quinta-feira, 3 de março de 2011

Capitulo 16

Após alguns minutos Bernardo chegou, quando ele desceu do carro ele paralisou.
-- caramba não pode ser?
-- quanto tempo em Bernardo.
-- meu mais você havia...
-- morrido? Era para eles pensar que eu morri, mais na verdade eu fugi.
-- cara, eu pensei que você tinha morrido todos esses anos porque você nunca me procurou?
-- sinto muito por isso, mais todos precisavam achar que eu morri até você.
-- hey, então é verdade eu tenho um irmão?
Vinicius abriu os braços e eu já com os olhos cheios de lágrimas o abracei.
-- que bom que você está bem minha irmãzinha.
-- meu, eu não acredito que eu tenho um irmão.
-- alguém precisa cuidar de você não é?.
-- epa, eu cuido dela tá Viní.
-- é que história é essa que você namora minha irmã cara?
Bernardo começou a rir e não parava mais e eu também.
-- po, tu é bem mais velho que ela.
-- meu impossível não se apaixonar por ela.
-- ai que lindo.
Eu o abracei.
Eu estava tão feliz que não conseguia me conter, tudo muda agora e as coisas começam a fazer sentindo, se eu tenho um irmão mais velho ele tem direito ao trono, então como ele é mais experiente ele lutará.
-- Isso muda tudo!!
Ops, acho que falei um pouco alto.
-- o que muda ?
-- já que eu tenho um irmão, você tem direito ao trono Vinicius, e não eu.
-- engano seu minha querida, você é filha de Diana eu não.
-- mais o rei não era nosso pai?
-- sim. Mais o trono foi designado para você minha pequena.
Não acredito.
-- então eu terei que enfrentar todos aqueles seguidores de Gennaro do mesmo jeito ?
-- sim, mais eu serei sua arma secreta.
-- como assim?
-- Ninguém sabe que eu sobrevivi a guerra dos tronos, e então eu posso te ajudar secretamente.
-- entendi, mais um aliado.
Bernardo sorriu mais depois fico sério novamente.
-- o que foi Bê? - perguntei me aproximando mais dele.
-- não há mais tempo, você tem que viajar até a Itália e lutar pelo o que é seu Anny.
-- mais como? Não estou preparada.
Vinicius sorriu.
-- porque sorri? Não tem graça, não tem motivos para sorrir , eu não estou pronta para uma nova guerra.
-- nós estaremos ao seu lado.
-- Isso não basta!!! - Gritei.
-- calma, por favor se acalme. - Vinicius me abraçou.
Lágrimas começaram a escorrer de meus olhos, eu estava feliz de ter um irmão, mais eu não queria lutar, e eu estava com medo, e outra o que eu falaria para minha tia? Tia estou indo para a Itália lutar pelo meu trono e pegar os poderes de minha mãe.
-- eu não estou pronta, não sei usar meus poderes...
-- foi exatamente por isso que eu voltei Anny, em três dias a lua terá um eclipse e com a escuridão total seus poderes serão maiores, eu apareci agora para te ajudar a desbloquear seus poderes, e então você estará pronta e forte o suficiente para lutar.
Olhei para Bernardo esperando que ele fale que era uma piada, e que nada disso aconteceria, mais ele segurou minha mão e olhou em meus olhos.
-- esterei contigo, quando isso acontecer, não sairei do seu lado em nenhum momento, mais lembre-se você terá que ser forte, não será fácil mais estaremos do seu lado.
Não sabia o que fazer ao não sei chorar.
-- eu preciso voltar, sem minha tia ver, não posso ficar aqui fora... podemos nos ver amanhã?
-- sim, nos veremos amanhã. - disse Bernardo.
-- com certeza minha irmãzinha, tenha uma boa noite a até amanhã, amanhã teremos que conversar muito sobre essa mudança , você tem que estar preparada para desbloquear seus poderes.
-- sim, eu só preciso processar tudo isto. E prometo não decepcioná-los.
-- sei que não vai.
Dei um abraço no Vinicius e disse baixinho.
-- estou feliz em ter você.
-- eu também estou.
Beijei sua bochecha e fui para Bernardo, o abracei.
-- fique tranquila, dará tudo certo.
-- eu confio em você... e eu te amo.
-- eu também te amo.
Ele me beijou delicadamente e Vinicius deu risada.
-- ah qual é , respeitem eu ainda estou aqui.
Nós rimos, e eu sai.
Entrei em casa de fininho e subi as escadas sem que ninguém percebesse, deitei em minha cama e fiquei alguns segundos sem pensar em absolutamente nada, mais logo depois milhões de pensamentos vieram a minha cabeça, o que será de mim? Como eu irei viajar? E minha tia, meus amigos, a escola? Não posso simplesmente abandonar tudo, irei dizer o que? Que vou lutar pelo meu reino? Eu nunca tinha respostas, mais ainda assim estava feliz porque ter conhecido meu irmão mais agora, algo me dava mais medo do que lutar era daqui três dias no eclipse lunar, o que a lua tinha haver em desbloquear meus poderes? Tantas perguntas, e novamente nenhuma resposta minha cabeça começava a doer, e meu coração a acelerar, agora faltava pouco para eu enfrentar meu maior medo, e para desvenda o grande mistério do meu colar, no fundo eu queria conhecer o castelo, e achar coisas de meus pais biológicos mais não queria passar por tudo isso, mais dizem que nada se consegue tão fácil na vida.
* * *
o som do despertador me fazia acordar de um sonho onde tudo era normal e nada sobrenatural, ah qual é ? diz que uma garota de dezesseis anos ser filha de uma feiticeira, namorar um imortal e possuir grandes poderes não é sobrenatural? Para mim isso só existia em filmes, talvez minha vida se tornou um e espero que no final seja feliz igual nos filmes, sem mais tragédias, tomei meu banho coloquei uma roupa leve e desci as escadas, quando me sentei a mesa me lembrei que agora faltam dois dias para o eclipse lunar e menos tempo para eu viajar a Itália, vendo por outro ângulo viajar para Itália com seu namorado parece uma coisa romântica e perfeita, sempre amei a Itália, mais na minha situação não há nada de romântico e muito menos perfeito está bem mais para um pesadelo.
-- bom dia priminha.
-- Bom dia Caio, por onde esteve ontem a noite?
-- te faço a mesma pergunta.
Ergui a sobrancelha esquerda.
-- como assim? Em casa ué.
-- claro, fui no seu quarto e você não estava.
-- fui tomar ar no jardim.
-- estava sozinha?
-- o que te interessa?
-- então o que te interessa onde eu estive ontem?
-- ah dane-se não me importo mesmo.
Ele riu.
-- bom dia crianças, fiz bolinhos de chocolate.
-- ah tia desse jeito vou acabar engordando.
-- imagina querida, você está magrinha.
-- na verdade gostosa – Caio disse em voz baixa no meu ouvido.
Eu o olhei com desprezo e o ignorei, comi meus bolinhos e escutei a o barulho da buzina de Bernardo do lado de fora, levantei rapidamente e fui em direção a porta.
-- hei mocinha.
Parei, e olhei para minha tia.
-- um dia quero conhecer seu namoradinho.
-- claro.
Abri a porta e sai, só de vê-lo pela manhã me deixava feliz e me fazia esquecer os problemas.
-- Bom dia Bê.
-- Bom dia linda.
Eu o beijei delicadamente.
-- como passou a noite?
-- meio confusa, mais bem. E você e o Vinicius?
Ele sorriu.
-- fomos para minha casa, ele vai ficar lá, passamos boa parte da noite conversando.
Eu sorri, e ele ligou o motor e arrancou com o carro para a rua.
No caminho para a escola nós só nos olhamos e eu liguei o som, as músicas cooperavam para o clima. Ele estacionou em frente ao colégio.
-- Te espero na saída, seu irmão quer te ver.
-- está bem.
Me inclinei para beijá-lo e ele correspondeu me puxando para mais perto me beijando fogosamente. Sai do carro até meio zonza mais toda feliz.
-- Anny , ah te achei.
-- que foi Lara?
-- hoje tem prova, e das bravas.
Eu não me importava mais com a escola.
-- de que?
-- matemática.
Ignorei e comecei a andar.
-- qual é Anny, é uma das provas que decidem se passamos ou não.
-- e daí?
-- e daí? Hei acorda, você faltou vários dias, me diz que você estudou , se não vai acabar repetindo.
-- não gosto de matemática, e não, não estudei.
-- quer que eu te ajude a estudar nessa primeira aula, a prova será na segunda.
-- não se preocupe, dará tudo certo.
-- não entendo como você pode ficar tão tranquila em etapa de decisão.
Era engraçado a preocupação de Lara com meu desemprenho escolar, mais isso era o menor dos meus problemas. 
Na prova, quando a professora me entregou a avaliação olhava aqueles números e não entendia absolutamente nada, me deu vontade de entregar a prova em branco, mais então quando a sala ficou em silêncio, números vinham em minha cabeça, eu ão conseguia entender, até o momento de eu começar a escutar os pensamentos dos outros alunos e inclusive da professora, percebi que ela estava resolvendo a mesma avaliação que nós por passatempo, me concentrei em escutar apenas seus pensamentos e ia escrevendo de acordo com o que ela pensava, os minutos foram passando e minha prova foi ganhando respostas, quando o tempo foi esgotado entreguei a prova e sai.
Minha vista estava um pouco embaçada, deve ter sido o efeito do dom da mente, pelo o que eu entendi antes de eu desbloquear meus poderes , qualquer poder que eu usar me afetaria em algo, mais claro temporário.
Logo minha vista voltou ao normal e veio Lara preocupada.
-- como acha que foi?
-- bem, e você?
-- ah bem, mais como pode ter ido bem sendo que não veio em quase nenhuma aula de matemática.
-- ah era meio lógica.
Lara ficou me encarando e eu comecei a rir, comecei a ver o lado bom de ser uma feiticeira tudo bem que era desleal com quem estudava e usar meus dons para me aproveitar de certas situações, mais me diz quem não usaria esse dom , se você conseguisse ver as respostas de uma prova? Iria simplesmente ignorar? Fingir que não estava acontecendo? Já que eu tenho esse dom, posso usá-lo ao meu favor, nada mais justo.
As outras aulas foram tranquilas procurei não forçar minha mente em certas coisas, precisava manter o controle, e segurar durante esses dois dias, eu ficava numa certa ansiedade para saber o que estava por vir, como seria me sentir poderosa, era emocionante pensar, mais confesso que me dava um pouco de medo, um pouco não, muito medo.
Na saída ele estava lá como combinado, sempre lindo e com aquele olhar misterioso que me encantava, a cada dia que passa eu me encanto mais por ele e não dá para negar que estou completamente apaixonada por ele e afinal para quer negar? Confessar seria mais digno.
-- para onde vamos ? - eu o olhei maliciosamente.
-- há há há mocinha, não provoca, Vinicius está a nossa espera.
-- nem uma fugidinha? - fiz cara de triste
ele sorriu, ah aquele sorrisso.
-- não atenta.
Ele entrou no carro e eu entrei logo em seguida.
-- ah como você é malvado.
-- você nem sabe o quanto. - agora foi ele que me olhou com malicia.
-- me mostra o quanto é malvado.
-- logo verá.
Ele dirigiu até o campo mágico onde eu fui da outras vezes o tempo estava virando para chuva e começava a ventar.
-- ai está o casal – disse Vinicius abrindo a porta para eu descer.
Eu o abracei.
-- ah irmãzinha mais linda de todas?
Cruzei os braços.
-- por acaso você tem outra?
-- não bobinha, mais venha preciso ver até onde você sabe.
Eu o segui até o campo, de folhas secas e as folhas voavam por causa dos fortes ventos.
-- parece um dia de batalha.
Bernardo se aproximou mais e me abraço por trás.
-- sim, realmente parece.
Ah como seu abraço me fazia sentir protegida.
-- bom Anny me faça ver fogo.
Eu sorri.
-- sem problemas.
Pensei em fogo e como nem um passe de mágicas ele apareceu em minhas mãos, mais eu queria mais , queria mostrar para meu irmão que eu sabia lidar com fogo, então me concentrei e fiz aparecer uma bola imensa de fogo em minhas mãos a fiz flutuar no ar e fui fazendo cresce-la cada vez mais, me sentia poderosa por isso , e esperava que Vinicius ficasse com orgulho de mim.
-- nada mal irmãzinha.
Eu sorri
-- agora, segura a bola de fogo no ar, e ao mesmo tempo faça uma capsula de proteção em volta de você.
-- como faço isso?
-- canalize o ar com o fogo, mantenha ele lá em cima e crie uma barreira em sua volta.
-- barreira de que?
-- água.
-- mais para isso preciso de água por perto.
-- pois bem, ache-a procure água com a sua mente.
Comecei a procurar água com a minha mente, mais sem desconcentrar da bola de fogo, eu estava perdendo o equilíbrio da imensa bola de fogo, mais não queria desistir, não podia.
Continuei tentando achar água e a encontrei havia uma mangueira desligada há uns metros dali, mais não sabia ao certo como fazê-la chegar até mim, desejei a água e senti ela mais próxima, ela chegou até mim e então fiz o que meu irmão pediu criei uma barreira contra mim, mais usando a água para fazer isso minha mente se desconectou do fogo fazendo-o cair sobre mim, antes que pudesse me atingir Vinicius me salvou o puxando para ele.
-- faça parar Anny – ele gritou.
E acabei de desconcentrando de tudo fazendo toda a água cair sobre mim e me encharcando,olhei meu irmão tendo dificuldades para lidar com o fogo então o ajudei fazendo parar, e a bola diminuiu até desaparecer.
No mesmo momento minha cabeça doeu, mais eu não me permitia parar. Fechei os olhos e conectei minha mente em água, e a trouxe para mim com mais facilidade desta vez, não sei se era porque eu estava toda molhada, e então eu criei uma cúpula em volta de mim feita de água, era inexplicável a sensação de estar dentro de uma cúpula de água feita por mim mesma, eu era uma feiticeira e agora estava agindo como tal.
-- aguente essa irmãzinha, vamos brincar.
Eu sorri.
-- venha.
Com o poder das mãos ele a estendeu e raios começaram a sair e vir em minha direção eu os parei com a força da água e foi surpreendente, ele sorriu e mandou mais e eu continuei bloqueando os raios. Olhei Bernardo e ele só ria sentando no gramado, olhei para Vinicius e pisquei, ele entendeu , juntei toda água que fazia a cúpula fazendo se tornar uma grande bola de água e lancei em direção ao Bernardo fazendo-o tomar um super banho, ele veio correndo como um flash em minha direção e eu corri dele, dando gargalhadas, mais ele era bem mais rápido que eu e então me pegou, estava todo molhado e me empurrou no gramado me fazendo deitar ele caiu em cima de mim.
-- ah você está todo molhado Bê.
-- e quem me molhou?
Eu sorri feito uma criança.
Por um momento nós paramos e nos olhamos eu o amava isso estava em meus olhos e o desejava, e ele sorriu, retribui o sorriso e ele me beijou, nosso beijo era ardente como o fogo que havia dentro de mim, eu precisava dele , eu queria que fossemos adiante, coloquei minhas mãos por dentro de sua camiseta e o arranhei, ele se arrepiou.
-- hei cara, poxa ela é minha irmã.
Não consegui segurar o riso, e cai na gargalhada.
-- qual é Vinicius , sua irmã já tem quase dezessete anos.
-- mais continua sendo minha irmãzinha.
-- meninos, estou aqui ok?
Ele riram.
-- e eu estou com fome, esses treinos me dão fome.
-- normal – disse Bernardo, saindo de cima de mim.
-- tome, beba. - Vinicius me entregou uma garrafinha preta.
-- Amrita?
-- sim.
-- tem gosto de tequila.
-- não tem não, e você precisa beber.
-- Já sei, Bernardo já me disse isso.
Abri a garrafa e virei tudo em um gole, parecia que o gosto estava melhor, mais ainda parecia que contia álcool naquilo.
Começava a chover, muito.
Bernardo e eu entramos no carro e Vinicius em outro, meu celular tocou.
-- Oi Lara.
-- Anny, Caio está atrás de você.
-- porque raios?
-- sei lá, disse que você tem que voltar para casa.
-- estou indo então, obrigada pelo recado.
-- imagina.
Olhei Bernardo com cara de tédio.
-- o que foi?
-- tenho que voltar para casa.
-- o.k.
-- me visita a noite?
-- se quiser...
-- lógico que quero.
-- então estarei lá.
Ele me levou até em casa, eu o beijei rapidamente e entrei.
-- Anny, até que enfim.
-- o que?
-- umas caras estranhos deixaram esta carta para você, tentei abrir mais não abre.
-- que falta de educação abrir as coisas dos outros.
Peguei a carta o envelope era preto coloquei na minha bolsa e subi as escadas, entrei em meu quarto e fechei a porta, o envelope abriu normalmente comigo.
Princesa, pedimos sua ajuda... somos do reino de Franchesco e Diana e zelamos pelo castelo, mais os inimigos andam vindo constantemente para cá, e ficamos sabendo por fontes seguras que a herdeira está viva! Pedimos que nos ajude.”
  • - Moradores da vila do fogo.
Que? Como assim? Moradores da vila do fogo? Só pode ser alguma armadilha dos Fúrias, como que eles me achariam aqui no Brasil, preciso falar com Bernardo, esperarei ele vir me visitar mais a noite.
Bernardo não demorou para chegar, e entrar pela minha janela, e até hoje não sabia como ele fez isso.
-- Oi Linda.
Eu o beijei.
-- Bê, recebi um envelope preto, tome leia.
Ele tentou abrir o envelope, mais não abria.
-- está com algum tipo de feitiço, só você pode abrir.
Peguei-o de suas mãos e abri, e o entreguei.
Seu rosto parecia serio.
-- o que foi Bê?
-- Moradores da vila do fogo...
-- sim sim, só pode ser alguma armadilha certo? Porque como eles me achariam?
-- Não, não é nenhuma armadilha, de fato são os moradores da vila do fogo, é uma sociedade secreta criada pela sua mãe e eles são seus aliados.
-- como conseguiram me achar?
-- eles tem esse dom, porque quando descobriram que a herdeira está viva eles poderiam enviar uma carta para ela, sem mesmo saber onde você está.
-- entendi, e o que isso significa.
-- que você precisa voltar logo.
-- logo quanto?
-- daqui dois dias seus poderes serão desbloqueados, então iremos logo em seguida.
-- mais Bê , e minha tia, meus amigos, o colégio...
abaixei minha cabeça.
-- fique calma, você vai ter que usar sua mente para mudar o pensamento deles.
-- tipo mudar as coisas, como se eu tivesse sumido.
-- sim, vai colocar na mente de todos que você foi em uma viajem de escola.
Eu o abracei.
-- vai dar tudo certo – ele disse baixinho.
Me deitei, e ele se deitou ao meu lado me abraçando.
-- agora durma, você precisa descansar.
-- fique aqui comigo.
-- para sempre.
Adormeci em seus braços.
* * *
Pela manhã, ele não estava mais lá era sexta-feira isso significava que amanhã a noite teria o eclipse lunar, isso não saia da minha cabeça, fiz minha higiene pessoal e desci as escadas pronta para ir para escola.
-- hei priminha, vamos sair hoje?
-- não posso, tenho compromissos.
-- minha mãe não está gostando nada dessas suas tardes foras com seu namorado.
-- paciência não é?
O deixei falando sozinho, ah me poupe de tudo o que eu to enfrentando eu ainda tinha que me preocupar com a minha tia? Logo eu não estaria mais aqui, e nem sei se retornarei, abri a porta e ele estava lá como todos os dias, encostado no carro sorrindo, o sol refletia em seus cabelos loiros, e seus olhos verdes iluminavam o dia.
-- Bom dia!
-- um ótimo dia Bê.
Eu o beijei, ah sério, nós formamos um casal perfeito.
-- diga adeus a seu ultimo dia de normalidade.
-- nunca fui normal.
Eu estava com um ótimo humor hoje e pelo jeito ele também, ele acelerou e aquela velocidade me fazia sentir bem, eu amava isso, eu amava ele.
Ele estacionou perfeitamente na frente do colégio e abriu a porta do carro para mim, eu estava radiante. Ele me beijou.
-- Bê, eu retornarei para cá?
-- quando tudo estiver resolvido sim.
-- sentirei falta disso tudo.
-- tenho certeza que sim.
Dei mais um pequeno beijo e me virei, ele segurou meu braço e me puxou novamente para perto dele, eu o olhei nos olhos e ele me beijou novamente.
-- te amo.
-- eu também.
Ele soltou minhas mãos e eu pude ir, cheguei e encontrei Lara com uma cara não muito boa.
-- o que houve?
-- Gustavo terminou comigo.
-- porque?
-- disse que teria que viajar e não saberia se retornava, e então não queria me deixar esperando.
Meu coração ficou apertado, certamente ele terminou com ela por minha causa, a viajem para Itália, ele iria lutar como meu aliado e eu não me perdoaria se algo acontecesse a ele.
-- não sei o que te dizer amiga.
-- eu o amo Anny, queria poder ir com ele.
Por um momento tive a idéia de levá-la comigo, seria bom ter minha melhor amiga ao meu lado, mais seria egoismo arriscar a vida dela por um capricho meu.
-- talvez seja para seu bem.
-- meu bem? Ah não sei onde, ai amiga ainda bem que eu tenho você.
Meus olhos encheram de lagrimas, nem a mim mais ela tinha em poucos dias eu iria embora também, para o mesmo lugar que Gustavo, para uma guerra que não saberia se eu voltaria.
Eu a abracei e comecei a chorar, e ela também.
-- amiga porque está chorando.
-- não gosto de te ver triste.
-- já passou, sempre teremos uma a outra isso que importa e eu irei esquecê-lo.
-- isso mesmo, sempre estarei contigo amiga.
Me doía dizer aquilo, mais eu precisava dizer, independente e qualquer coisa eu sempre estarei por perto, não sou uma feiticeira? Pois bem eu sempre me conectarei com Lara, não vou perde-la nunca.
Não entramos na escola, matamos aula e fomos para o parque dar risada como sempre fazíamos, ficar com Lara me lembrava quem eu sempre fui antes de descobrir a verdade, viver em mentiras parecia ser bom, eu era feliz e estar com ela me lembrava da felicidade que eu sentia quando tinha meus pais, a escola, meus amigos, as meninas, as festas , os garotos...
Tudo mudou, e mudará mais em uma noite, amanhã eu me transformarei completamente, amanhã deixarei de ser Anny Venturelli , e me transformarei em uma Nosferat. E não é só uma mudança de sobre-nome, é uma mudança de vida, de adolescente normal, para uma herdeira, e uma guerreira que terei que lutar para vingar meus pais, muita mudança em pouco tempo.
As horas passaram rápido e logo eu tive que voltar para frente da escola precisava encontrar Vinicius e Bernardo, Lara e eu voltamos para a frente do colégio ela foi para sua casa e eu esperei por Bernardo não demorou muito para ele chegar.
-- ué saiu mais cedo?
-- nem entrei...
-- porque?
-- fiquei com Lara, ela não estava muito bem porque Gustavo termino com ela.
-- ele me disse, ele também não está muito bem...
-- meu, acho que eles não deveriam terminar, meu não quero ver ela mal.
-- ah mais isso eles decidam.
-- não Bê, o Gustavo largo ela , porque vai viajar com a gente.
-- eu sei Anny, mais não podemos nos meter, venha quero te levar a um lugar.

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