terça-feira, 30 de novembro de 2010

Capitulo 9

Tudo era tão lindo, o gramado verde, as árvores floridas e eu caminho em direção as flores e de longe consigo ver duas pessoas...
-- Olá... quem está ai?
Mais ninguém responde, eu corro em direção a eles , quando me aproximo os reconheço.
-- mãe? Pai?
-- Anny querida.
Eu os abraço.
-- mais como? Achei que vocês tivessem morrido...
-- sim, morremos, mais vamos estar sempre com você filha.
-- mais mãe, eu queria tantas respostas...
-- calma filha, você vai ter todas as respostas que precisa, mais não agora.
-- porque? Quem está atrás de mim ? O que tem nesse colar?
-- uma coisa de cada vez, mais agora precisamos ir.
-- NÃO!! , por favor fiquem.
Eles me abraçaram.
-- filha, tome cuidado, gente muito má está atrás de você.
-- quem?
De repente, tudo ficou escuro, o céu ficou preto e as árvores começaram a pegar fogo.
-- está na hora.
-- NÃAO !! PAI, MÃE , não me larguem novamente.
-- é preciso.
Eu me virei para olhar o fogo, e quando viro novamente eles não estão mais lá.
O fogo se aproximava cada vez mais de mim e eu começo a ficar com calor muito calor e não tem saída, seria meu fim ? Morrer queimada? Fecho meus olhos e desejo sair de lá, mais nada acontece, e então o fogo começa a subir na barra do meu vestido ... mais espera, eu não o sinto, o fogo está tomando meu corpo e eu não sinto queimar como isso é possível ? É como se eu o dominasse, eu podia pegar o fogo em minhas mãos, isso era impossível, porém divertido eu começo a brincar com o fogo e quando me vejo estou em chamas LITERALMENTE, quando olho longe vejo uma onda gigantesca de fogo eu começo a correr, mais parece em vão e eu entro em desespero e então eu caio e corto minha mão em um galho de árvore, e o a onde fogo se aproxima.
-- Não , nãaao.
Dou um pulo da cama, oh meu Deus foi um sonho.
-- Samantha?
Eu a olho e ela está sentada na beira da minha cama.
-- boa dia Anny.
-- o que você faz aqui, e cadê o Bernardo?
-- só estou observando e ele saiu cedinho.
-- me observando?
-- ah esquece, e então o que tem de bom para fazer nesta cidade?
-- ah podemos dar umas voltas.
-- ok, então se troque.
Me levanto e vejo que o lençol está com pingos de sangue olho para minha mão, e ela está...cortada e sangrando. Como ? Como eu me cortei durante a noite? Espera como é possível eu me cortei no sonho, vou até o banheiro e limpo o sangue e enfaixo minha mão com um pano de primeiros socorros.
Troco de roupa e desço as escadas Bernardo está lá em baixo conversando com Samantha, ao descer sinto uma forte dor na minha nuca, onde está minha cicatriz, começa a doer demais e eu desacordo.
Abro lentamente meus olhos, minha cabeça dói olho para o lado, Lara está lá.
-- Anny, você está bem?
-- L-lara.
Só para falar minha cabeça dói, olho meu braço e ele está todo enfaixado.
-- xii, é melhor não falar.
-- o que aconteceu?
Eu falo com muita dor na cabeça e no corpo.
-- acho que você teve uma tontura e despencou da escada.
-- onde está o Bê?
-- já está vindo.
Bernardo e Samantha aparece na porta, mais eles não entram, e eu não sei porque, Gustavo vem atrás e entra,.
-- como está se sentindo?
-- está tudo doendo.
-- imagino, sua desastrada.
Eu tento sorrir, mais dói.
-- você tem que ficar calma, sei que está doendo.
Minha cicatriz começa a arder e doer de novo muito, eu começo a gritar.
-- AI, AI AIII , está doendo demais? O que é isto? Porque dói?
-- calma, calma.
Bernardo entra correndo e segura em minha mão, mais é como se desse um choque e ele solta imediatamente.
-- fique calma querida, vai dar tudo certo.
Lara sai do quarto, ela não consegue ver ninguém com dor que dá agonia.
-- Bê, o que está acontecendo comigo?
Ele olha para Gustavo e depois para Samantha na porta.
-- transformação.
-- O QUE?
Gustavo aplica uma injeção que me faz adormecer no mesmo segundo.
***
Após horas eu acordo, Bernardo está ao meu lado.
-- hei Anny, como se sente?
-- estou melhor, mais não sinto meu corpo, como se estivesse adormecido.
-- é normal.
-- o que está acontecendo comigo?
-- xi , não se esforce muito a dor pode voltar.
-- não mude de assunto, por favor o que está acontecendo comigo?
-- quando você melhorar, vamos conversar sobre isto.
-- Bê, coisas estranhas andam acontecendo.
-- tipo o que?
-- eu sonhei com meus pais, e de repente tudo começou a pegar fogo, mais o fogo não me queimava e então eu cai e machuquei minha mão e hoje quando eu acordei minha mão estava sangrando exatamente onde eu machuquei no sonho.
Ele fez cara de medo.
-- você conversou com seus pais no sonho?
-- sim.
-- e o que eles falaram?
-- que eles estariam sempre comigo, e que tem gente muito má atrás de mim.. e também que com o tempo todas as respostas para as minhas perguntas viriam.
-- Anny preste a atenção, muita coisa está por vir, eu preciso que você tenha paciência.
-- como assim? Você sabe o que está atrás de mim ?
-- agora não posso falar muito sobre isso, mas aos poucos você vai ter todas as suas respostas.
-- porque todo mundo diz isto, porque ninguém me conta as coisas, Bê você é meu namorado, por favor não esconda isso de mim, eu preciso saber.
-- sim, mais não agora.
Ele se levantou e saiu do quarto, tentei impedir mais não consegui, meu corpo não reagia.
Eu sentia medo do que estava por vir, estava com medo de tudo isso o que estava acontecendo, eu queria minha vida normal de volta, tudo era normal antes... antes de eu conhecê-lo, talvez essa fosse a chave de tudo, quando Bernardo entro em minha vida trouxe com ele todos esses problemas, talvez se eu não começasse a namorá-lo meus pais não teriam morrido, e eu não passasse por tudo isso, isto não era nenhum sonho ou pesadelo era real e o real me dava medo,como eu queria que as coisas voltassem a ser como era, antes dele, podia ser egoismo da minha parte mais eu o culpava, não gostaria de sentir isso mas a única coisa que eu conseguia era culpá-lo, tentei afastar estes pensamentos da minha cabeça, mais era impossível as coisas apenas vinham em pensamento desde do dia que eu o conheci que eu o vi na livraria, talvez não fosse destino as vezes ele trombou comigo de propósito e depois quando o Gustavo me atropelou, era isso que eles queriam se aproximar de mim, mais porque? Porque eu? Minha cabeça voltava a doer, mais os pensamentos não saía, como no dia do lago que ele estava lá no mesmo momento em que eu cai, como ele sabia? Ou talvez foi ele mesmo que me empurrou, meu Deus e se ele for a pessoa má que meus pais se referiam ? Meus pais morreram logo depois de conhecer ele, e aquele sonho, em que ele e o Gustavo era cúmplices e que eles pegavam meu ... COLAR, então é isso, ele quer que eu confie nele para entregar meu colar a ele, agora tudo faz sentido e eu preciso sair daqui, rápido.
Meu corpo doía e minha cabeça também eu não tinha forças para sair de lá, então eu vou jogar o jogo deles e fingir que eu não sei de nada e quando eu tiver forte o suficiente eu o desmascaro.
-- Anny querida, está melhor?
Como ele era lindo, e cínico.
-- minha cabeça ainda dói um pouco mais estou melhorando aos poucos.
-- que bom. Você quer alguma coisa?
Que claro, que ele mostre quem ele realmente é.
-- Não obrigada.
Ai esse papo de ser falso me dava nos nervos, tudo bem que eu posso estar enganada, mais agora tudo faz sentido essas coisas horríveis começaram acontecer logo depois que ele entrou em minha vida e eu tão boba acreditei nele, e sempre me senti protegida com ele, talvez fosse isso que ele quisesse que eu que eu achasse que ele é o Herói, mais chega de me enganar... uma lágrima desceu em meus olhos, eu estava sozinha.
-- hei, você parece triste? O que foi amor.
PARA TUDOOO, ele me chamou de amor ? É serio isso ? Calma calma, ele só está fingido , mas e se não estiver? Então quer dizer que ele realmente gosta de mim de verdade , ai ai minha cabeça voltava a doer de tanto pensar eu acho, não que eu não sou muito de pensar, mais depois de tudo o que houve comigo eu estava cansada demais para decidir isso, mais a minha teoria de que tudo é culpa do Bernardo ainda é a primeira opção.
-- só estou cansada.
-- vou deixar você descansar.
-- Obrigada.
Ele sorriu, e veio me dar um beijo na testa e depois saiu.
***
As vezes eu me sentia horrível de estar pensando horrores dele, mais eu precisava ser realista e meus pais disseram que há alguem malvado atrás de mim, eu queria entender o porque, PORQUE EU ? O que há de tão importante neste colar, eu o olho e não entendo é apenas um colar com uma pedra azul, eu queria ter minha vida normal de volta e confesso...estou com medo do que há por vir, quer dizer antes eu não tinha parado para pensar porque eu tinha o Bernardo, mas e agora? Se minhas suspeitas forem verdadeiras e se eu tiver quem enfrentá-lo ? Não sei se consigo sozinha, e pensar nisso me deixa desesperada, quem é ele ? E o que ele quer de mim?.
São tantas perguntas e nenhuma resposta, Samantha entra no quarto.
-- e ai mocinha, como você está?
-- melhor.
-- você nos deu um susto em.
-- sinto muito por isso.
-- que isso, acontece, mais e ai estou atrapalhando você descansar?
-- não, pelo ao contrario só queria conversar um pouco.
-- ah ok, sobre o que quer conversar?
-- me conte sobre você.
-- ok, o que você quer saber?
-- tudo.
-- está bem, então eu nasci na Itália e quando eu tinha seis anos meus pais foram assassinados por um povo muito malvado, e eu fiquei com a minha irmã mais velha a Raquel, ela cuido de mim desde então, mais daí ela teve que viajar para Inglaterra e me deixou sozinha, eu era adolescente e morar sozinha me deixou assutada mais era preciso, daí eu estava indo para uma festa com umas pessoas erradas e a gente sofreu um acidente e o carro capotou e um amigo meu morreu, e a outra menina saiu correndo e eu fiquei presa no carro, a gasolina começo a vazar e eu me vi morrendo naquele lugar mais então apareceu o Bernardo e me salvou e eu fiquei na casa dele e ...
-- Já sei, vocês tiveram um caso.
-- mais tipo, foi por carência, a gente não se gostava desse jeito e na verdade ele se tornou meu melhor amigo, e depois minha irmã voltou e ele veio para cá, e dese então nunca mais nos vimos.
-- e então você resolveu vir para cá?
-- é , minha irmã voltou para Inglaterra e pergunto se eu queria ir, eu ate ia mais e por causa do noivo dela eu o odeio, então eu vim atrás do meu melhor amigo passar um tempo com ele.
-- e porque você odeia o noivo da sua irmã ??
-- Charllie é um cara metido e grosso, tudo bem que ele é lindo, mais a chatice dele não compensa a beleza, mais minha irmã o ama então eu o respeito, mais não me peça para morar com eles.
-- complicado isso.
-- é sim, mais agora sua vez de me conta a sua história.
-- ah , sempre tive a vida normal até agora, eu conheci o Bernardo depois meus pais morreram e muitas coisas andam acontecendo comigo.
-- sinto muito pelo seus pais.
Ela parecia sincera, mais eu não podia mais confiar plenamente nas pessoas e eu mal a conhecia.
Gustavo entra no quarto.
-- como está minha paciente preferida.
-- muito melhor, e para falar a verdade estou cansada de ficar aqui deitada.
-- que bom, mais você tem que ficar mais um pouco, e a cabeça parou de doer?
-- parou sim.
Minha cabeça dolorida era o de menos, eu estava com medo de quando eu saísse daqui do que estava por vir, eu queria respostas e não as tinhas e então eu vou procurar onde elas estão, não vou parar até desvendar esses mistérios todos, e preciso descobrir se o Bernardo é confiável ou não. 
No dia seguinte eu já estava bem melhor, e pude sai daquele quarto o que me deixava nervosa por ter que enfrentar as coisas.
-- Anny, fico tão feliz por você estar bem.
-- eu também Bê.
-- hei, nós podíamos fazer uma viajem este final de semana.
-- para onde?
-- Bento Gonçalves.
-- pode ser, só vai nós dois?
-- sim.
Já era bom começar a arrumar as coisas porque o final de semana já era amanhã, hoje era quinta, e ele queria viajar amanhã é claro.
-- vamos amanhã então?
-- pode ser, depois do colégio, eu preciso entregar alguns trabalhos você sabe andei faltando por causa da morte dos meus pais, depois a viajem e depois o acidente.
-- claro, claro, você tem razão.
-- hei, e seu estágio de História?
-- eu abandonei, não daria muito certo eu morando com uma aluna.
-- é tem razão.
***
Bento Gonçalves a cidade até que é bonita, fomos até uma casa de campo em bonita por sinal, deixamos nossas coisas e fomos andar pelo campo florido.
-- sabe Bê eu queria achar respostar para todas as minhas perguntas...
-- queria poder te ajudar a encontrá-las.
-- as vezes sinto como se você pudesse me ajudar.
-- como assim?
-- ah esquece.
Continuei andando na frente, eu queria abrir o jogo e dizer tudo o que eu estou pensando, mas quando eu o olho penso que ele não poderia ser capaz de me fazer passar por tudo isso.
Mas, não tinha outra explicação desde quando ele entrou na minha vida as coisas começaram a acontecer...
O tempo passou rápido e logo anoiteceu, eu e ele sentamos na beira da lareira e vendo aquele fogo eu me lembrava do meu sonho, eu não podia mais fingir tinha que falar.
-- Bernardo...
-- Oi Anny..
-- eu andei pensando muito sobre tudo o que anda acontecendo, e eu não vejo outra explicação para as coisas...
-- do que está falando ?
-- Meu, não aguento mais fingir, desde que você aparaceu na minha vida...
Eu hesitei, eu podia estar cometendo um grande erro, mais não conseguia mais fingir.
-- o que você quer dizer com “ desde que você aparaceu na minha vida “ ?
--que foi depois que você apareceu, que as coisas começaram a acontecer.
Ele se levantou.
-- espera ai , você esta dizendo que eu sou o culpado?
-- me fale você.
Eu me levantei também, e meu coração acelerou.
-- Anny, tem certas coisas que não dá para falar.
-- então quer dizer que minhas suspeitas estão corretas?
-- Não, o que você está achando ? Que eu matei seus pais?
Eu comecei a chorar, meu corpo ficou quente muito quente.
-- Só quero que me conte as coisas, você tem alguma coisa haver com esses atentados.
-- não do jeito que você está pensando.
-- então você tem. Eu sabia.
Me virei e sai andando, mais ele me puxou pelo braço.
-- Anny espere, eu me apaixonei por você.
-- ah claro, você só estava tentando estragar minha vida mais acabou se apaixonado...
-- nunca quis acabar com a sua vida, você tem que confiar em mim.
Meu corpo estava como se estivesse pegando fogo, e eu olhei para lareira e o fogo dançava lá dentro cada vez mais forte.
-- Se você não me contar as coisas, fica impossível confiar em você. Sinto muito, mais acabou.
-- Por favor, não diga isso, eu não posso ficar longe de você.
-- claro, você quer meu colar, mais porque você precisa dele? O que tem nesse colar.
-- talvez seja melhor eu ir.
-- então eu estava certa... como você pode fazer isso comigo?
-- cansei de tentar explicar, não quer confiar em mim então tchau.
Ele virou as costas.
-- NÃO VIRE AS COSTAS PARA MIM.
Quando eu pronunciei estas palavras o fogo da lareira subiu, e começo a tomar conta da sala eu me assustei, foi como naquela noite do dia 23 de outubro, estava acontecendo de novo, mais dessa vez eu estava com tanta raiva de Bernardo que desejei que ele morresse.
-- Anny, tente se acalmar.
-- Eu não quero me acalmar.
-- mais você precisa, não vê o fogo?
-- vejo, é exatamente isso que eu quero que acontece que tudo pegue fogo.
-- Anny pare, isto é perigoso.
-- serio?
Eu estava fora de mim, é como se algo poderoso me consumisse e eu me sentia bem, extremamente bem.
-- FAÇA PARAR.
-- você não se preocupou em fazer parar minha dor, e então agora é minha vez de fazer você sentir dor.
O fogo estava cada vez mais próximo, e tudo que tocava destruía.
-- você se lembra da ultima vez que isso aconteceu?
-- do que está falando?
-- Dia 23 de outubro, uma casa abandonada, você e Marcello juntos foi o dia em que vocês prometeram amor eterno um para o outro, só que então você descobriu que ele ia embora para Itália jogar futebol e ficou nervosa pedindo para que ele não fosse, e então começou a pegar fogo e você correu para se salvar mais acabou desmaiando de tanto inalar fumaça, quando acordou viu que estava salva, mais infelizmente ele havia morrido ou no caso forjado sua morte.
Meu coração acelerou, e eu comecei a tremer.
-- como você sabe disso? Só estava eu e ele lá.
-- Anny, faça parar.
-- NÃO. Me conte como sabe disso?
-- eu estava lá, você acha que sobreviveu como?
-- o que? Mais eu nem te conhecia...
-- eu sempre estive por perto Anny.
Ele se aproximou.
-- Saia de perto de mim, quem é você e o que quer comigo?
-- por favor pare o fogo.
-- quem é você e o que quer comigo??
-- PARE O FOGO.
-- VOU PERGUNTAR PELA ULTIMA VEZ... QUEM É VOCÊ E O QUE QUER COMIGO?
-- Eu preciso que confie em mim..
-- esse papo de novo não.
Me virei e corri, corri o máximo que pude para desviar do fogo e sair da casa, meu coração estava saindo pela boca, minhas pernas estavam bambas, mais eu não parei de correr, corri o máximo que pude para o mais longe possível de lá e então escutei um grande estouro, me viro e o fogo havia acabado com a casa, e não tinha nem sinal de Bernardo.
Me sentei de baixo de uma árvore e de lá via a casa desmoronando, comecei a chorar então, o que eu era? Era um monstro ? Que tinha o poder de fazer coisas pegarem fogo, eu não queria isso, eu só queria ir embora, para longe daqui, para longe de tudo para sempre.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Capitulo 8

A sensação era ruim, quer dizer eu já estava acostumada a ficar bastante tempo longe deles, mas me dava agonia de pensar que eles nunca voltariam, eu queria saber o que houve, queria entender.
Eu olho para o lado e lá estava ele prestando atenção na estrada e ele me olha.
-- você está bem?
-- melhor, obrigada por vir comigo.
Ele apenas sorriu.
Depois de tudo o que aconteceu foi bom saber que eu o tinha, e claro as meninas foram lá na casa dele e ficaram comigo, Lara está lá passando um tempo, e o Gustavo também me deu força, mais ele , era como essencial,sem ele eu me sentia frágil, e quando eu estou com ele me sinto protegida de qualquer mal que possa me acontecer.
-- chegamos Anny.
Eu desci do carro, e fui andando até um velho prédio entrei pela porta de vidro da frente e havia uma moça ruiva dos olhos verdes sorridente na recepção, ela me olhou e se levantou vindo em minha direção.
-- Anny certo?
-- sim.
-- Oi, eu sou Carla com quem você falou no telefone.
Eu sorri.
-- eu sinto muito por tudo o que aconteceu, venha comigo que eu vou te dar umas coisas que são de seus pais.
-- você quer ir sozinha?
-- Não, venha comigo Bêh.
Andamos por um corredor grande com paredes amarelas e passamos por duas portas, na terceira ela abriu, entramos e nos sentamos e duas cadeiras e ela ficou em pé procurando uma chave entre as muitas em sua mão para abrir uma gaveta.
-- aqui está.
Eu peguei um envelope grande e preto, hesitei um pouco em abrir então Bernardo pegou em minha mão o que me deu forças, Carla saiu da sala e eu o abri, fui tirando as coisas de dentro.
Havia uma foto minha com eles, meus olhos se enxeram de lágrimas, eu não sei se conseguia continuar na imagem nós três aparentamos felizes, e realmente estamos felizes naquele momento, eu fechei meus olhos e desejei que eles não tivesse ido embora, mas nada mais poderia ser feito, então continuei a tirando coisas do envelope, havia documentos e entre eles uma carta endereçada para mim, eu a abri cuidadosamente e comecei a ler:
Querida Anny.”
Se essa carta chegar em suas mãos certamente aconteceu algo conosco. Filha, você precisa ser forte, para superar o que há por vir...
Nós não queríamos que fosse assim, mais infelizmente aconteceu e você precisa saber da verdade.
Você não é nossa filha biológica, há dezesseis anos atrás alguém deixou você com alguns meses em nossa porta o que foi nosso maior presente e você estava acompanhada de um colar e um bilhete dizendo para que você nunca tire este colar, pois ele é a única coisa que você tem do seus pais biológicos e você já tinha sua cicatriz na nuca.
Com você veio várias alegrias, mais existem pessoas más no mundo que estão atrás de ti por motivos que nunca entendemos muito bem, tentamos ao máximo te proteger mais alguém muito mal nos encontrou , então eu preciso que você tome muito cuidado e nunca tire seu colar, pois ele é sua proteção.
E você sendo menor de idade precisa de um tutor, ou uma no caso sua tia Valéria que está ciente que se alguma coisa acontecesse com nós ela tomaria conta de você.
De agora em diante as coisas vão ficar mais difíceis e com o tempo as verdades vão aparacer, mais sabemos que você é capaz de superar tudo.
Te amamos muito, e desculpa por tudo isso.

  • Papai e Mamãe.”

Eu paralisei lendo a carta, eu não tinha reação, então eles foram assassinados? Mais e o sangue? Não havia sangue. E eles mentiram, eu não sou filha deles. UAU. Isso sim foi um choque, e o que taria atrás de mim? Tia Valéria? Faz dez anos que eu não a vejo como assim minha tutora? As palavras vinham em minha mente, essa carta o porque de tudo isso ? Não segurei e comecei a chorar, a cair em prantos, Bernardo me abraçou sem dizer uma palavra, eu o abracei forte e queria que ele me tirasse daqui, mas minha visita não havia terminado, por mais que eu me senti traída pelos meus pais, eles eram meus pais foram eles que me criaram eu ia até onde eles foram enterrados.
Procurei me acalmar, me levantei e coloquei as coisas no envelope, peguei na mão de Bernardo e sai da sala, Carla estava lá fora.
-- quero ver onde eles foram enterrados.
-- claro, vou te levar lá.
Fomos até um cemitério daqueles antigos onde as pessoas são enterradas debaixo da terra, adamos por um gramado enorme, e chegamos onde eles estavam enterrados...
Liz Venturelli julliet e Thomas Julliet.
Era terrível ver o nome de meus pais escrito naquele concreto que significava que nunca mais irei vê-los, não consegui me conter e comecei a chorar novamente, Bernardo me abraça e eu só consigo chorar, Carla se vai e eu me sento no chão e remexo meu colar, tentando entender o porque que ele me protege, qual é o segredo? E o que está por vir...
A viajem de volta para gramado foi mais curta, pois de tanto eu chorar acabei dormindo.
Chegamos na casa de Bernardo, ele colocou o carro na garagem e abriu a porta da casa e tivemos uma surpresa...
-- SAMANTHA?
-- BERNARDOOO
Ela correu e pulou o abraçando, e eu fique a observando ela era alta e usava uma bota preta de combate tipo as que Bernardo usa, e estava com uma camiseta preta, os cabelos longos pretos e liso, olhos pretos e
Ela o soltou..
-- o que faz aqui menina?
-- vim te visitar você sumiu.
Bernardo me olhou e depois a olhou.
-- hey, essa é minha namorada Anny.
-- prazer Anny, então quer dizer que meu querido Bernardo arrumou uma namorada?
-- é o que parece...
Ela soltou uma gargalhada e depois olhou para ele tirando sarro, minha cabeça doía e eu não estava bem para isso agora.
-- bom, me dão licença mais eu vou me deitar não estou muito bem.
-- você quer que eu vá com você?
-- não, fique aqui com sua amiga.
Subi as escadas e dei de cara com Gustavo sorrindo e olhando em direção a Samantha.
-- o que você tem Anny? Está com uma cara péssima.
-- o dia não foi muito bom hoje, vou me deitar.
Ele apenas sorriu e desceu as escadas abraçando Samantha.
Pelo que parecia eles eram bons amigos, e com toda certeza eles ficaram felizes em vê-la estava estampado no sorriso deles.
Me deitei e não consegui pensar nada mais além da carta que meus pais me deixaram, e minha vida estava prestes a mudar, minha tia que eu não a via há 10 anos estava para chegar, meus pais morreram de uma forma que ninguém sabe explicar, e eu não sou filha deles e então quem são meus pais verdadeiros que me deixou este colar ? São tantas coisas que eu gostaria de saber e não achava resposta para nada, isso estava começando a me deixar louca, e agora na hora que eu mais preciso do meu namorado aparece uma velha amiga, posso estar sendo egoísta mais é assim que eu me sinto...sozinha.
Aahhh minha cabeça está estourando, e que barulheira é esta? Desço as escadas e os vejo, Bernardo e Samantha rindo juntos no sofá, quer dizer chorando de rir, gostaria de saber qual é a graça, mais simplesmente não consigo sorrir,não depois de tudo o que está acontecendo comigo, sorrir seria como se eu esquece o que houve,não há motivos para simplesmente... sorrir. Me viro para voltar ao quarto...
-- hey Anny vem aqui com a gente.
Eu o olhei, Bernardo estava sendo gentil então resolvi me juntar a eles, me sentei no sofá ao lado dele.
-- então Anny, faz quanto tempo que vocês namoram?
-- não muito, e vocês são amigos há quanto tempo?
-- aaah, muitos anos.
-- como vocês se conheceram?
Ela sorriu.
-- bom, ele me salvou de um acidente, tipo minha família toda tinha morrido e eu estava quase morrendo e ele me tirou do carro,e cuidou de mim.. daí nos tornamos grandes amigos.
-- que legal.
-- é sim, mais fazia um tempão que nós não nos viamos.
-- porque?
-- ah, eu fiquei na Itália e ele veio para o Brasil, há tipo muitos anos.
-- nossa, mais vocês se conheceram com quantos anos?
-- nem lembro. 
-- deveriam ser crianças.
Ela caiu na risada...
-- é por aí.
-- Bê, não sabia que você já foi para Itália.
-- é na verdade eu nasci lá, mais já viajei muito.
-- nossa, você nunca me disse nada disso.
-- ah, é só passado Anny.
-- ah eu sei, mais seria legal se a gente conversasse sobre essas coisas.
-- bom, desculpa não queria que vocês discutissem por isso.
-- não estamos discutindo.
Me abaixei para pegar a almofada que estava no chão...
-- Oh Deus, seu colar.
Eu segurei me colar que estava para fora na camiseta.
-- o que tem meu colar?
-- ele é...
Bernardo, a interrompe.
-- muito bonito, eu sei.. eu também gostei.
-- e realmente muito bonito,onde você comprou ?
-- na verdade não comprei, é uma herança de família, desde que me conheço por gente eu tenho ele.
Ela fixou o olhar em meu colar e depois olhou confusa para Bernardo.
-- é tão parecido com...
Ele novamente a interrompe.
-- você está se confundindo Samantha, esquece isso.
Eu não estava entendendo absolutamente nada.
-- você sabe que pedra que é ?
-- não, na verdade não sei muito sobre ele, mais porque tantas perguntas?
-- ah , nada demais, ele é parecido com o de uma amiga minha.. mas olhando melhor até que não tem nada haver.
Nós todos rimos, e senti que Bernardo se sentiu desconfortável.
-- bom, eu vou até a cozinha sabe, estou morrendo de fome.
Me levantei e fui até a cozinha, mais consegui escutar algumas coisas que eles conversavam do tipo “ Bernardo, ela não sabe? “ ou do tipo “ e o colar.. aquele com certeza é o colar..., mais ele sempre a interrompia dizendo coisas do tipo “ fique quieta samantha, você esta confundindo tudo”. Eu não estava entendendo o que estava acontecendo, mas com certeza eu iria querer conversar com ele depois.
Comi um pedaço de torta, e voltei para a sala e eles fingiram que nada estava acontecendo.
-- Bê, acho que vou subir vem comigo?
-- claro, você se importa Samantha?
-- não, imagine eu já estou indo...
Eu a olhei.
-- Para onde?
-- não sei ainda.
Ela sorriu.
-- você pode ficar aqui, não pode Bê?
-- pode sim.
-- ah obrigada, onde eu fico? 
-- tem vários quartos lá em cima, pode escolher.
Nós três subimos e Samantha escolheu um quarto, e eu chamei Bernardo para ir comigo ao meu.
-- hum, o que você quer comigo no seu quarto em Anny?
-- há há há, engraçado.
Me aproximei e o puxei pela gola da camisa.
-- estou gostando disso.
Eu o sentei na cama e me sentei em seu colo.
-- Bê, eu queria conversar.
Ele foi se aproximando.
-- conversar? Uma hora dessas?
Eu não conseguia resistir a ele, mais eu queria fazer perguntas... mais talvez elas pudessem esperar, então eu o beijei e ele levantou comigo em seu colo me encaixando nele, minhas pernas estava em volta de sua cintura, meus braços em volta de se pescoço e eu o beijava, ele me colocou em cima da cômoda empurrando as coisas que estavam lá, fazendo as cair no chão, quando eu o beijava meu mundo parava, e depois de tudo o que andou acontecendo nem aproveitamos muito, quer dizer não faz muito tempo que estamos juntos, só umas duas semanas, e ele me deixava leve e eu sentia vontade de fazer coisas que eu nunca fiz, ele me pegou no colo novamente e me levou até a cama me deitando nela e ele ,e beijava.
-- hey, onde tem lençóis? Ops
Ele se levantou rapidamente e eu também.
-- ah venha comigo eu te mostro tudo.
Eu olhei para ele e comecei a rir , e ele também.
-- ah desculpa atrapalhar vocês.
-- Imagina Samantha.
-- pode me chamar de Sam ou S.
-- ok, S.
Eu a levei até o armário que tinha as roupas de cama e ela pegou o que precisava.
-- boa noite S.
-- boa noite A .
Voltei para o quarto com o Bê.
-- então onde nós estavámos ?
-- bom, iriamos conversar, até você me beijar..mais agora vamos.
-- tem certeza?
Ele foi se aproximando, e eu o parei.
-- sim.
-- ok, o que você quer saber.
-- então Bê, sem querer eu escutei você e a S conversando sobre alguma coisa do tipo...
-- pera ai , S ? já estão com essa intimidade toda?
-- Bê, por favor escute.
-- desculpe.
-- então do tipo “ ela não sabe, e o colar..” porque ela se interessou tanto pelo meu colar? E o que eu não sei?
Ele engoliu em seco, e ficou sem saber o que dizer, e eu fiquei olhando esperando por uma resposta.
-- ah querida, ela se confundiu.
 
-- não Bê. É serio, ela não se confundiu e eu quero que você seja sincero comigo.
-- Anny, o seu colar é parecido com o colar de uma amiga dela que morreu, por isso ela ficou daquele jeito.
-- bem, e o que é que eu não sei?
-- nada A .
-- por favor, o que é o que eu não sei ?
-- que eu e ela já namoramos.
-- han?
-- é A, eu e a Sam , já tivemos uma história.
-- e quando foi isso?
-- foi logo depois que eu a salvei, ela não tinha ninguém e eu era sozinho também e então acabamos ficando por um tempo, mais depois muita coisa aconteceu e nos tornamos grandes amigos.
-- e o Gustavo ?
-- aah eu não moro com o Gustavo desde sempre, ele morou na Inglaterra quando eu conheci a Sam, e quando ele voltou ele conheceu ela.
-- uau, entendi.
-- mais alguma coisa?
-- não, por enquanto é só.
Ele sorriu.
-- estou cansada.
-- eu também estou.
Ele se levantou saindo do quarto.
-- Bê...
ele se virou.
-- porque não fica.
-- tem certeza?
-- sim.
Ele se deitou do meu lado e me abraçou e eu adormeci em seus braços.

domingo, 14 de novembro de 2010

Capitulo 7

Quinta-feira, hoje nem o som do despertador me irritou me arrumei e quando olho pela janela lá estava ele estacionado no jardim de casa me esperando para me levar á escola, desci as escadas, sai , fechei a porta e atravessei o jardim.
-- Bom dia Anny.
-- Bom dia Bêh.
Ele me beijou, em seguida abriu a porta do carro e eu entrei.
Ele dirigia até o colégio e eu pensei em contar sobre meus pais, quer dizer tudo bem que era cedo para apresentar ele aos meus pais, tipo só estamos ficando não é ? na verdade eu não sabia ao certo então resolvi não falar nada. 
-- Hey Anny, e seus pais quando voltam ?
Quee? Como assim? Era muita conhecidênca eu estava pensando nisso.
-- amanhã, porque?
Ele sorriu, mas sem desviar o olhar do volante.
-- ah eu só estava pensando no que você acha de eu conhecer eles? Se você quiser é claro.
Não é possível ele só pode ler meus pensamentos, ou estou ficando louca.
-- Claro, tipo seria legal.
-- como eles são?
-- como assim?
-- ué, são tipo de boa com seus namorados?
-- ah sim, relaxa eles são super de boa, mas...
Eu deixei a frase morrer.
-- mas... o que?
-- ah não tipo, então quer dizer que somos namorados?
Ele sorriu estacionando o carro no colégio, saiu do carro e abriu a porta eu desci esperando uma resposta.
Ele me encostou no carro e olhou em meus olhos.
-- eu não estou de brincadeira Anny.
-- isso quer dizer que...?
-- que sim, quero dizer você quer?
-- namorar com você?
-- isso está terrível, eu não posso simplesmente pedir você em namoro na frente do seu colégio.
Eu dei risada e ele me beijou, eu fui responder mais ele me interrompeu.
-- Não diga nada, precisamos entrar ok?
-- está bem.
Ele entro por um portão e eu por outro, encontrei com Lara e fomos para a sala.
-- Anny, como vai ser agora com o Bêh sendo seu professor?
-- sei lá.
Nós duas rimos.
Entramos não sala, eu não conseguia prestar a atenção na aula pensando em minha conversa com ele mais cedo, e eu ficava mexendo e remexendo meu colar até levar uma bronca da professora pedindo para que eu prestasse a atenção.
A manhã toda foi sem graça.
Na saída lá estava ele me esperando.
-- como foi seu dia hoje?
-- bem o seu?
-- também.
-- está com fome?
-- sim.
Ele me levou até um restaurante, fiquei um pouco sem graça afinal estava de uniforme, mas não fazia mal isso não importava agora.
-- Anny , eu quero fazer as coisas direitas...
eu fiquei olhando nos olhos verdes dele.
-- pode ser cedo, mas eu não queria perder tempo...
eu apenas sorri.
Ele pegou minha mão.
-- Anny sei que posso parecer meio antigo, mais eu cresci assim.
-- não acho você antigo Bêh.
Ele sorriu, aah aquele sorriso eu simplesmente amava.
-- Anny Venturelli quer namorar comigo?
-- ainda tem dúvidas? Claro que quero, você não precisava fazer tudo isso.
-- eu sei, só quis ser romântico.
Nós dois rimos.
E logo em seguida ele me beijou.
***
Tudo estava escuro, só conseguia ver uma luz no fundo eu a segui, continuei caminhando em direção á ela, mas parecia que ela se afastava eu estava com medo, sozinha tudo era frio e escuro e então eu corri o mais rápido que pude para alcança-la.
Eu a encontrei, espera era uma porta e então entrei, havia um homem, me aproximei e alguém me pegou por trás me prendendo, tentei gritar mais foi em vão, me sentaram em uma cadeira me amarrando , os dois estavam conversando não conseguia entender sobre o que, tentei diversas vezes me soltar mas não conseguia, um deles se aproximou e então percebi que ele usava máscara e o outro veio logo atrás... os dois de máscaras, o de cabelo loiros que estava na frente se abaixo e puxou meu colar que estava pendurado em meu pescoço, tentei impedir que me tirassem o colar mais não consegui e então os dois riram, espera aquele sorriso eu o conhecia e então ele tirou a máscara... o que? Não podia ser porque ele queria meu colar, porque me amarrou em uma cadeira porque?? meus olhos se enxeram de lágrimas pela decepção e ele ria de mim, ele se virou colocando o colar no bolso e eu gritei.
-- Bernardo!! BERNARDO, volte por favor VOLTE!!
Abri meus olhos dando um pulo, meu Deus era um sonho.
-- Filha!, você está bem?
Olhei direito e fui acalmando minha respiração.
-- Mãeee !!
Ela se sentou na cama e me abraçou.
-- Filha, o que houve porque você estava gritando?
-- aah era só um pesadelo , mas já passou.
-- porque você gritava por um nome de Bernardo?
Eu sorri.
-- depois conversamos sobre isso, mais me fale como foi a viajem, onde está o papai?
-- ele está lá em baixo tirando as coisas do carro.
O som do despertador tocou, eu a olhei com cara de desanimo e ela sorriu.
-- Não precisa ir á escola hoje querida.
-- Obrigada mãe.
-- então filha me conte as novidades.
-- bom, não há nada de novo, só que...
Ela me olhou curiosa.
-- estou namorando.
Ela fez cara de surpresa e depois sorriu.
-- Meu Deus quando isso aconteceu?
--ah não faz muito tempo, para ser exata ele me pediu em namoro ontem.
-- e como ele é ? 
-- então , eu estava pensando em fazer um jantar ou coisa assim para eu apresentar ele para você e o papai, o que você acha?
-- ótima idéia.
Eu abracei novamente.
-- Mãe, e agora vocês vão ficar de vez?
Ela hesitou.
-- então filha...
-- então o que mãe? Vocês não vão ficar?
-- você sabe filha que nós trabalhamos lá ...
-- mais mãe, vocês podem trabalhar aqui também.
-- eu sei, mais eu fui promovida estou ganhando melhor, e estamos pensando em você vir com a gente.
-- o que?
-- é filha, não é certo você ficar sozinha aqui.
-- não mãe, mais é aqui que estão meus amigos, o Bernardo a Lara, não posso.
-- mas você não pode ficar aqui sozinha.
-- mais já estou acostumada a ficar sozinha, não me importo.
-- Filha, nós colocamos a casa á venda.
-- o quee?
-- é, não podemos pagar lá e aqui só para você.
-- eu posso conseguir um emprego e ajudar nas dispesas mãe, mais por favor não venda.
-- é preciso...
-- eu não quero ir, nem que se eu tiver que morar na Lara, ou no Bernardo.
-- Anny você não pode simplesmente se mudar para casa dos outros, não é certo, você tem que ficar com a gente.
-- eu vou morar com o Bernardo mãe.
-- nós nem o conhecemos..
-- mas vão conhecer, hoje á noite.
-- tudo bem.
-- até quando vocês ficam?
-- segunda.
-- só?
-- é temos que voltar para o trabalho.
Minha mãe se levantou e saiu, peguei o telefone e liguei para o Bernardo.
-- oi Anny.
-- Bêh, o que vai fazer hoje á noite?
-- Nada, porque?
-- queria que você viesse para o jantar aqui em casa pode ser?
-- tem certeza?
-- sim
-- ok, ás oito?
-- pode ser.
Desci as escadas e abracei meu pai.
-- sua mãe já contou a novidade?
-- sim, e eu tenho outra novidade para você, eu não vou.
-- como não vai?
-- não vou largar aqui.
-- como assim?
-- Pai, já conversei com a mãe e expliquei tudo, ah e temos convidado para o jantar hoje.
-- ah você chamou a Lara?
-- não, meu namorado.
-- namorado?
-- é pai, hoje á noite vocês vão conhecer ele.
Normalmente eu e meus pais sempre nos demos muito bem, nunca tivemos problemas de confiança e foi por isso que eles viajaram e me deixaram morando sozinha por esses tempos, claro que eles voltavam de vez em quando nos finais de semana, mais eu passava a semana toda sozinha e nunca tive problemas e então porque agora eles estão querendo me arrastar para lá? Não quero largar meus amigos e nem o Bernardo.
***
O dia passou rápido e logo a noite chegou, e com isso o jantar,as oito em ponto a campainha toca.
-- eu atendo é o Bernardo.
Minha mãe estava feliz mais eu via o ciúmes de meu pai com isso, quer dizer já tive outros namorados e quando eu namorei o Marcello eles adoravam, claro que os pais dele e os meus eram melhores amigos, e teve o Lucca, o idiota do Lucca que meus pais só viram uma ou duas vezes, mais o Bernardo é diferente deles dois, é simplesmente inexplicável.
-- Oi Bêh , entre. 
Ele sorriu, e estava com um buquê de rosas vermelhas na mão.
-- Boa noite Anny, e esse buquê é para sua mãe senhora Venturelli.
-- Obrigada, mais pode me chamar de Liz.
Ele comprimentou meu pai que parecia estar mais tranquilo depois de tê-lo visto.
No jantar meus pais fizeram um monte de perguntas do tipo : quantos anos você tem?, mora onde? , faz o que da vida? E etc etc...
Pelo que parecia Bernardo tinha causado uma boa impressão, ainda bem, agora fica mais fácil deles me deixarem ficar, mais eu ainda precisava conversar com o Bernardo sobre isto, então eu o chamei para dar uma volta no jardim...
-- sabe Bêh, eu acho que meus pais gostaram de ti.
-- eu também gostei deles.
-- que bom, mais então eu tenho que te contar uma coisa.
Nós nos sentamos na mesa do bosque.
-- pode falar Anny.
-- meus pais não vieram para ficar, segunda já estão voltando...
-- poxa, que ruim.
-- é sim, mais dessa vez eles querem que eu vá com eles.
-- mais porque? Você sempre se deu bem sozinha.
-- eu sei, mais eles colocaram a casa á venda, porque não faz sentido ficarem bancando uma casa deste tamanho para eu morar sozinha.
-- e agora você vai ter que se mudar?
-- pois é , mais eu não queria e eu sei que é cedo mais eu não queria mesmo ter que ir embora e então eu estava pensando em...
-- você não precisa ir Anny, quer dizer você pode morar lá em casa.
Eu o olhei aliviada por não ser preciso eu me convidar e agora ele estava me convidando.
-- serio? 
-- claro, tudo bem que você teria que conviver com minhas manias e a do Gustavo, mais seria um prazer ter você lá.
-- ai Bê obrigada mesmo.
Eu o abracei.
-- ah mais você não tem que falar com o Gustavo antes?
-- Relaxa, o Gustavo vai adorar também.
Tudo correu bem como eu esperava, e o final de semana passou rápido e eu aproveitei muito com meus pais, e eu acabei convencendo eles que meu lugar era aqui, e eu sentiria a falta deles, e eu sentiria falta da minha casa que estava á venda, quer dizer eu cresci aqui nunca me mudei, sentiria falta do meu quarto era meu canto meu ponto de paz.
O final de semana passou e meus pais se foram e eu arrumei minhas malas para ir á casa do Bernardo, os compradores queriam se mudar ainda esta semana, tudo mudou tão depressa mais eu me sentia bem por ter o Bernardo.
-- e aí cunhadinha, seja bem vinda.
-- Obrigada Gustavo.
-- então, você pode escolher um quarto ou vai ficar no quarto do Bernardo.
Eu olhei para o Bernardo, a oferta era tentadora, mais não.
-- eu prefiro um quarto, sabe para guardar minhas coisas.
-- claro.
Eles me levaram até um quarto, era enorme e lindo onde eu guardei todas as minhas coisas e logo chegou Lara toda empolgada por ter sua melhor amiga morando com seu namorado.
Hoje já era terça-feira e amanhã os novos compradores iriam se mudar para minha casa, quer dizer antiga casa.
***
Uma semana se passou, tudo estava bem eu estava me acostumando bem morando com o Bernardo, ele me levava na escola todos os dias, eu estava bem.
Meu telefone tocou eu atendi.
 
-- oi.
-- você é a antiga dona da casa perto do bosque?
-- sim sou eu , porque?
-- porque não queremos mais morar aqui, moça anda acontecendo muitas coisas estranhas, barulhos, coisas se movendo não queremos mais.
-- como assim? Eu vivi a minha vida toda aí e nunca teve nada disso.
-- olha, não sei você mais com a gente não está dando.
-- bom, eu não posso resolver nada isso é com meus pais e eles não moram mais aqui, mais eu posso ligar para eles.
-- faça isso, não aguentamos mais.
-- ok.
Eu fiquei sem entender o porque disso? Nunca teve nada de estranho em casa, peguei o número de meus pais, tocou , tocou e ninguém atendeu, deixei para lá mais tarde eu tento de novo,mal desliguei meu telefone ele toca de novo.
-- oi.
-- é serio, isto está ficando cada vez pior, nós vamos nos mudar ainda hoje.
-- meu o que está acontecendo?
-- coisas terríveis.
A mulher desligou o telefone, ela parecia desesperada e eu me assustei o que podia estar acontecendo lá? Tentei ligar novamente para meus pais e nada... 
Mais não demorou muito para meu celular tocar de novo.
-- Alô.
-- o que você é da Liz e do Thomas?
-- filha porque? Quem está falando?
-- filha?
-- é , cadê ,meus pais?
-- estão enterrados!!
A pessoa desligou e meu coração acelerou, eu comecei a tremer não sabia se era verdade ou só uma brincadeira , mais aquilo me abalou eu não sabia o que fazer e comecei a chorar, Bernardo chegou e me viu chorar.
-- o que houve?
-- alguém me disse que meus pais estão enterrados.
-- han ? Como assim?
-- eu não sei.
Meu corpo todo tremia e eu só conseguia chorar.
-- fique calma , vamos descobrir a verdade.
Então me lembrei eu tinha o número de onde minha mãe trabalhava, respirei e liguei para lá.
-- Alô.
-- oi, eu sou a filha da Liz eu queria saber ela está aí??
-- é... filha da Liz?
-- é, por favor pode chamá-la ?
-- isso é impossível.
Eu voltei a tremer, eu estava com medo de perguntar o porque .
-- P-porque?
-- bom, ela sofreu um acidente e ela e o marido dela morreram, sinto muito.
Eu derrubei o celular, e comecei a chorar eu senti uma dor terrível dentro de mim, eu queria que fosse mais um dos meus pesadelos mais não era tudo era real, e o meu mundo desabou eu só conseguia gritar implorando para que não tivesse acontecido, e Bernardo me abraçava tentando me acalmar, eu não tive a chance de dizer o quanto eu os amava , não passei tempo o suficiente com eles eu queria ter aproveitado mais talvez se eu tivesse ido com eles , isso não teria acontecido, mais como eu saberia ? Eu não sei como aconteceu, eu precisava saber, precisava me despedir uma ultima vez.
Criei coragem e liguei de novo para aquele número.
-- Olá.
-- oi, sou eu de novo a filha da Liz e do Thomas.
-- ah oi, fiquei preocupada , você desligou o telefone do nada.
-- me desculpe, mais é que foi um choque.
-- imagino querida.
-- então, eu queria saber do funeral e como foi o acidente?
Perguntar sobre o funeral dos meus pais me deixavam se forças , mais eu precisava continuar.
-- ah então, ninguém sabe ao certo como foi, a vizinha os encontrou mortos dentro de casa e pelo o que os médicos falaram eles não tinha sangue no corpo.
-- como assim sem sangue? 
-- não sei explicar... mais então o funeral já aconteceu, ninguém achou nenhum número de família e não poderiam demorar muito para enterrar, e foi uma coisa simples com os amigos deles que moram aqui.
-- entendi, eu gostaria poder ir visitá-los.
-- claro, pode vir quando quiser eu te levo onde eles foram enterrados.
-- obrigada.
Não podia ser verdade, como isso aconteceu? E porque aconteceu? Eu não conseguia pensar, não parecia real, eu só queria acordar...