legal se minha amiga e o namorado dela acordasse e visse uma garota no meu quarto.
-- colégio? Que coisa chata, você não precisa estudar gata.
-- eu gosto, me faz sentir normal.
-- para que quer ser normal? Isso é a coisa mais legal, escuta eu sei que você passou por um monte de coisas e tal, sei um pouco da sua história, mais agora é tudo diferente está na hora de você se divertir um pouco, e eu sou a parceira certa para isso.
-- me divertir? Como?
-- viajar, usar seus poderes ao seu favor, conseguir as coisas que quer.
-- isso não parece certo.
-- ah pare de ser certinha, vamos marcar de sair uma noite dessas e eu te mostro como pode ser legal combinado?
-- combinado.
-- tia.
-- babi? Querida está cedo porque já acordou?
-- quem é essa menininha linda.
-- minha sobrinha.
-- filha de quem?
-- Natasha, a gente conversa outra hora, vou cuidar da minha princesinha aqui ok?
-- está bem, tchau lindinha.
-- quem é essa tia?
-- ah eu sou uma grande amiga da sua tia.
Olhei e ri.
-- tchau Anny, nos vemos em breve, tchau lindinha.
-- tchau Natasha.
-- mais então querida, que pesadelo você teve?
-- foi com você e com o tio Bê.
-- calma, foi só um pesadelo.
-- tia, eu sinto falta dele.
-- eu também meu bem.
-- onde ele está? Ele não vai voltar, eu sinto que ele precisa da gente.
-- eu não sei onde ele está e nem se vai voltar, mais fique tranquila eu nunca vou te abondar.
Ela me abraçou e não suportei e chorei.
-- tia porque está chorando?
-- nada, só meus olhos que estão ardendo.
-- já está quase na hora de eu me trocar para ir a escola, eu vou lá ok?
-- está bem minha querida, qualquer coisa estou aqui.
Pois bem , eu sabia , sabia o que ele era, e agora o que eu faria? Será que ele sabe de toda minha história? O que seria a missão dele? Afinal, era verdade isso, ele viraria pó? E quando eu penso que eu poderia adormecer essa parte de mim, ela volta mais forte do que nunca, e quer saber? Eu vou levar isso adiante, eu vou descobrir tudo e assim poderei decidir o que fazer, começando com Paollo, não vou a escola hoje e sim a casa dele.
Mais como? Precisaria de um carro, e para falar a verdade não sou muito boa com o volante, mais minha magia a de ajudar.
Desci as escadas e todos estavam acordados.
-- Gustavo, você poderia me emprestar seu carro hoje?
-- claro, mais você sabe dirigir?
-- me viro bem ( mentira)
-- fique a vontade, eu pego o antigo carro do Bernardo lá em casa.
Ah, esse nome.
-- ok, muito obrigada, então quer q eu te leve até lá?
-- eu pego um ônibus, pode pegar o carro sucegada
-- hei, desde quando sabe dirigir em mocinha? E onde vai que não é a escola?
-- Lara, pois é mais um dos meus truques, e é importante.
-- importante? Então me conta.
-- depois, estou indo, beijos te amo.
Sai correndo antes de mais perguntas, peguei a chave do carro e fui.
Eu gostaria de contar tudo a Lara, quer dizer ela é mais que minha melhor amiga, é como se fosse minha irmã, eu a conheço desde sempre e não me imaginaria sem ela, mais é exatamente por isso, quero protege-la dessa história toda.
está bem carrinho, seja legal e me obedeça.”
Dei partida e ele ligou, perfeito. E agora?
Agora é a hora que uso magia, canalizei meu poder no volante e desejei que ele me levasse até Paollo e o carro começou a andar em direção a casa dele, estava dando certo.
Minutos depois, estacionei em frente a casa dele, desci do carro e fui até a porta, estava aberta, resolvi entrar, estava tudo calmo.
-- Paollo? Está ai?
Ninguém respondeu, fui em direção a escada.
-- Paollo?
Nada. Subi as escadas, havia uma porta fechada coloquei a mão na maçaneta e girei.
-- o que pensa que está fazendo?
Dei um pulo.
-- Paollo? Meu Deus que susto.
-- o que faz aqui?
-- desculpa, eu te chamei mais você não ouviu.
-- estava ocupado.
-- desculpa.
-- o que você quer?
-- calma, só queria conversar.
Só agora que eu percebi, havia uma ferida no braço dele.
-- conversar sobre o que garota?
-- meu Deus você está machucado, o que é isso?
Ele virou bruscamente.
-- saia daqui.
-- não, por favor quero conversar com você.
-- pare meu, o que você quer? Eu só cai de moto ok? E me machuquei só isso.
-- deixe eu cuidar disso para você.
-- eu sei me cuidar sozinho, agora saia.
-- Natasha me procurou...
-- o que aquela louca foi falar para você?
-- o que eu quero saber é se é verdade...
-- meu, para, bruxaria? Serio isso?
-- não adianta falar que não existe, porque eu sou uma bruxa.
-- está bem, quer conversar? Vamos conversar.
-- até que enfim.
-- pois bem Anny, eu não sou como você, sou de uma linhagem diferente, sou a parte obscura da história, nos contos de fadas eu sou como o vilão sabe aqueles caras que nunca se dão bem no final, então por favor eu só quero me livrar disso e tentar seguir minha vida.
-- calma, minha vida nunca foi um conto de fadas também.
-- qual é, eu sei sua história, tudo bem não foi fácil mais pelo menos você não passou séculos da sua vida trancada num lugar onde só há pessoas más, e onde não a luz.
-- então é verdade...
-- a história do submundo? Claro que é verdade, mais diferente do que pensam eu não fui covarde, só não quis lutar por algo que eu não achava certo.
-- onde você se encaixa em tudo isso? Quer dizer, porque foi mandado para lá? E é verdade que você tem uma missão? Qual?
-- já te disse fui mandando porque não querer lutar por algo que não queria, para falar a verdade eu nunca quis saber daquela história de trono, e poder, só queria seguir minha vida, naquele tempo era tudo diferente, a verdade que do submundo eu posso ver o mundo aqui fora só não posso participar, eu vi as coisas mudarem, vi a tecnologia, e eu queria fazer parte disso, até que eu pude sair alguns anos atrás e se conseguir atingir a missão que me deram eu estaria livre.
-- qual é essa missão Paollo?
-- eu nunca quis nada disso, mais eles fazem de tudo para você nunca se esquecer da onde veio, é tipo de um jeito de você se redimir sabe, minha missão é uma coisa complicada, que eu estou decidindo se faço ou não.
-- como assim, se você não fizer você morre.
-- sim mais eu tenho alguns anos ainda, to afim de aproveitar esses anos e morrer, não sei se vale fazer o que me mandaram.
-- eu posso te ajudar?
-- na verdade, você é a chave de tudo Anny.
-- como assim?
-- qual é, você é uma das coisas mais importantes que aconteceu na história, você é filha do rei da vila do fogo, e filha da feiticeira mais poderosa da época, você é herdeira de um trono mágico, possui grandes poderes e carrega consigo uma pedra mistica.
Coloquei a mão em meu colar.
-- exatamente Anny, no começo todos queriam apenas ele, mais eles não perceberam que você tem mais poder que esse colar.
-- muitos vieram atrás dele.
-- sim os fúrias, mais a verdade é que seu colar é seu protetor.
-- mais eu achei que meu protetor fosse...
-- Bernardo? Acorda Anny, ele só tinha que fica de olho em você e não te proteger, ele fez isso porque quis.
-- então, ele não estava ao meu lado só por obrigação?
-- não, ele estava porque queria estar.
Por um momento meu coração disparou, e me senti feliz quer dizer não foi por obrigação, mais agora penso, o que aconteceu para ele me deixar?
-- eu não consigo entender, porque nunca me falaram de você? Porque nunca mencionaram você na história?
-- ah Anny, muitos acharam que eu estava morto, não é todos que sabem que eu fui mandado para o submundo, sabe eu fiz muita coisa errada e confesso, mais eu mudei.
-- você conheceu Bernardo? Vinícius? E todo o povo?
-- sim, eu costumava a andar com eles, por mais que fosse proibido, nossa amizade era importante, até quando crescemos e tivemos que escolher em que lado ficar, e eu não escolhi nem um lado e então fugi.
-- mais não adiantou, você foi mandando para o submundo do mesmo jeito.
-- pois é.
-- mais então, sua missão é pegar meu colar?
-- é leva-lo até a torre do castelo de Genaro e abrir o cofre.
-- cofre? Castelo do Genaro? Mais achei que ele só abria o cofre do castelo de meu pai.
-- teu colar é mágico, a verdade é que lá está todas as cartas e coisas que Genaro fez para Diana, e ela recusou claro, e lá tem um livro onde ele conta todos os seus segredos e ele o entregaria para ela se ela casasse com ele, eu preciso pega-lo.
-- mais Genaro já morreu, para que precisa desse livro?
-- era como um diário entende? Porque é importante para que eu possa permanecer vivo.
-- mais você disse que era complicado, e não sabia se valia a pena, não achei tão complicado.
-- é perigoso Anny, quer dizer não sabemos o que mais tem lá, Genaro era um homem mal, não sabemos o que ele escondia naquela torre, só que era algo terrível.
-- mais somos bruxos, e poderosos, podemos fazer isso.
-- não Anny, não vou envolver você.
-- que? E deixar você morrer? Só porque precisa do meu colar? Não seja ridículo, eu não deixaria isso acontecer.
-- você não tem escolha, essa é a minha missão e não a sua, não vou te colocar em perigo.
-- ah, qual é porque todo mundo acha que é meu protetor? Eu sei me cuidar sozinha, está decidido, nós vamos para Itália e você vai levar o livro para o submundo e assim acaba sua pena.
-- Anny, por favor não.
-- você não tem escolha, já disse.
-- ora , ora escutei alguém falar em viajar para Itália?
-- Natasha? O que faz aqui?
-- sabia que você viria atrás dele, então resolvi vir também, e eu vou com vocês.
-- ah não vai não.
-- relaxe Paollo, a missão é sua, mais eu vou fazer uma visitinha a meu ex futuro namorado.
-- combinado, vamos nós três para Itália.
-- adorei essa garota.
-- vocês são malucas.

domingo, 9 de outubro de 2011

Capitulo 25

Pela manhã minha cabeça doía como se eu tivesse levado uma pancada, a verdade é que eu não sabia o porque que doía, afinal eu quase nem bebi, e eu não estava mais acostumada a levantar tão cedo para ir a escola, mais tudo bem, com muito esforço decidi ir.
O dia estava nublado, com nuvens com certeza um bom dia para ver filme de terror e dormir, é dispenso o filme de terror, minha vida entrou em um desses há pouco tempo. E o pior era ter que acordar cedo, com dor de cabeça e ser obrigada a encontrar Mônica logo na entrada do colégio, deveria haver um jeito de eu ignora-la com meus poderes será? Seria ótimo poder usar eles ao meu beneficio desse jeito, está ai, eu poderia começar a usá-los mais, quer dizer já que sou digamos uma bruxa, está bem feiticeira, mais tanto faz, usam magia do mesmo jeito, eu poderia usar para facilitar um pouco mais minha vida, e começaremos com um jeito de ignorar pessoas chatas e importunas.
-- Péssimo dia para você Anny Venturelli.
Nosferat querida.”
Veremos o que eu posso fazer, talvez não escutar mais a voz dela? Perfeito.
Bom, é só canalizar a energia e desejar aquilo que se quer, e eu desejo não escutar mais a voz da Mônica, tipo deixá-la falando sozinha. Uau eu sentia o poder em mim, parecia que percorria minhas veias e... feito, ela estava falando que nem louca e eu não a escutava, com certeza isso melhorou meu dia.
-- Bom dia sua louca!
Me viro e ... Lara.
-- bom dia.
-- que lindo, saiu ontem e com quem?
-- ah, um estranho qualquer.
-- e você não tem medo?
-- para falar a verdade não, cansei de ter medo, e outra ele não sabe o que eu sou então acho melhor ele não tentar nada.
-- você o verá de novo?
-- espero que sim.
-- e como ele é?
-- sinistro e misterioso.
-- bem seu tipo.
-- pois é.
Fomos para a sala, e passamos a manhã toda conversando por mensagem de texto sobre como era bom voltar para o Brasil. Digamos que é bom estar em casa depois de tudo, e vir para a escola como uma pessoa normal, bom não tão normal, mais era bom poder facilitar as coisas um pouco, talvez eu devesse treinar mais esse meu lado.
Sai do colégio e fui caminhando pelo lago negro, é eu me lembrava dos momentos com o Bernardo, e no dia que ele me salvou de morrer congelada e afogada, eu confesso que sentia a falta dele, mais o que eu poderia fazer? Ele escolheu me largar, eu não posso simplesmente sair por ai atrás dele, mais é difícil imaginar que era mentira o amor que ele sentia por mim, quer dizer parecia tão real, mais enfim não adianta eu ficar me lamentando, por mais que eu sei que vai demorar até que eu o esqueça e que eu siga minha vida em frente, eu preciso pensar em outras coisas além dele.
-- e ai garota.
Me viro e... não achei que você rever ele tão rápido.
-- Paollo!
-- o que faz perdida, e sozinha por aqui?
-- só dando uma volta.
-- está afim de ir a uma festa comigo?
-- festa de que?
-- ah, de uns loucos roqueiros.
-- quando?
-- hoje a noite.
-- vou sim.
Ele sorriu.
-- te pego as sete?
-- porque tão cedo?
-- é em uma cidadezinha há uma hora daqui.
-- ah entendi, ok, combinado.
-- vai ter alguma banda legal?
-- só covers.
-- de quem?
-- metallica, guns, system, conhece?
-- claro!
-- curte rock?
-- só os bons.
-- rock é bom.
-- nem todos.
-- to vendo que você vai ter que começar a andar comigo para escuta música boa.
-- você é bem convencido não?
-- impressão sua só, bom vou indo nessa, ás sete passo na sua casa.
-- combinado.
Ele subiu em sua moto e sumiu pela estrada, e eu estava evoluindo, indo já em festa de rock, qual será a próxima loucura? Não importa, estou gostando disso.
***
19:06, é eu estava acostumada com a super pontualidade de Bernardo, mais o que? Seis minutos, estou ficando paranóica, Paollo definitivamente não tem nada a ver com ele, assim espero.
Alguém bate na porta.
-- está pronta?
-- sim.
-- então vamos.
Definitivamente ele não é, Bernardo normalmente me elogiaria e faria uma cara do tipo “uau” mais eu preciso parar de comparar os dois, Paollo era do tipo rebelde, que quebrava regras e não estava nem ai para nada, eu gostava disso, gostava da adrenalina e do perigo que isso me levava.
Subi em sua moto e ele acelerou, a estrada estava escura e só havia nós dois no meio do nada, com árvores em volta e uma longa estrada a frente, eu o apertei quando ele fez a curva.
-- está com medo? Ele perguntou rindo.
-- não, é só para me manter segura.
-- agarre o quanto quiser gatinha.
Após quase uma hora, avisto uma casa muito sinistra, ele para a moto e pude reparar nele, coturno, calças pretas, camisa preta e jaqueta de couro, cabelo bagunçado, com certeza ele é mais que gato, sinistro, mais muito gato.
Eu podia escutar a música de dentro da casa e nos aproximamos.
-- está preparada para o rock?
-- com certeza.
Ele pegou em minha mão e entramos, uau, havia um monte de doidos vestindo preto pulando de um lado, uma banda tocando Metallica, umas meninas se pegando em um canto, uns casais em outro, um bando de bêbados falando alto e cantando a música logo em frente, é pensei que fosse louco, mais nem tanto.
-- o que achou?
-- louco.
-- este é o espirito da coisa, vem vamos beber alguma coisa.
-- como quiser.
Fomos até onde provavelmente é a cozinha da casa e ele abriu a geladeira pegando duas cervejas e me entregando uma.
Demorei um pouquinho para assimilar.
-- o que? Vai preferir um suquinho? Gata aqui não tem nada que não tenha álcool.
-- não precisa ser grosso, e eu não quero cerveja, quero algo mais forte será que não tem?
-- ui, calma calma mocinha, não quero ninguém passando mal depois.
-- eu sei cuidar de mim mesma pode ter certeza, mais ok, para começar essa cerveja está bom.
Peguei a garrafa da mão dele e em um grande gole bebi quase metade.
-- está com sede mesmo, vem vamos lá para sala.
-- ai, eu amo essa música.
-- gosta de Guns?
-- ta brincando? Welcome to the Jungle? Bem vindo a selva meu bem.
Com certeza o álcool já estava fazendo efeito, e eu estava me soltando e comecei a dançar e cantar junto com a banda, Paollo se aproximou de mim.
-- só agora pude perceber o quanto você está linda.
-- ah obrigada.
Mais nem dei muita bola e continuei dançando.
Ele me puxou pela cintura me beijando, e eu acompanhei.
-- quero outra bebida.
ele puxou minha mão e fomos para a cozinha, estava vazia, me pegou no colo e me colocou em cima do balcão me beijando, começou a ficar quente, muito quente, ele tirou a jaqueta de couro dele e a derrubou no chão, e desamarrou meu espartilho, continuamos nos beijando, eu tirei a camiseta dele e ele abriu meu espartilho e depois o tirou me encaixou nele e me deitou em cima da mesa, deitando em cima de mim, quando ele beijava meu pescoço por um momento lembrei do Bernardo, e senti falta, mais eu estava tão envolvida no momento, música alta, álcool, Paollo, que deixei passar esse pensamento e me deixei levar.
-- Ei, vocês dois vão para um quarto isso aqui é a cozinha.
Olhamos e era uma menina bêbada, reclamando.
-- vem vamos voltar para a sala.
-- ah, serio? Agora que está ficando bom?
-- engraçadinho.
Levantei, coloquei meu espartilho o amarrei, ele colocou sua camiseta, pegou a jaqueta de couro do chão e voltamos para a sala.
Sentamos no sofá e ficamos bebendo e escutando a música, até uma garota chegar, de cabelos negros, olhos verdes, alta, bem bonita.
-- ora ora e quem é o novo brinquedinho em Paollo?
“era bonita, até me chamar de brinquedinho”
-- se liga Natasha, vaza daqui.
-- não vai apresentar sua nova amiguinha?
-- qual é o teu problema ?
-- e então coleguinha do Paollo se divertindo?
-- para falar a verdade sim, e meu nome é Anny.
Ela parou por um momento, e se assustou.
-- Anny Nosferat?
Meu corpo gelou.
-- chega Natasha.
-- não pera ai, como você sabe meu nome garota?
“ fiquei sem ação, quer dizer ninguém sabia do meu nome só os que conheci na Itália.”
-- eu não acredito, enfim nos conhecemos, me desculpe os mal modos, eu sou Natasha Valentina, é um grande prazer te conhecer.
-- já chega, vamos embora Anny.
-- não Paollo, quero entender essa história direito.
--é Paollo, agora que eu enfim conheci ela, quero conversar com ela.
-- ah vocês duas estão de brincadeira comigo não é?
-- não nem um pouco, pois bem Natasha, da onde me conhece?
-- você é bem conhecida por essa região.
-- porque ?
-- qual é Anny, que tipo de bruxa é você que não reconhece outra bruxa?
Paollo levantou e me puxou.
-- vamos embora.
Eu o soltei.
-- que? Bruxa?
-- não se faça de desentendida Anny, nós deveriamos praticar juntas, adoraria ser tua amiga e que ótimo saber que você voltou.
-- Anny, vamos embora agora.
-- está bem está bem, vamos.
-- ei Anny, tenho certeza que nos veremos em breve e que vamos nos dar muito bem.
Peguei na mão de Paollo e saímos de lá.
-- quem é essa garota?
-- uma louca, que fica falando besteira, não liga ela deve estar bêbada.
-- ela sabia meu verdadeiro nome, como?
-- eu é que sei.
-- você ficou nervoso quando ela começou a falar.
-- logico, a doida estava falando de bruxas? Nada a ver isso.
-- você não acredita nessas coisas?
-- nossa, você ta ficando louca também? Bruxas não existem, eu em.
-- vamos embora.
Subimos na moto, e voltamos para Gramado, quando nos aproximamos da cidade havia uma fogueira nos impedindo de passar, descemos da moto e havia algo escrito no chão.
“ Cuidado com quem você confia, o perigo está mais perto do que você imagina. Beijinhos Anny”
Comecei a tremer, me deu tontura, e Paollo me segurou.
-- calma, deve ser alguma brincadeira de muito mal gosto.
-- eu achei que tivesse acabado.
-- o que?
-- nada, só me leve embora.
-- precisamos apagar esse fogo.
Eu queria apagar, mais assim ele descobriria que eu era uma bruxa, então eu o ajudei a pegar uns galhos e bater em cima do fogo, isso ajudou a diminuir bem até dar para passar, ele me deixou em frente de casa.
-- você vai ficar bem?
-- vou sim.
Ele me deu um beijo, e saiu, entrei em casa e sentei no sofá, no escuro, o que foi tudo isso hoje? E quando eu penso que me livrei, tudo volta, aquela menina na festa, o recado no chão, minha cabeça rodava, eu precisava reencontrar aquela menina, precisava de respostas.
Subi até meu quarto e deitei na cama, fechei os olhos, virei para o canto e os abri, vi Bernardo na janela, pisquei e ele havia sumido, levantei e corri até a janela, mais não havia nada ali.