Tudo era tão lindo, o gramado verde, as árvores floridas e eu caminho em direção as flores e de longe consigo ver duas pessoas...
-- Olá... quem está ai?
Mais ninguém responde, eu corro em direção a eles , quando me aproximo os reconheço.
-- mãe? Pai?
-- Anny querida.
Eu os abraço.
-- mais como? Achei que vocês tivessem morrido...
-- sim, morremos, mais vamos estar sempre com você filha.
-- mais mãe, eu queria tantas respostas...
-- calma filha, você vai ter todas as respostas que precisa, mais não agora.
-- porque? Quem está atrás de mim ? O que tem nesse colar?
-- uma coisa de cada vez, mais agora precisamos ir.
-- NÃO!! , por favor fiquem.
Eles me abraçaram.
-- filha, tome cuidado, gente muito má está atrás de você.
-- quem?
De repente, tudo ficou escuro, o céu ficou preto e as árvores começaram a pegar fogo.
-- está na hora.
-- NÃAO !! PAI, MÃE , não me larguem novamente.
-- é preciso.
Eu me virei para olhar o fogo, e quando viro novamente eles não estão mais lá.
O fogo se aproximava cada vez mais de mim e eu começo a ficar com calor muito calor e não tem saída, seria meu fim ? Morrer queimada? Fecho meus olhos e desejo sair de lá, mais nada acontece, e então o fogo começa a subir na barra do meu vestido ... mais espera, eu não o sinto, o fogo está tomando meu corpo e eu não sinto queimar como isso é possível ? É como se eu o dominasse, eu podia pegar o fogo em minhas mãos, isso era impossível, porém divertido eu começo a brincar com o fogo e quando me vejo estou em chamas LITERALMENTE, quando olho longe vejo uma onda gigantesca de fogo eu começo a correr, mais parece em vão e eu entro em desespero e então eu caio e corto minha mão em um galho de árvore, e o a onde fogo se aproxima.
-- Não , nãaao.
Dou um pulo da cama, oh meu Deus foi um sonho.
-- Samantha?
Eu a olho e ela está sentada na beira da minha cama.
-- boa dia Anny.
-- o que você faz aqui, e cadê o Bernardo?
-- só estou observando e ele saiu cedinho.
-- me observando?
-- ah esquece, e então o que tem de bom para fazer nesta cidade?
-- ah podemos dar umas voltas.
-- ok, então se troque.
Me levanto e vejo que o lençol está com pingos de sangue olho para minha mão, e ela está...cortada e sangrando. Como ? Como eu me cortei durante a noite? Espera como é possível eu me cortei no sonho, vou até o banheiro e limpo o sangue e enfaixo minha mão com um pano de primeiros socorros.
Troco de roupa e desço as escadas Bernardo está lá em baixo conversando com Samantha, ao descer sinto uma forte dor na minha nuca, onde está minha cicatriz, começa a doer demais e eu desacordo.
Abro lentamente meus olhos, minha cabeça dói olho para o lado, Lara está lá.
-- Anny, você está bem?
-- L-lara.
Só para falar minha cabeça dói, olho meu braço e ele está todo enfaixado.
-- xii, é melhor não falar.
-- o que aconteceu?
Eu falo com muita dor na cabeça e no corpo.
-- acho que você teve uma tontura e despencou da escada.
-- onde está o Bê?
-- já está vindo.
Bernardo e Samantha aparece na porta, mais eles não entram, e eu não sei porque, Gustavo vem atrás e entra,.
-- como está se sentindo?
-- está tudo doendo.
-- imagino, sua desastrada.
Eu tento sorrir, mais dói.
-- você tem que ficar calma, sei que está doendo.
Minha cicatriz começa a arder e doer de novo muito, eu começo a gritar.
-- AI, AI AIII , está doendo demais? O que é isto? Porque dói?
-- calma, calma.
Bernardo entra correndo e segura em minha mão, mais é como se desse um choque e ele solta imediatamente.
-- fique calma querida, vai dar tudo certo.
Lara sai do quarto, ela não consegue ver ninguém com dor que dá agonia.
-- Bê, o que está acontecendo comigo?
Ele olha para Gustavo e depois para Samantha na porta.
-- transformação.
-- O QUE?
Gustavo aplica uma injeção que me faz adormecer no mesmo segundo.
***
Após horas eu acordo, Bernardo está ao meu lado.
-- hei Anny, como se sente?
-- estou melhor, mais não sinto meu corpo, como se estivesse adormecido.
-- é normal.
-- o que está acontecendo comigo?
-- xi , não se esforce muito a dor pode voltar.
-- não mude de assunto, por favor o que está acontecendo comigo?
-- quando você melhorar, vamos conversar sobre isto.
-- Bê, coisas estranhas andam acontecendo.
-- tipo o que?
-- eu sonhei com meus pais, e de repente tudo começou a pegar fogo, mais o fogo não me queimava e então eu cai e machuquei minha mão e hoje quando eu acordei minha mão estava sangrando exatamente onde eu machuquei no sonho.
Ele fez cara de medo.
-- você conversou com seus pais no sonho?
-- sim.
-- e o que eles falaram?
-- que eles estariam sempre comigo, e que tem gente muito má atrás de mim.. e também que com o tempo todas as respostas para as minhas perguntas viriam.
-- Anny preste a atenção, muita coisa está por vir, eu preciso que você tenha paciência.
-- como assim? Você sabe o que está atrás de mim ?
-- agora não posso falar muito sobre isso, mas aos poucos você vai ter todas as suas respostas.
-- porque todo mundo diz isto, porque ninguém me conta as coisas, Bê você é meu namorado, por favor não esconda isso de mim, eu preciso saber.
-- sim, mais não agora.
Ele se levantou e saiu do quarto, tentei impedir mais não consegui, meu corpo não reagia.
Eu sentia medo do que estava por vir, estava com medo de tudo isso o que estava acontecendo, eu queria minha vida normal de volta, tudo era normal antes... antes de eu conhecê-lo, talvez essa fosse a chave de tudo, quando Bernardo entro em minha vida trouxe com ele todos esses problemas, talvez se eu não começasse a namorá-lo meus pais não teriam morrido, e eu não passasse por tudo isso, isto não era nenhum sonho ou pesadelo era real e o real me dava medo,como eu queria que as coisas voltassem a ser como era, antes dele, podia ser egoismo da minha parte mais eu o culpava, não gostaria de sentir isso mas a única coisa que eu conseguia era culpá-lo, tentei afastar estes pensamentos da minha cabeça, mais era impossível as coisas apenas vinham em pensamento desde do dia que eu o conheci que eu o vi na livraria, talvez não fosse destino as vezes ele trombou comigo de propósito e depois quando o Gustavo me atropelou, era isso que eles queriam se aproximar de mim, mais porque? Porque eu? Minha cabeça voltava a doer, mais os pensamentos não saía, como no dia do lago que ele estava lá no mesmo momento em que eu cai, como ele sabia? Ou talvez foi ele mesmo que me empurrou, meu Deus e se ele for a pessoa má que meus pais se referiam ? Meus pais morreram logo depois de conhecer ele, e aquele sonho, em que ele e o Gustavo era cúmplices e que eles pegavam meu ... COLAR, então é isso, ele quer que eu confie nele para entregar meu colar a ele, agora tudo faz sentido e eu preciso sair daqui, rápido.
Meu corpo doía e minha cabeça também eu não tinha forças para sair de lá, então eu vou jogar o jogo deles e fingir que eu não sei de nada e quando eu tiver forte o suficiente eu o desmascaro.
-- Anny querida, está melhor?
Como ele era lindo, e cínico.
-- minha cabeça ainda dói um pouco mais estou melhorando aos poucos.
-- que bom. Você quer alguma coisa?
Que claro, que ele mostre quem ele realmente é.
-- Não obrigada.
Ai esse papo de ser falso me dava nos nervos, tudo bem que eu posso estar enganada, mais agora tudo faz sentido essas coisas horríveis começaram acontecer logo depois que ele entrou em minha vida e eu tão boba acreditei nele, e sempre me senti protegida com ele, talvez fosse isso que ele quisesse que eu que eu achasse que ele é o Herói, mais chega de me enganar... uma lágrima desceu em meus olhos, eu estava sozinha.
-- hei, você parece triste? O que foi amor.
PARA TUDOOO, ele me chamou de amor ? É serio isso ? Calma calma, ele só está fingido , mas e se não estiver? Então quer dizer que ele realmente gosta de mim de verdade , ai ai minha cabeça voltava a doer de tanto pensar eu acho, não que eu não sou muito de pensar, mais depois de tudo o que houve comigo eu estava cansada demais para decidir isso, mais a minha teoria de que tudo é culpa do Bernardo ainda é a primeira opção.
-- só estou cansada.
-- vou deixar você descansar.
-- Obrigada.
Ele sorriu, e veio me dar um beijo na testa e depois saiu.
***
As vezes eu me sentia horrível de estar pensando horrores dele, mais eu precisava ser realista e meus pais disseram que há alguem malvado atrás de mim, eu queria entender o porque, PORQUE EU ? O que há de tão importante neste colar, eu o olho e não entendo é apenas um colar com uma pedra azul, eu queria ter minha vida normal de volta e confesso...estou com medo do que há por vir, quer dizer antes eu não tinha parado para pensar porque eu tinha o Bernardo, mas e agora? Se minhas suspeitas forem verdadeiras e se eu tiver quem enfrentá-lo ? Não sei se consigo sozinha, e pensar nisso me deixa desesperada, quem é ele ? E o que ele quer de mim?.
São tantas perguntas e nenhuma resposta, Samantha entra no quarto.
-- e ai mocinha, como você está?
-- melhor.
-- você nos deu um susto em.
-- sinto muito por isso.
-- que isso, acontece, mais e ai estou atrapalhando você descansar?
-- não, pelo ao contrario só queria conversar um pouco.
-- ah ok, sobre o que quer conversar?
-- me conte sobre você.
-- ok, o que você quer saber?
-- tudo.
-- está bem, então eu nasci na Itália e quando eu tinha seis anos meus pais foram assassinados por um povo muito malvado, e eu fiquei com a minha irmã mais velha a Raquel, ela cuido de mim desde então, mais daí ela teve que viajar para Inglaterra e me deixou sozinha, eu era adolescente e morar sozinha me deixou assutada mais era preciso, daí eu estava indo para uma festa com umas pessoas erradas e a gente sofreu um acidente e o carro capotou e um amigo meu morreu, e a outra menina saiu correndo e eu fiquei presa no carro, a gasolina começo a vazar e eu me vi morrendo naquele lugar mais então apareceu o Bernardo e me salvou e eu fiquei na casa dele e ...
-- Já sei, vocês tiveram um caso.
-- mais tipo, foi por carência, a gente não se gostava desse jeito e na verdade ele se tornou meu melhor amigo, e depois minha irmã voltou e ele veio para cá, e dese então nunca mais nos vimos.
-- e então você resolveu vir para cá?
-- é , minha irmã voltou para Inglaterra e pergunto se eu queria ir, eu ate ia mais e por causa do noivo dela eu o odeio, então eu vim atrás do meu melhor amigo passar um tempo com ele.
-- e porque você odeia o noivo da sua irmã ??
-- Charllie é um cara metido e grosso, tudo bem que ele é lindo, mais a chatice dele não compensa a beleza, mais minha irmã o ama então eu o respeito, mais não me peça para morar com eles.
-- complicado isso.
-- é sim, mais agora sua vez de me conta a sua história.
-- ah , sempre tive a vida normal até agora, eu conheci o Bernardo depois meus pais morreram e muitas coisas andam acontecendo comigo.
-- sinto muito pelo seus pais.
Ela parecia sincera, mais eu não podia mais confiar plenamente nas pessoas e eu mal a conhecia.
Gustavo entra no quarto.
-- como está minha paciente preferida.
-- muito melhor, e para falar a verdade estou cansada de ficar aqui deitada.
-- que bom, mais você tem que ficar mais um pouco, e a cabeça parou de doer?
-- parou sim.
Minha cabeça dolorida era o de menos, eu estava com medo de quando eu saísse daqui do que estava por vir, eu queria respostas e não as tinhas e então eu vou procurar onde elas estão, não vou parar até desvendar esses mistérios todos, e preciso descobrir se o Bernardo é confiável ou não.
No dia seguinte eu já estava bem melhor, e pude sai daquele quarto o que me deixava nervosa por ter que enfrentar as coisas.
-- Anny, fico tão feliz por você estar bem.
-- eu também Bê.
-- hei, nós podíamos fazer uma viajem este final de semana.
-- para onde?
-- Bento Gonçalves.
-- pode ser, só vai nós dois?
-- sim.
Já era bom começar a arrumar as coisas porque o final de semana já era amanhã, hoje era quinta, e ele queria viajar amanhã é claro.
-- vamos amanhã então?
-- pode ser, depois do colégio, eu preciso entregar alguns trabalhos você sabe andei faltando por causa da morte dos meus pais, depois a viajem e depois o acidente.
-- claro, claro, você tem razão.
-- hei, e seu estágio de História?
-- eu abandonei, não daria muito certo eu morando com uma aluna.
-- é tem razão.
***
Bento Gonçalves a cidade até que é bonita, fomos até uma casa de campo em bonita por sinal, deixamos nossas coisas e fomos andar pelo campo florido.
-- sabe Bê eu queria achar respostar para todas as minhas perguntas...
-- queria poder te ajudar a encontrá-las.
-- as vezes sinto como se você pudesse me ajudar.
-- como assim?
-- ah esquece.
Continuei andando na frente, eu queria abrir o jogo e dizer tudo o que eu estou pensando, mas quando eu o olho penso que ele não poderia ser capaz de me fazer passar por tudo isso.
Mas, não tinha outra explicação desde quando ele entrou na minha vida as coisas começaram a acontecer...
O tempo passou rápido e logo anoiteceu, eu e ele sentamos na beira da lareira e vendo aquele fogo eu me lembrava do meu sonho, eu não podia mais fingir tinha que falar.
-- Bernardo...
-- Oi Anny..
-- eu andei pensando muito sobre tudo o que anda acontecendo, e eu não vejo outra explicação para as coisas...
-- do que está falando ?
-- Meu, não aguento mais fingir, desde que você aparaceu na minha vida...
Eu hesitei, eu podia estar cometendo um grande erro, mais não conseguia mais fingir.
-- o que você quer dizer com “ desde que você aparaceu na minha vida “ ?
--que foi depois que você apareceu, que as coisas começaram a acontecer.
Ele se levantou.
-- espera ai , você esta dizendo que eu sou o culpado?
-- me fale você.
Eu me levantei também, e meu coração acelerou.
-- Anny, tem certas coisas que não dá para falar.
-- então quer dizer que minhas suspeitas estão corretas?
-- Não, o que você está achando ? Que eu matei seus pais?
Eu comecei a chorar, meu corpo ficou quente muito quente.
-- Só quero que me conte as coisas, você tem alguma coisa haver com esses atentados.
-- não do jeito que você está pensando.
-- então você tem. Eu sabia.
Me virei e sai andando, mais ele me puxou pelo braço.
-- Anny espere, eu me apaixonei por você.
-- ah claro, você só estava tentando estragar minha vida mais acabou se apaixonado...
-- nunca quis acabar com a sua vida, você tem que confiar em mim.
Meu corpo estava como se estivesse pegando fogo, e eu olhei para lareira e o fogo dançava lá dentro cada vez mais forte.
-- Se você não me contar as coisas, fica impossível confiar em você. Sinto muito, mais acabou.
-- Por favor, não diga isso, eu não posso ficar longe de você.
-- claro, você quer meu colar, mais porque você precisa dele? O que tem nesse colar.
-- talvez seja melhor eu ir.
-- então eu estava certa... como você pode fazer isso comigo?
-- cansei de tentar explicar, não quer confiar em mim então tchau.
Ele virou as costas.
-- NÃO VIRE AS COSTAS PARA MIM.
Quando eu pronunciei estas palavras o fogo da lareira subiu, e começo a tomar conta da sala eu me assustei, foi como naquela noite do dia 23 de outubro, estava acontecendo de novo, mais dessa vez eu estava com tanta raiva de Bernardo que desejei que ele morresse.
-- Anny, tente se acalmar.
-- Eu não quero me acalmar.
-- mais você precisa, não vê o fogo?
-- vejo, é exatamente isso que eu quero que acontece que tudo pegue fogo.
-- Anny pare, isto é perigoso.
-- serio?
Eu estava fora de mim, é como se algo poderoso me consumisse e eu me sentia bem, extremamente bem.
-- FAÇA PARAR.
-- você não se preocupou em fazer parar minha dor, e então agora é minha vez de fazer você sentir dor.
O fogo estava cada vez mais próximo, e tudo que tocava destruía.
-- você se lembra da ultima vez que isso aconteceu?
-- do que está falando?
-- Dia 23 de outubro, uma casa abandonada, você e Marcello juntos foi o dia em que vocês prometeram amor eterno um para o outro, só que então você descobriu que ele ia embora para Itália jogar futebol e ficou nervosa pedindo para que ele não fosse, e então começou a pegar fogo e você correu para se salvar mais acabou desmaiando de tanto inalar fumaça, quando acordou viu que estava salva, mais infelizmente ele havia morrido ou no caso forjado sua morte.
Meu coração acelerou, e eu comecei a tremer.
-- como você sabe disso? Só estava eu e ele lá.
-- Anny, faça parar.
-- NÃO. Me conte como sabe disso?
-- eu estava lá, você acha que sobreviveu como?
-- o que? Mais eu nem te conhecia...
-- eu sempre estive por perto Anny.
Ele se aproximou.
-- Saia de perto de mim, quem é você e o que quer comigo?
-- por favor pare o fogo.
-- quem é você e o que quer comigo??
-- PARE O FOGO.
-- VOU PERGUNTAR PELA ULTIMA VEZ... QUEM É VOCÊ E O QUE QUER COMIGO?
-- Eu preciso que confie em mim..
-- esse papo de novo não.
Me virei e corri, corri o máximo que pude para desviar do fogo e sair da casa, meu coração estava saindo pela boca, minhas pernas estavam bambas, mais eu não parei de correr, corri o máximo que pude para o mais longe possível de lá e então escutei um grande estouro, me viro e o fogo havia acabado com a casa, e não tinha nem sinal de Bernardo.
Me sentei de baixo de uma árvore e de lá via a casa desmoronando, comecei a chorar então, o que eu era? Era um monstro ? Que tinha o poder de fazer coisas pegarem fogo, eu não queria isso, eu só queria ir embora, para longe daqui, para longe de tudo para sempre.
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