-- Anny acorde.
Abro os olhos lentamente
-- Lara, hoje não temos aula.
Me viro para o outro canto da cama.
-- eu sei, mais é que já está tarde e venha ver como o dia está sinistro.
“só podia ser brincadeira, eu ter que levantar para ver o dia? “
-- está bem.
Me levanto lentamente e vou até a janela .”Oh meu Deus”
-- o que está acontecendo Lara?
-- boa pergunta, acordei e o céu estava assim.
Olhei rapidamente no relógio 11:11 pm.
-- como é possível Anny?o céu está todo preto no outono e essas cinzas voando por toda cidade?
-- você pergunta para mim?
Lara e eu ficamos olhando pela janela, o céu preto com cinzas voando por toda parte e não havia um ser vivo nas ruas era outono em Gramado, será que algum edifico pegou fogo? Por isso o das cinzas? Mais e o céu preto? Vendo o dia assim me dava arrepios.
-- sinistro não é ?
-- demais Lara.
-- vem , minha mãe fez algo para nós comermos.
Fomos até a cozinha e havia bolos, sucos e tortas em cima da mesa, nos sentamos.
-- onde está sua mãe ?
-- boa pergunta!... MÃE!!!!
-- MÃE!!
-- pare de gritar Lara.
-- ué cadê ela?
-- eu é que sei.
-- vou atrás dela espera ai.
Fiquei na mesa comendo. Alguém bate na porta, olho em direção ao corredor e não vejo Lara, vou até a porta e continuam batendo.
-- Lola? Cris? Ué que fazem aqui?
-- Oi Anny, eu e a Cris saímos para fazer compras e o céu ficou preto e essas cinzas está nos dando falta de ar, então viemos aqui.
Lara volta com um papel na mão
-- minha mãe saiu, ah oi meninas..
-- vem comer com a gente, onde sua mãe foi Lara?
-- sei lá, ela não disse.
O tempo fechou ainda mais, não sabia se era possível então uma forte chuva começou a cair, ficamos as quatro sozinhas na casa de Lara, sem fazer muita coisa de útil, só engordando. As horas se passavam e o tédio aumentava, tudo bem que estava nós quatro as quatro melhores amigas, mais tudo o que tinha para fazer nós já tínhamos feito, depois de algum tempo a chuva passou, resolvi ir para casa.
O caminho era longo para ir apé da casa de Lara até a minha, mais não me importei era bom andar um pouco depois de tanto brigadeiro que comi hoje.
Eu andava tão distraída que não escutava nada a minha volta, as ruas estavam tão vazias que nem me importei em andar no meio dela,como havia chovido muito o céu estava escuro e ventava um pouco, esqueci de pegar uma blusa com Lara, mais agora não importa mais daqui alguns minutos estou em casa a salvo. ou não. Estava tão distraída que não pude notar o carro vindo em minha direção e que se o motorista não freasse a tempo talvez o estranho seria maior. Estava eu no chão caída com uma dor na perna terrível, meus olhos lacrimejaram pela dor.
-- Oh meu Deus! Me desculpe, você está bem?
Como eu poderia estar bem ? Acabo de ser atropelada.
-- não, minha perna está doendo.
-- ok, espera eu sou médico.
-- que?
-- vem eu vou te ajudar.
Em vez do garoto que estava dirigindo o carro chamar uma ambulância, ele me levanta com calma e me leva até o carro dele.
-- espera, eu nem te conheço, não posso simplesmente entrar no seu carro.
-- ah não, por favor mocinha é serio eu preciso te levar a minha casa lá tem primeiros socorros.
-- que? Não vou até sua casa, liga para um médico que já está bom.
-- eu sou um médico ok? Agora venha.
-- você não tem cara de médico.
-- não teima.
É não adiantou eu protestar, ele me colocou em seu carro e fui com ele até onde ele disse que era a casa dele.
A casa era bonita, e grande realmente grande, talvez fosse a maior casa que eu já teria entrado até hoje, a sala toda decorada com móveis escuros, passamos por um corredor que deu até um sala menor com equipamentos de médico, é eu não estava acreditando que ele era médico até agora. Me sentei em uma cadeira branca, e ele ergueu a barra da minha calça de vagar porque ele via minha cara de que doía.
-- você só torceu o pé na hora que caiu, e só tem um hematoma na sua coxa por causa da pancada com o carro, do resto está tudo bem.
-- ah muito obrigada pelo presente viu.
Soou irônico, mais era para ser irônica, como ele não me vê na rua? Tudo bem que eu estava errada, mais agora não me ver já é demais.
-- vai ter que engessar.
-- o que? Ah você está brincando não é?
-- não, eu não estou, espere aí que eu vou pegar umas coisas para engessar isso.
Como se eu pudesse sair daqui, não consigo nem mexer minha perna direito. Escuto um motor de carro, espera eu não acredito que ele está saindo e me deixando aqui plantada esperando, ou talvez esteja alguém chegando. Alguém entra pela porta da frente escuto ela bater logo depois que o motor do carro foi desligado, os passos vem em direção a sala que eu estou, a porta se abre e ...
-- Gustavo, já votei... ops com certeza você não é meu irmão.
-- é com certeza não sou.
Aquele rosto era familiar, aquele garoto da onde eu conhecia. ESPERA é o ...
-- ah oi Bernardo, fui pegar umas coisas para engessar a perna dessa garota.
-- o que houve com ela?
-- seu irmão me atropelou.
Ele soltou uma gargalhada
-- ela estava andando no meio da rua, não consegui vê-la a tempo de parar.
-- posso saber qual é a graça ?
-- é típico dele , atropelar as pessoas.
-- que? Ele já atropelou pessoas antes.
-- ah esquece.
-- ah Bernardo já que você não está fazendo nada, me ajuda aqui vai.
O menino que me atropelou foi pegar mais coisas fora da sala, acho que o nome dele era Gustavo pelo o que o outro disse, então pude perguntar.
-- você é o garoto da livraria não é?
-- que?
-- você trombou comigo na livraria ontem, não foi ?
-- a é , você a menina desastrada do livro meloso.
-- livro meloso?
-- esquece.
-- é perseguição isso ?
-- do que está falando mocinha?
-- para de me chamar de mocinha meu nome é Anny, e sim só pode ontem você tromba comigo, e hoje teu irmão me atropela ? Só pode ser perseguição.
Ele sorri, e aquele sorriso, bom acho que foi o sorriso mais bonito que já vi.
-- bom, senhorita desastrada, primeiro foi você que trombou comigo ontem, e segundo quem mandou andar no meio da rua.
Já começou a virar provocação isso.
-- meu nome é Anny, A-N-N-Y.
-- serio? Anny de que ?
-- Anny de Anny ué.
-- está bem
Ele caiu na risada. Vejo Gustavo voltando com a mão cheia de coisas.
-- pronto, vou engessar.
Com cuidado ele rasgou a barra da minha calça que por sinal eu adorava, e engesso minha perna, do pé ao joelho. Agora estava perfeito, eu teria que voltar para casa com um gesso na perna e ir para o colégio andando eu ia demora horas.
-- muito obrigada, por me atropelar agora se vocês dois me dão licença preciso ir para casa.
-- espera, nós nem nos apresentamos.
-- ah não precisa, já sei Gustavo e Bernardo.
Me levantei ,e fui mancando até a sala, e os dois engraçadinhos rindo atrás de mim. ÓTIMO.
-- hei , espera eu te levo para casa ok?
Eu não estava podendo recusar, já estava tarde e ir mancando daqui em casa seria péssimo.
-- está bem, eu aceito.
-- vem comigo.
Eu segui Bernardo, até a garagem onde estava estacionado sua BMW preta, pouco humilde ele. Entrei no carro e fui guiando ele até minha casa. O caminho todo ele ria de mi, eu não via a graça nisso, ele já estava começando a me irritar com aquele sorrisinho.
Bom pelo menos , ele era gentil abriu a porta do carro para mim, e me ajudou a descer e me levou até a porta de casa.
-- hei Anny, me desculpe pelo meu irmão ok?
-- ah tudo bem já passou.
-- que tal um jantar?
-- que?
-- amanhã as oito?
-- você está me chamando para sair?
-- está combinado, amanhã as oito. Boa noite.
-- hei espera.
Ah legal, ele me ignorou e foi embora, isso só pode ser gozação eu não vou sair com ele, tá tudo bem que ele é lindo mas eu nem o conheço sei o que dele o nome? E que ele tem um irmão barbeiro que sai atropelando os outros? É isso só pode ser algum tipo de brincadeira bem idiota.
**
Quarta-feira, 6:40 am.
Droga, escola. Como que eu vou para escola com o pé engessado? Porque essas coisas só acontecem comigo? Está bem lá vou eu.
O caminho de casa até a escola foi um pouco mais demorado pelo probleminha na perna, mais aos poucos eu me acostumo.
Logo na entrada eu já vejo a cara das meninas ao me verem mancando com o pé engessado.
-- bom dia meninas!
-- Anny, o que você aprontou?
-- eu não aprontei nada, só fui atropelada por um garoto.
E como esperado, elas queriam saber de toda a história, fui explicando enquanto nós entramos no colégio. O primeiro sinal tocou, e continuamos lá conversando até o segundo sino tocar e fomos obrigadas a ir para as salas.
Entramos na sala do segundo andar e fomos e caminhando para nossa carteiras infelizmente a nossa insuportável professora de Geografia , resolveu aplicar um teste surpresa é bem a cara dela fazer isso na primeira aula.
As aulas passaram a mesma chatice de sempre, e depois eu mancando fui para casa, olhei a casa do meu primo que fica a alguns metros de casa resolvi parar , eu e ele nos dávamos muito bem apesar de ele ser seis anos mais velho que eu , nós realmente nos dávamos bem, ultimamente ele andou saindo muito e como eu moro mais na casa da Lara do que na minha própria casa então nós dois não nos vimos.
andei até o portão e apertei a campainha ele apareceu
-- achei que você havia se mudado daqui, e o que você fez na perna?
Obvio que ele estava sendo irônico como sempre
-- ah pois é vim fazer uma visitinha, e depois eu explico o da perna.
-- entra ai.
abri o portão e entrei, e ele já foi me convidando para jogar vídeo game , tipo já passei dessa faze de jogar vídeo game com ele, mais hoje me deu uma incrível vontade de desafiá-lo na corrida de carros e então aceitei.
Ficamos lá rindo e jogando vídeo game por umas três horas, antigamente eu passava umas seis horas lá com ele , eramos viciados mais isso era antes de Lara voltar a morar em Gramado , depois disso eu não ficava mais tando com Kayque, na verdade eu não ficava nunca lá com ele.
Depois de jogar de novo fui para minha casa, as vezes eu sinto falta dos meus pais, tipo sei que eles estão a trabalho, eu os vejo só duas vezes por semana no sábado e no domingo, meu pai viaja segunda depois do almoço e só volta sexta á noite bem a noite e ,minha mãe viaja terça de manhã ou as vezes segunda á noite e só volta sexta de tarde.
Minha mãe vai para Porto Alegre no seu escritório ,e meu Pai para Soledade. Então na segunda de manhã minha mãe me leva para escola depois eu volto ou vou para casa da Lara , eu moro mais lá do que aqui, mais as vezes depois do colégio eu gosto de voltar para dormir porque na Lara nós duas definitivamente não dormimos talvez seja
porque queremos passar o maior tempo possível juntas, porque eu e ela ficamos 2 anos separadas ela foi morar em Londres na Inglaterra, nós conversamos todos os dias no Msn, então é como se o tempo não tivesse passado.
Cheguei comi algo e dormi , acordei já era tarde, tudo bem que eu fiquei metade da tarde na casa do Kayque, mais dormir até as sete da noite
Sentada na cama fico pensando, será que o Bernardo vai vir mesmo ? Não acho que não, bom mais em todo caso vou colocar uma roupa descente, o que? Eu pensei mesmo nisso? Bom acho que sim. Deito no sofá e olho o relógio 19:59 pm.
Alguém bate na porta, me levanto e a abro.
-- então você veio mesmo.
-- eu disse que viria.
-- entre.
-- você já está pronta?
--só um minuto já estou quase pronta
subi as escadas, com cuidado por causa do gesso e mudei de roupa rapidamente, passei um pouco de maquiagem e fui descendo as escadas e eu comecei a ficar nervosa , porque afinal o que eu estava fazendo.
Bernardo e eu , fomos para um lugar incrivelmente bonito , eu nunca havia visto esse lugar aqui em Gramado, era como um restaurante particular cheio de luzes com um campo em volta e uma mesa só para dois, parecia até que ele tinha planejado tudo.
eu me sentei e ele se sentou em seguida e disse
-- quer comer algo ? beber?.
Mais não havia garçons , só havia eu e ele o que começou a me preocupar um pouco. Então esqueci dos comes e bebes e fiz perguntas
" porque me chamou para sair ? " ele sorriu , um sorriso misterioso
-- na verdade não sei ao certo , mais queria uma companhia para hoje a noite e como pedido de desculpas por ontem, chamei você.
Não parecia muito sincero , mais eu engoli.
Eu não sabia mais o que estava fazendo, o realmente eu estava fazendo o que eu fazia ali sentada num lugar totalmente isolado com um cara totalmente misterioso que eu conheci ontem.
Então eu estalo os dedos e como num toque de magica um garçom do nada apareceu, fiquei me perguntando de onde ele surgiu e então Bernardo pede uma bebida para ele e me pergunta
-- vai querer algo?
eu não sabia o que dizer então
-- quero um refrigerante
ele fez os pedidos e o garçom foi andando até sumir, era realmente muito sinistro isso. Logo depois o garçom volta com meu refrigerante e com a bebida de Bernardo , era uma taça de cristal que contia um liquido vermelho, mais não era vinho
era bem vermelho, então eu perguntei
-- o que é ?
ele olha para sua taça e diz
--ah uma bebida que eu experimentei na Itália e gostei.
ele não respondeu minha pergunta
-- posso provar?
ele me olhou nos olhos
-- ah você não vai gostar , e ainda mais contém álcool, melhor não.
Mais eu insisti
-- prometo que é só um gole
ele viu que eu não desistiria
-- está bem , mais eu disse que você não vai gostar.
ele me deu a taça e eu cheirei tinha cheiro de pimenta e então eu bebi, aquilo era horrível, minha cara já mostrou que eu não havia gostado , e ele sorriu
-- eu te disse que não gostaria.
depois de engolir com dificuldades
-- como você consegue beber isso ?
-- já acostumei.
e sorriu novamente, mais o que eu não entendi é o porque que ele precisaria se acostumar a beber aquilo , quer dizer porque alguem tem que se acostumar a beber se não gostou , é como obrigatório? e isso me encheu de perguntas , mais não tive coragem de questionar ele.
Depois ele pediu o jantar comida italiana , parecia que ele gostava mesmo da Itália, tudo bem que eu também gostava , mais me lembrar da Itália me lembrava de Marcelo minha antiga paixão, que durou cinco anos.
Após jantarmos,
-- ta afim de dar uma volta pela cidade?.
Eu não fazia a minima idéia o porque ele estava me chamando para andar em uma cidade que eu nasci lá, que conhecia Gramado há 16 anos,
-- pode ser
é a única coisa que eu conseguir dizer.
Levantamos da mesa e saímos , e o mais sinistro ele não pagou a conta o que me deixou com uma péssima sensação , porque que tipo de restaurante você come e não paga, mais de novo não questionei.
Fomos para a BMW dele preta , e ele acelerou e fomos andando pela cidade , mais parecia que eu estava em outra cidade , passamos por lugares que eu nunca havia visto, depois de uma hora ele me deixou em casa, atravessei o jardim entrei e tranquei todas as portas subi as escadas, coloquei minha roupa de dormir e deitei , mais eu não conseguia dormir e tentava entender o porque da bebida, da conta e de como a cidade parecia outra e como ele não respondia minhas perguntas direito, passei a noite toda tentando achar respostas para minhas proprias perguntas, e olhando pela janela do meu quarto o céu preto e remexendo meu colar mais era melhor eu ir dormir e parar de desconfiar um pouco da vida não tão cedo meu celular estava tocando.
-- oi Lara!
-- hei Anny onde você estava?
-- como assim?
-- liguei na sua casa e você não atendeu.
-- amanhã te conto ok?
-- ok.
Ai, sabia que Lara ficaria atrás de mim e agora será que eu conto a ela que sai com um estranho? É melhor eu dormir de vez.
Mal cheguei na escola ja encontro lara sorridente querendo saber de tudo
-- me conta tudo , e não esconda nenhum detalhe, quem é o gatinho?
Era típico dela, e então comecei e explicar, a ara dela não era muito boa já sabia o que ela pensava “ que não era certo, e que eu nem conhecia ele entre outras coisas” mais afinal nem eu sabia o porque que eu sai com ele.
Após as aulas,saindo do colégio quando eu olho para o portão de fora , avisto uma pessoa familiar , quando me dou conta era Gustavo isso já estava ficando extremamente esquisito afinal o que esses dois irmãos tanto querem comigo eu fui até ele e comecei a me perguntar O que ele esta fazendo aqui? Será que ele sabe que eu sai com Bernardo ontem a noite?.
-- oi , o que faz aqui?
ele sorri
--Olá Anny , bom eu estava passando por aqui e lembrei que você havia falado que estudava aqui , então resolvi dar uma passadinha.
Eu simplesmente não havia entendido , não me lembrava de ter dito que estudava aqui
-- você está melhor da perna?
-- estou na medida do possível.
-- ah que bom!
-- é sim, então eu vou precisar ir embora, mais a gente conversa.
-- você quer que eu te leve?
-- não obrigada.
Virei as costas e fui andando, nem me despedi das meninas, estava esfriando e muito, o inverno estava chegando e então com ele trazia as festas de inverno as melhores festas realizadas por jovens, onde tudo é organizado nos mínimos detalhes.
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