Entrei no carro e fui com ele, chegamos em uma casa imensa e linda, parecia antiga ele saiu do carro e abriu a porta para eu descer fomos andando até a entrada, por dentro parecia aqueles palácios da era medieval mais era tudo escuro como se fosse mal assombrado, mais mesmo assim me encantava demais, passei pela sala com móveis antigos e Bernardo me deu a mão e me levou até um corredor estreito que dava até uma porta negra, ele abriu a porta e era...incrível.
-- UAU.
Ele sorriu.
Não parecia real, era um quarto todo brilhante por magia, e havia pessoas dançando, como se fosse almas, e eles não nos via e continuavam dançando, damas com aqueles vestidos da era medieval e os homens todos elegantes.
-- que lugar é esse?
-- é o portal que mostra o castelo.
-- que castelo.
-- o seu.
-- mais isso está acontecendo agora ?
-- não, são lembranças, mais com o seu poder você pode ver tudo o que acontece, ou já aconteceu em seu reino.
-- posso fazer isso agora?
-- pode.
-- e como faço?
-- você tem a chave para tudo o que quiser Anny, é só saber usar.
-- chave? Que chave?
Ele apontou meu colar.
Fechei meus olhos e pressionei meu colar contra meu coração com minha mão o segurando pensei no colar e no que eu queria ver, falei em voz alta.
-- me mostre Diana, a feiticeira do fogo... minha mãe.
Senti uma vibração forte e pude sentir o quarto mais pesado pela energia, abrir meus olhos e tudo brilhava e rodava até que a imagem de uma mulher muito bonita usava um vestido preto longo, e os cabelos eram negros e liso a pele branca, e os olhos grandes e verdes seu sorriso era encantador, ela estava feliz sorrindo para alguém que eu não via, por um momento ela se sentou e colocou a mão sobre sua barriga e sorriu novamente, passava sua mão delicadamente pela sua barriga acariciando é como se ela estivesse...grávida.
Olhei rapidamente para Bernardo.
-- ela estava grávida de mim?
Ele me abraçou.
-- sim.
Fiquei olhando aquela imagem e pensando como seria minha vida se eu tivesse sido criada com ela, como tudo seria diferente se eles não tivessem morrido, meus olhos encheram de lágrimas eu queria ter a conhecido, eu fiquei com raiva, e com sede de vingança Genaro havia destruído uma família.... a minha família. Agora mais do que nunca eu queria lutar para vingar a morte de meus pais e assumir meu trono, por culpa de Genaro, meus pais morreram, meu irmão teve que forjar sua própria morte e viver exilado por dezesseis anos, eu vivi em um mentira a minha vida toda, eu queria vingança.
BERNARDO.
Anny ficou emocionada quando viu a imagem de sua mãe, mais por um momento os olhos dela mudaram parecia que havia fogo dentro deles, queria entender o que se passava na cabeça dela, se fosse por mim ela não precisaria passar por nada do que ela passou e vai passar , mais infelizmente eu não podia fazer nada para mudar isso, apenas ficar ao seu lado por toda eternidade.
Ela me olhou e sorriu, e eu simplesmente parecia um bobo admirando ela.
-- o que foi Bê? – ela disse se aproximando mais de mim.
-- só estou te observando.
-- ah, normal você me observou minha vida inteira.
-- mais agora você sabe que te olho com outros olhos.
Ela me beijou.
-- que bom.
Eu gostava de levar Anny em lugares diferentes, gostava da expressão dela de surpresa, me fazia bem vê-la feliz.
-- está com fome?
-- sim.
-- pois venha, aqui perto tem um ótimo restaurante italiano.
-- adoro.
Ela me abraçou e saímos de lá, eu a levei para o restaurante e pedimos vários tipos de massa.
-- hei Bê, não tenho que treinar meus poderes hoje?
-- não, hoje você está de folga. Temos a tarde todinha para nós.
-- interessante.
Ela abaixou a cabeça.
-- o que foi Anny? Não está feliz?
-- claro que estou, mais confesso que estou com medo de amanhã.
-- eu sei, não sabemos como vai ser mais fique tranquila eu estarei com você o tempo todo.
Ela segurou minha mão.
-- eu te amo.
Beijei suavemente sua mão.
-- eu também te amo.
ANNY.
Passar a tarde toda com Bernardo foi simplesmente maravilhoso, ele sempre tão carinhoso e dedicado, depois do restaurante andamos pelo parque e sentamos a beira do lago negro, nos beijamos , demos risadas, até parecíamos um casal normal eu me senti bem, precisava ter um dia traquilo assim, sem preocupações, nem feitiços, cada pequeno detalhe fazia a diferença, pois coisas pequenas tinham grandes valores para mim.
Cada gesto dele, cada momento foi especial por mais que nós não tivéssemos feito nada demais, o normal me encantava e me deixava melhor, como tudo o que é bom dura pouco logo escureceu e ele teve que me levar para casa, não queria que o dia acabasse, mais infelizmente acabou.
-- você quer que eu venha esta noite?
-- não precisa, quero ficar um pouco só com meus pensamentos.
-- está bem, nos vemos amanhã então.
-- sim.
Eu o beijei.
-- boa noite.
-- boa noite Anny.
Sai do carro, e entrei em casa.
-- não para mais em casa mesmo em prima.
Dei um pulo e acendi a luz.
-- que susto caio, o que faz ai no escuro?
-- te esperando.
-- para que?
-- conversar, você anda meio estranha por esses tempos.
Eu forcei uma risada.
-- o único estranho aqui é você meu bem, agora boa noite quero dormir.
-- sempre fugindo.
Deixei ele falando sozinho e subi as escadas, entrei no meu quarto e tranquei a porta fui direto para o banheiro tomar banho e depois cama.
* * *
O despertador tocou e a primeira coisa que me veio em mente foi que hoje é o eclipse lunar, mais não. pare , não posso ficar pensando nisso não quero me preocupar vai dar tudo certo. Desci as escadas e fui direito para a porta, escutei o carro de Bernardo estacionar.
-- bom dia meu amor.
Ele sorriu.
-- bom dia linda.
Entrei no carro dando-lhe um beijo de bom dia, e fui para a escola.
-- Bê, hoje é meu ultimo dia na escola?
-- porque fala isso?
-- porque não sei, se voltarei, não sei como será minha vida depois de hoje a noite.
-- procure não pensar muito nisso, eu estarei com você ok?
Eu o abracei.
-- obrigada Bê.
-- pare com isso, agora vá para a aula.
Desci do carro, e fui andando até o portão, vi Lara sorridente.
-- bom dia Anny.
-- bom dia, uau que sorriso é esse?
-- Gustavo me ligou ontem.
-- serio e ai?
-- nos acertamos.
-- e a viajem?
-- ele disse que vai depois, mais que é para eu esperar ele.
-- ah que bom.
Senti que tinha dedo do Bernardo nessa história, mais fiquei feliz por eles.
Fiquei olhando para aquele colégio, onde estudei praticamente minha vida inteira e senti um friozinho por pensar que eu talvez não voltaria para cá tão cedo.
O dia passou tão rápido, e eu passei a tarde toda lendo livros de feitiços que Vinicius havia deixado em minha mesa quando voltei da escola, eu não conseguia decifrar direito as coisas, mais confesso que era bem interessante o que eu podia fazer.
Logo chegou a noite e eu comecei a ficar nervosa, Bernardo foi me buscar e eu fui com ele até o campo de treinamento, Vinicius estava lá.
-- você está bem?
-- com um pouco de medo, confesso.
-- o eclipse será daqui alguns minutos, então vou te explicar o que você vai ter que fazer.
-- o.k.
Fiquei prestando atenção em cada coisa que ele me dizia.
-- você vai até o centro, que tem um circulo que eu fiz e se concentra em todos seus poderes, pega seu colar coloca na palma de suas mãos e diga em voz alta “ Que o poder do colar venha para mim AGORA.!” , fecha os olhos e levante o colar em direção a lua, quando ela estiver totalmente coberta a transformação começará.
-- só isso?
-- só, mais lembre-se você tem que se concentrar muito, ah, e já ia me esquecendo você tem que fazer uma camada de proteção com ar em volta do colar.
-- como assim?
-- como uma bolha, ele não vai estar na palma na sua mãe , ele tem que flutuar.
-- entendi.
-- já está quase na hora, vá para o circulo.
Abracei Bernardo, e o beijei, e abracei Vinicius fui em direção ao circulo tirei meu colar e criei a bolha de ar, fechei os olhos e me concentrei em todos os meus poderes, minha mente ficou uma loucura, mais eu não perdi o foco, abri lentamente os olhos e vi que a lua estava quase coberta, então disse em voz alta.
-- Que o poder do colar venha para mim, AGORAAA!
Senti a terra ficar escura, e então abri os olhos, era como se não tivesse dado certo, mas permaneci no mesmo lugar, um raio brilhou na escuridão atingindo o colar que flutuava em minhas mãos, houve um clarão e eu não enxergava mais nada, senti, como se eu voasse, não conseguia sentir meus pés no chão, comecei a sentir meu corpo queimar, e a doer, como se cada músculo meu se partisse a dor era terrível e eu gritava, a dor foi tanta que perdi a consciência.
BERNARDO.
Ver Anny levitar foi incrível, mais logo após ela começou a gritar agonizando de dor,eu queria poder fazer algo, realmente queria. Os gritos eram cada vezes mais fortes como se algo a machucasse muito, mais eu não conseguia vê-la , havia uma grande luz em volta dela que nos impedia de vê-la, ela gritou de novo e de novo, fui em direção a ela, mais Vinicius me segurou.
-- o que pensa que está fazendo?
-- não consigo vê-la sofrer.
-- e você acha que eu gosto? Mais não há nada que possamos fazer.
-- mais Vinicius, ela está gritando.
-- e se você interromper ela agora, ela poderá morrer.
Ela parou de gritar, e a luz foi diminuindo até que eu pude vê-la, ela estava com os olhos fechados e ainda flutuando, o colar estava a sua frente flutuando também, quando a luz acabou ela abriu os olhos, e seus olhos estavam vermelhos, como se houvessem fogo neles, ela nos olhava e logo em seguida um novo clarão apareceu e ela gritou mais ainda, mais foi apenas por um instante porque a luz apagou-se novamente a fazendo cair e o colar caiu logo em seguida, dei um passo para ir até ela.
-- espere, a lua precisa aparecer para acabar a transformação.
Esperei por um momento, e a lua começou a aparecer novamente, corri até ela e me agachei para segurá-la, ela abriu lentamente os olhos.
-- Anny, querida, você está bem?
-- B-Bernardo.
-- como está se sentindo.
-- zonza, e minha cabeça está doendo demais.
-- calma, já passou.
-- o que aconteceu?
-- como assim?
-- lembro de estar fazendo a transformação, mais então apareceu um clarão e eu não vi mais nada.
-- já acabou, agora vai ficar tudo bem.
Ela tentou se levantar, e eu a ajudei, Vinicius veio até nós.
-- como está irmãzinha.
-- muito zonza, minha cabeça dói, por favor vamos sair daqui.
Eu a peguei no colo, e a levei até o carro.
-- para onde quer ir?
-- sua casa.
-- está bem.
No caminho até minha casa , ela foi dormindo, ela estava fraca, dirigi o mais rápido que pude até lá, eu a tirei do carro carregando-a no colo, e a levei para meu quarto,logo ela acordou.
-- está se sentindo melhor?
-- sim, sinto minhas forças voltarem, Bê você tem Amrita?
-- claro.
Peguei um frasco de Amrita para ela, e ela bebeu tudo e um só gole, sem nem fazer cara feia.
-- deita aqui comigo.
Eu deitei ao seu lado e ela me abraçou.
-- eu me sinto normal, como se nada tivesse mudado.
-- acho que isso é bom, não é?
-- é sim.
Ela sorriu, o que me fez bem melhor.
ANNY.
Aos poucos iam voltando ao normal, confesso que fiquei muito zonza e fraca e minha cabeça doía, mais devagar eu me recuperava e estava feliz por estar com Bernardo nesse momento e o olhei e ele estava me olhando, daquela forma tão apaixonada que me fazia delirar, eu me aproximei mais de sua respiração o beijando, e ele correspondeu me puxando para tão perto que não passava nenhuma corrente de ar entre nós dois corpos, eu o beijei lentamente aproveitando cada momento, cada instante ao seu lado e naquele momento só existia nós dois, me inclinei fazendo eu subir em cima dele, eu deslizava minhas mãos pelo seu corpo e ele fazia o mesmo comigo.
-- hei Anny, espera acho melhor você descansar.
-- confesso que estou cansada mais, você não quer...?
-- claro que quero, mais teremos muito tempo para isso.
Eu o beijei novamente, e depois me deitei ao seu lado, alguém bateu na porta.
-- entre.
-- olá casal, hei irmãzinha vim ver como está se sentindo.
-- estou melhor.
-- pelo jeito não precisa de nada não é.
-- pois é, mais obrigada pela preocupação.
-- deixarei vocês a sós, boa noite.
-- boa noite.
Olhamos um para o outro e não conseguimos nos conter nas risadas.
Meus olhos começavam a fechar de sono, e minha cabeça latejar.
-- está com sono ?
--estou sim.
-- então durma meu amor.
Ele me deu um beijo na testa.
-- boa noite.
-- boa noite Bê.
Me virei, e ele me abraçou e logo adormeci.
-- Filha!.
Abri os olhos devagar e olhei direito, dei um pulo da cama olhei Bernardo e ele continuava dormindo, fiquei a olhando sem saber o que dizer.
-- Anny, minha filha, você não me reconhece?
Olhei mais uma vez.
-- Diana?
-- sim.
Ela sorriu e me abraçou.
-- mais como? Você não está...
-- morta?
-- não exatamente...
-- como assim?
-- sim, eu morri neste mundo, estou em outra dimensão agora.
-- como é possível?
-- filha, não tenho muito tempo, quem sabe outra hora eu te conto exatamente como, mais eu preciso que você me ajude.
-- como?
-- você pode me libertar.
Meu coração acelerou.
-- te libertar? Claro o que eu preciso fazer.
-- ir até o castelo, tem uma sala secreta que só você pode entrar, e lá vai ter meu livro de feitiços e um pequeno baú, lá dentro tem uma chave você precisa pegá-la e no livro de feitiços ta ensinando como você faz para abrir o portal para o mundo inferior, e quando o portal abrir você precisa entrar, filha cuidado lá é escuro você vai passar por um túnel até que vai ter uma porta indicando que é o mundo dos mortos, não entre, apenas faça o feitiço que está no meu livro e peça para me trazer de volta e se tudo correr bem eu sairei de lá com você.
-- eu posso tirar qualquer um que morrer?
-- sim, mais você só pode salvar uma pessoa.
-- entendi.
-- filha, preciso ir meu tempo está acabando, muito cuidado.
-- mãe espere.
E ela sumiu, me deitei na cama novamente e fiquei inquieta,Bernardo acordou.
-- bom dia linda.
-- bom dia Bê.
-- você já estava acordada?
-- é acordei faz alguns minutos.
Ele sorriu e me abraçou.
-- Bê, queria te pedir uma coisa...
-- claro, o que quiser.
-- me leve até aquele lugar onde eu pude ver minha mãe, preciso ver uma coisa.
-- levo sim, já quer ir?
-- se puder.
-- claro, vamos nos trocar e vamos.
--o.k
E foi o que fizemos, nos trocamos e ele me levou até lá, entrei no quarto e fiz que nem na ultima vez.
-- me mostra a vila do fogo e o castelo!!
Apareceu uma vila muito bonita, com pessoas normais, mais algo estava errado eles pareciam como robôs fazendo as mesmas tarefas e havia uma cara comandando tudo um homem com um olhar mal vestido todo de preto, e no castelo tinha um senhor sentado no trono que era de meu pai e eles estava dando ordens para os criados.
-- quem é esse Bernardo?
-- Gennaro.
-- mais como ? Ele não havia morrido?
-- parece que alguem o liberou.
-- Anny,nós precisamos voltar.
-- quando iremos?
-- amanhã.
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