domingo, 14 de novembro de 2010

Capitulo 7

Quinta-feira, hoje nem o som do despertador me irritou me arrumei e quando olho pela janela lá estava ele estacionado no jardim de casa me esperando para me levar á escola, desci as escadas, sai , fechei a porta e atravessei o jardim.
-- Bom dia Anny.
-- Bom dia Bêh.
Ele me beijou, em seguida abriu a porta do carro e eu entrei.
Ele dirigia até o colégio e eu pensei em contar sobre meus pais, quer dizer tudo bem que era cedo para apresentar ele aos meus pais, tipo só estamos ficando não é ? na verdade eu não sabia ao certo então resolvi não falar nada. 
-- Hey Anny, e seus pais quando voltam ?
Quee? Como assim? Era muita conhecidênca eu estava pensando nisso.
-- amanhã, porque?
Ele sorriu, mas sem desviar o olhar do volante.
-- ah eu só estava pensando no que você acha de eu conhecer eles? Se você quiser é claro.
Não é possível ele só pode ler meus pensamentos, ou estou ficando louca.
-- Claro, tipo seria legal.
-- como eles são?
-- como assim?
-- ué, são tipo de boa com seus namorados?
-- ah sim, relaxa eles são super de boa, mas...
Eu deixei a frase morrer.
-- mas... o que?
-- ah não tipo, então quer dizer que somos namorados?
Ele sorriu estacionando o carro no colégio, saiu do carro e abriu a porta eu desci esperando uma resposta.
Ele me encostou no carro e olhou em meus olhos.
-- eu não estou de brincadeira Anny.
-- isso quer dizer que...?
-- que sim, quero dizer você quer?
-- namorar com você?
-- isso está terrível, eu não posso simplesmente pedir você em namoro na frente do seu colégio.
Eu dei risada e ele me beijou, eu fui responder mais ele me interrompeu.
-- Não diga nada, precisamos entrar ok?
-- está bem.
Ele entro por um portão e eu por outro, encontrei com Lara e fomos para a sala.
-- Anny, como vai ser agora com o Bêh sendo seu professor?
-- sei lá.
Nós duas rimos.
Entramos não sala, eu não conseguia prestar a atenção na aula pensando em minha conversa com ele mais cedo, e eu ficava mexendo e remexendo meu colar até levar uma bronca da professora pedindo para que eu prestasse a atenção.
A manhã toda foi sem graça.
Na saída lá estava ele me esperando.
-- como foi seu dia hoje?
-- bem o seu?
-- também.
-- está com fome?
-- sim.
Ele me levou até um restaurante, fiquei um pouco sem graça afinal estava de uniforme, mas não fazia mal isso não importava agora.
-- Anny , eu quero fazer as coisas direitas...
eu fiquei olhando nos olhos verdes dele.
-- pode ser cedo, mas eu não queria perder tempo...
eu apenas sorri.
Ele pegou minha mão.
-- Anny sei que posso parecer meio antigo, mais eu cresci assim.
-- não acho você antigo Bêh.
Ele sorriu, aah aquele sorriso eu simplesmente amava.
-- Anny Venturelli quer namorar comigo?
-- ainda tem dúvidas? Claro que quero, você não precisava fazer tudo isso.
-- eu sei, só quis ser romântico.
Nós dois rimos.
E logo em seguida ele me beijou.
***
Tudo estava escuro, só conseguia ver uma luz no fundo eu a segui, continuei caminhando em direção á ela, mas parecia que ela se afastava eu estava com medo, sozinha tudo era frio e escuro e então eu corri o mais rápido que pude para alcança-la.
Eu a encontrei, espera era uma porta e então entrei, havia um homem, me aproximei e alguém me pegou por trás me prendendo, tentei gritar mais foi em vão, me sentaram em uma cadeira me amarrando , os dois estavam conversando não conseguia entender sobre o que, tentei diversas vezes me soltar mas não conseguia, um deles se aproximou e então percebi que ele usava máscara e o outro veio logo atrás... os dois de máscaras, o de cabelo loiros que estava na frente se abaixo e puxou meu colar que estava pendurado em meu pescoço, tentei impedir que me tirassem o colar mais não consegui e então os dois riram, espera aquele sorriso eu o conhecia e então ele tirou a máscara... o que? Não podia ser porque ele queria meu colar, porque me amarrou em uma cadeira porque?? meus olhos se enxeram de lágrimas pela decepção e ele ria de mim, ele se virou colocando o colar no bolso e eu gritei.
-- Bernardo!! BERNARDO, volte por favor VOLTE!!
Abri meus olhos dando um pulo, meu Deus era um sonho.
-- Filha!, você está bem?
Olhei direito e fui acalmando minha respiração.
-- Mãeee !!
Ela se sentou na cama e me abraçou.
-- Filha, o que houve porque você estava gritando?
-- aah era só um pesadelo , mas já passou.
-- porque você gritava por um nome de Bernardo?
Eu sorri.
-- depois conversamos sobre isso, mais me fale como foi a viajem, onde está o papai?
-- ele está lá em baixo tirando as coisas do carro.
O som do despertador tocou, eu a olhei com cara de desanimo e ela sorriu.
-- Não precisa ir á escola hoje querida.
-- Obrigada mãe.
-- então filha me conte as novidades.
-- bom, não há nada de novo, só que...
Ela me olhou curiosa.
-- estou namorando.
Ela fez cara de surpresa e depois sorriu.
-- Meu Deus quando isso aconteceu?
--ah não faz muito tempo, para ser exata ele me pediu em namoro ontem.
-- e como ele é ? 
-- então , eu estava pensando em fazer um jantar ou coisa assim para eu apresentar ele para você e o papai, o que você acha?
-- ótima idéia.
Eu abracei novamente.
-- Mãe, e agora vocês vão ficar de vez?
Ela hesitou.
-- então filha...
-- então o que mãe? Vocês não vão ficar?
-- você sabe filha que nós trabalhamos lá ...
-- mais mãe, vocês podem trabalhar aqui também.
-- eu sei, mais eu fui promovida estou ganhando melhor, e estamos pensando em você vir com a gente.
-- o que?
-- é filha, não é certo você ficar sozinha aqui.
-- não mãe, mais é aqui que estão meus amigos, o Bernardo a Lara, não posso.
-- mas você não pode ficar aqui sozinha.
-- mais já estou acostumada a ficar sozinha, não me importo.
-- Filha, nós colocamos a casa á venda.
-- o quee?
-- é, não podemos pagar lá e aqui só para você.
-- eu posso conseguir um emprego e ajudar nas dispesas mãe, mais por favor não venda.
-- é preciso...
-- eu não quero ir, nem que se eu tiver que morar na Lara, ou no Bernardo.
-- Anny você não pode simplesmente se mudar para casa dos outros, não é certo, você tem que ficar com a gente.
-- eu vou morar com o Bernardo mãe.
-- nós nem o conhecemos..
-- mas vão conhecer, hoje á noite.
-- tudo bem.
-- até quando vocês ficam?
-- segunda.
-- só?
-- é temos que voltar para o trabalho.
Minha mãe se levantou e saiu, peguei o telefone e liguei para o Bernardo.
-- oi Anny.
-- Bêh, o que vai fazer hoje á noite?
-- Nada, porque?
-- queria que você viesse para o jantar aqui em casa pode ser?
-- tem certeza?
-- sim
-- ok, ás oito?
-- pode ser.
Desci as escadas e abracei meu pai.
-- sua mãe já contou a novidade?
-- sim, e eu tenho outra novidade para você, eu não vou.
-- como não vai?
-- não vou largar aqui.
-- como assim?
-- Pai, já conversei com a mãe e expliquei tudo, ah e temos convidado para o jantar hoje.
-- ah você chamou a Lara?
-- não, meu namorado.
-- namorado?
-- é pai, hoje á noite vocês vão conhecer ele.
Normalmente eu e meus pais sempre nos demos muito bem, nunca tivemos problemas de confiança e foi por isso que eles viajaram e me deixaram morando sozinha por esses tempos, claro que eles voltavam de vez em quando nos finais de semana, mais eu passava a semana toda sozinha e nunca tive problemas e então porque agora eles estão querendo me arrastar para lá? Não quero largar meus amigos e nem o Bernardo.
***
O dia passou rápido e logo a noite chegou, e com isso o jantar,as oito em ponto a campainha toca.
-- eu atendo é o Bernardo.
Minha mãe estava feliz mais eu via o ciúmes de meu pai com isso, quer dizer já tive outros namorados e quando eu namorei o Marcello eles adoravam, claro que os pais dele e os meus eram melhores amigos, e teve o Lucca, o idiota do Lucca que meus pais só viram uma ou duas vezes, mais o Bernardo é diferente deles dois, é simplesmente inexplicável.
-- Oi Bêh , entre. 
Ele sorriu, e estava com um buquê de rosas vermelhas na mão.
-- Boa noite Anny, e esse buquê é para sua mãe senhora Venturelli.
-- Obrigada, mais pode me chamar de Liz.
Ele comprimentou meu pai que parecia estar mais tranquilo depois de tê-lo visto.
No jantar meus pais fizeram um monte de perguntas do tipo : quantos anos você tem?, mora onde? , faz o que da vida? E etc etc...
Pelo que parecia Bernardo tinha causado uma boa impressão, ainda bem, agora fica mais fácil deles me deixarem ficar, mais eu ainda precisava conversar com o Bernardo sobre isto, então eu o chamei para dar uma volta no jardim...
-- sabe Bêh, eu acho que meus pais gostaram de ti.
-- eu também gostei deles.
-- que bom, mais então eu tenho que te contar uma coisa.
Nós nos sentamos na mesa do bosque.
-- pode falar Anny.
-- meus pais não vieram para ficar, segunda já estão voltando...
-- poxa, que ruim.
-- é sim, mais dessa vez eles querem que eu vá com eles.
-- mais porque? Você sempre se deu bem sozinha.
-- eu sei, mais eles colocaram a casa á venda, porque não faz sentido ficarem bancando uma casa deste tamanho para eu morar sozinha.
-- e agora você vai ter que se mudar?
-- pois é , mais eu não queria e eu sei que é cedo mais eu não queria mesmo ter que ir embora e então eu estava pensando em...
-- você não precisa ir Anny, quer dizer você pode morar lá em casa.
Eu o olhei aliviada por não ser preciso eu me convidar e agora ele estava me convidando.
-- serio? 
-- claro, tudo bem que você teria que conviver com minhas manias e a do Gustavo, mais seria um prazer ter você lá.
-- ai Bê obrigada mesmo.
Eu o abracei.
-- ah mais você não tem que falar com o Gustavo antes?
-- Relaxa, o Gustavo vai adorar também.
Tudo correu bem como eu esperava, e o final de semana passou rápido e eu aproveitei muito com meus pais, e eu acabei convencendo eles que meu lugar era aqui, e eu sentiria a falta deles, e eu sentiria falta da minha casa que estava á venda, quer dizer eu cresci aqui nunca me mudei, sentiria falta do meu quarto era meu canto meu ponto de paz.
O final de semana passou e meus pais se foram e eu arrumei minhas malas para ir á casa do Bernardo, os compradores queriam se mudar ainda esta semana, tudo mudou tão depressa mais eu me sentia bem por ter o Bernardo.
-- e aí cunhadinha, seja bem vinda.
-- Obrigada Gustavo.
-- então, você pode escolher um quarto ou vai ficar no quarto do Bernardo.
Eu olhei para o Bernardo, a oferta era tentadora, mais não.
-- eu prefiro um quarto, sabe para guardar minhas coisas.
-- claro.
Eles me levaram até um quarto, era enorme e lindo onde eu guardei todas as minhas coisas e logo chegou Lara toda empolgada por ter sua melhor amiga morando com seu namorado.
Hoje já era terça-feira e amanhã os novos compradores iriam se mudar para minha casa, quer dizer antiga casa.
***
Uma semana se passou, tudo estava bem eu estava me acostumando bem morando com o Bernardo, ele me levava na escola todos os dias, eu estava bem.
Meu telefone tocou eu atendi.
 
-- oi.
-- você é a antiga dona da casa perto do bosque?
-- sim sou eu , porque?
-- porque não queremos mais morar aqui, moça anda acontecendo muitas coisas estranhas, barulhos, coisas se movendo não queremos mais.
-- como assim? Eu vivi a minha vida toda aí e nunca teve nada disso.
-- olha, não sei você mais com a gente não está dando.
-- bom, eu não posso resolver nada isso é com meus pais e eles não moram mais aqui, mais eu posso ligar para eles.
-- faça isso, não aguentamos mais.
-- ok.
Eu fiquei sem entender o porque disso? Nunca teve nada de estranho em casa, peguei o número de meus pais, tocou , tocou e ninguém atendeu, deixei para lá mais tarde eu tento de novo,mal desliguei meu telefone ele toca de novo.
-- oi.
-- é serio, isto está ficando cada vez pior, nós vamos nos mudar ainda hoje.
-- meu o que está acontecendo?
-- coisas terríveis.
A mulher desligou o telefone, ela parecia desesperada e eu me assustei o que podia estar acontecendo lá? Tentei ligar novamente para meus pais e nada... 
Mais não demorou muito para meu celular tocar de novo.
-- Alô.
-- o que você é da Liz e do Thomas?
-- filha porque? Quem está falando?
-- filha?
-- é , cadê ,meus pais?
-- estão enterrados!!
A pessoa desligou e meu coração acelerou, eu comecei a tremer não sabia se era verdade ou só uma brincadeira , mais aquilo me abalou eu não sabia o que fazer e comecei a chorar, Bernardo chegou e me viu chorar.
-- o que houve?
-- alguém me disse que meus pais estão enterrados.
-- han ? Como assim?
-- eu não sei.
Meu corpo todo tremia e eu só conseguia chorar.
-- fique calma , vamos descobrir a verdade.
Então me lembrei eu tinha o número de onde minha mãe trabalhava, respirei e liguei para lá.
-- Alô.
-- oi, eu sou a filha da Liz eu queria saber ela está aí??
-- é... filha da Liz?
-- é, por favor pode chamá-la ?
-- isso é impossível.
Eu voltei a tremer, eu estava com medo de perguntar o porque .
-- P-porque?
-- bom, ela sofreu um acidente e ela e o marido dela morreram, sinto muito.
Eu derrubei o celular, e comecei a chorar eu senti uma dor terrível dentro de mim, eu queria que fosse mais um dos meus pesadelos mais não era tudo era real, e o meu mundo desabou eu só conseguia gritar implorando para que não tivesse acontecido, e Bernardo me abraçava tentando me acalmar, eu não tive a chance de dizer o quanto eu os amava , não passei tempo o suficiente com eles eu queria ter aproveitado mais talvez se eu tivesse ido com eles , isso não teria acontecido, mais como eu saberia ? Eu não sei como aconteceu, eu precisava saber, precisava me despedir uma ultima vez.
Criei coragem e liguei de novo para aquele número.
-- Olá.
-- oi, sou eu de novo a filha da Liz e do Thomas.
-- ah oi, fiquei preocupada , você desligou o telefone do nada.
-- me desculpe, mais é que foi um choque.
-- imagino querida.
-- então, eu queria saber do funeral e como foi o acidente?
Perguntar sobre o funeral dos meus pais me deixavam se forças , mais eu precisava continuar.
-- ah então, ninguém sabe ao certo como foi, a vizinha os encontrou mortos dentro de casa e pelo o que os médicos falaram eles não tinha sangue no corpo.
-- como assim sem sangue? 
-- não sei explicar... mais então o funeral já aconteceu, ninguém achou nenhum número de família e não poderiam demorar muito para enterrar, e foi uma coisa simples com os amigos deles que moram aqui.
-- entendi, eu gostaria poder ir visitá-los.
-- claro, pode vir quando quiser eu te levo onde eles foram enterrados.
-- obrigada.
Não podia ser verdade, como isso aconteceu? E porque aconteceu? Eu não conseguia pensar, não parecia real, eu só queria acordar... 

Um comentário: